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Finanças

Bolsa fecha em baixa com reoneração de combustível no holofote; dólar sobe

Moeda norte-americana foi impactada por ajustes de posições e dados de inflação nos Estados Unidos.

O Ibovespa fechou em baixa nesta segunda-feira (27), em dia marcado pela decisão do governo Lula sobre a reoneração sobre os combustíveis. Já o dólar subiu, com operadores brigando pela formação da Ptax.

No dia, o Ibovespa teve baixa de 0,08%, aos 105.711 pontos. O dólar subiu 0,16%, aos R$ 5,2067.

O Ministério da Fazenda informou que o governo vai retomar a cobrança de impostos federais sobre os combustíveis nesta semana após o final do prazo da desoneração, que se encerra no fim de fevereiro.

De acordo com a pasta, a arrecadação será recuperada em 100% com a volta da tributação. Assim como antes da isenção, os combustíveis fósseis terão uma cobrança superior aos biocombustíveis.

O analista Rodrigo Cohen, da Escola de Investimentos, afirma que o mercado viu a decisão como positiva, já que ela “irá ajudar a diminuir o rombo de mais de R$ 200 bilhões nas contas do governo”.

“A prorrogação da desoneração poderia indicar mais uma derrota para a equipe econômica. Após a decisão, as taxas de juros futuros recuaram e Ibovespa subiu um pouco mais animado”, comenta.

Dólar volátil

No dia, o dólar recuou em relação a diversas moedas. Segundo investidores, esse movimento se deve a um ajuste de posições após piora do humor do mercado na semana passada, depois que dados de inflação norte-americanos desencadearam novos temores de mais aumentos de juros pelo Federal Reserve (Fed).

Santos, da Trace, disse que é comum os negócios no mercado de câmbio local sofrerem instabilidade adicional por ser véspera de fechamento de mês. “Na semana de virada do mês a gente já conhece que tem a grande guerra da Ptax, onde a luta de interesses entre comprados e vendidos vai oferecendo bastante volatilidade no câmbio”, explicou ele.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.

Destaques da bolsa

A ação da Vale (VALE3) fechou estável, afetada pela queda dos contratos futuros de minério de ferro na China e em Cingapura, depois que o centro de produção de aço chinês Tangshan foi obrigado no sábado a fechar parte da capacidade em resposta à forte poluição.

A ação preferencial do Bradesco (BBDC4) caiu 0,98% e a do Itaú (ITUB4) teve baixa de 1,29%. Dados do Banco Central mostraram que as concessões de empréstimos no Brasil recuaram 15,3% em janeiro ante dezembro.

O papel de Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,11%, em sessão positiva para o setor de consumo. A varejista também aprovou novo programa de recompra envolvendo até 40 milhões de ações, equivalente a 1,39% do total em circulação.

Já o papel de Alliar (AALR3), que não está no Ibovespa, caiu 8,08%, após a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) negar pedido de mais prazo para a oferta pública de aquisição de ações (OPA) pelo controlador da companhia de medicina diagnóstica. De acordo com a empresa, o controlador reapresentará o pedido para a OPA.

A ação de IRB Brasil (IRBR3), que também deixou de fazer parte do Ibovespa, recuou 8,72%, após a empresa adiar a divulgação do resultado do quarto trimestre para 8 de março. Os números estão previstos para esta segunda-feira, após o fechamento do mercado.

Bolsas no exterior

Wall Street

As ações dos Estados Unidos tiveram leve alta nesta segunda-feira, com investidores em busca de pechinchas após as perdas da semana passada, quando ocorreram as maiores quedas percentuais de 2023 para os principais índices de referência de Wall Street, enquanto persistia o nervosismo sobre os próximos aumentos dos juros para domar a inflação teimosamente elevada.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,31%, para 3.982,23 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite avançou 0,63%, para 11.467,08 pontos. O Dow Jones subiu 0,22%, para 32.889,38 pontos.

Europa

O índice europeu STOXX 600 subiu nesta segunda, apoiado por ganhos em todos os principais setores, recuperando-se de sua maior queda semanal de 2023 devido aos temores de mais aumentos nas taxas de juros nos Estados Unidos e na zona do euro. O índice de blue chips subiu 1,1%. O STOXX 600 havia perdido 1,4% na semana passada.

Elevando o otimismo, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, fechou um novo acordo com a União Europeia sobre as regras comerciais pós-Brexit para a Irlanda do Norte. Ele disse que abrirá caminho para um novo capítulo no relacionamento de Londres com o bloco.

Uma libra mais firme após o anúncio de Sunak, no entanto, pesou no FTSE 100 do Reino Unido, com o índice, que tem grande peso de exportadores, ficando atrás dos pares regionais.

Ásia e Pacífico

As bolsas de valores da China e de Hong Kong fecharam em baixa nesta segunda-feira, em meio às crescentes tensões com os EUA, enquanto investidores aguardavam sinais de política econômica do próximo Congresso Nacional do Povo.

Os Estados Unidos alertaram a China sobre sérias consequências se fornecesse armas para apoiar a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentando as tensões entre as duas maiores economias do mundo.

As relações EUA-China são a incerteza dominante que pesa entre os investidores, disse o Goldman Sachs. O banco observou que os gestores de carteiras de longo prazo estão hesitantes em fazer novos investimentos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,11%, a 27.423,96 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,33%, a 19.943 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,28%, a 3.258 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,42%, a 4.043 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,87%, a 2.402 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,58%, a 3.263 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,12%, a 7.224 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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