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Finanças

Ibovespa fecha quase estável na semana; dólar recua mais de 1%

No dia, o mercado repercutiu dados de inflação nos Estados Unidos.

O Ibovespa fechou próximo à estabilidade no acumulado da semana e nesta sexta-feira (28), diante de uma forte queda de Vale (VALE3) e de outras empresas de mineração e siderurgia, enquanto alta de bancos e Petrobras (PETR3, PETR4) e um cenário externo favorável serviram de contraponto.

O dólar à vista fechou a sessão em queda ante o real, acumulando baixa firme na semana, com as cotações reagindo ao cenário externo, onde a moeda norte-americana também cedeu.

No dia, o Ibovespa subiu 0,16%, aos 120.187 pontos. Na semana, o indicador teve baixa de 0,02%. O dólar caiu 0,58%, a R$ 4,7312, nesta sessão. Já no acumulado da semana a moeda norte-americana teve baixa de 1,03%.

Queda do minério

Os contratos futuros de minério de ferro estenderam as perdas nesta sexta-feira, puxados para baixo por preocupações com limites de produção de aço iminentes e crescente impaciência com a falta de atualizações sobre estímulos da China.

O contrato de minério de ferro de setembro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 2,68%, a 834,5 iuanes (US$ 116,60) por tonelada. Na Bolsa de Cingapura, o minério de ferro de referência em setembro caiu 2,34% para US$ 107,20 a tonelada.

“A recuperação do minério de ferro nos últimos meses parece cada vez mais frágil, à medida que se desvanecem as esperanças para o tipo de estímulo ‘big-bang’ e pesado em infraestrutura que a China costumava implantar”, disse o National Australia Bank em nota.

Inflação nos EUA

Ainda do cenário externo, o mercado repercutiu a notícia de que a inflação anual dos Estados Unidos desacelerou consideravelmente em junho, provavelmente deixando o Federal Reserve (Fed) mais perto de encerrar seu ciclo de alta de juros mais rápido desde a década de 1980.

Mercado em Washington 19/08/2022. REUTERS/Sarah Silbiger/File Photo.

A inflação medida pelo índice PCE subiu 0,2% no mês passado, após avanço de 0,1% em maio, informou o Departamento de Comércio nesta sexta-feira. Nos 12 meses até junho, o índice avançou 3%, taxa mais fraca nessa base de comparação desde março de 2021 e após aumento de 3,8% em maio.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços do PCE subiu 0,2%, após alta de 0,3% no mês anterior. Isso reduziu o aumento na base anual do chamado núcleo do PCE para 4,1%, o menor avanço desde setembro de 2021, de 4,6% em maio.

Economistas consultados pela Reuters previam que o núcleo do índice de preços do PCE subiria 0,2% no mês e 4,2% na comparação anual. O Fed acompanha os índices de preços do PCE para sua meta de inflação de 2%.

“Os dados vieram dentro das expectativas. Caso o índice mantenha essa trajetória baixista até a próxima reunião do Fomc, a tendência é de não termos mais elevações na taxa de juros”, disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno. “Esse dado de hoje deve influenciar positivamente a decisão da autoridade monetária.”

Dados internos

O Brasil encerrou o segundo trimestre com uma taxa de desemprego de 8%, abaixo do esperado e a mais fraca para o período em quase dez anos, em meio tanto ao forte recuo no número de empregados como aumento nos ocupados. O dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgado nesta sexta-feira ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de uma taxa de 8,2%.

Funcionários trabalham em fábrica de Vinhedo, Brasil 25/03/2020 REUTERS/Amanda Perobelli

Além disso, a dívida bruta do Brasil ficou estável em junho, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário acima do esperado, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central (BC).

A dívida pública bruta do país como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) fechou junho em 73,6%, repetindo a mesma taxa do mês anterior, e pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 74,0%.

Por fim, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) desacelerou sua queda a 0,72% em julho, após recuo de 1,93% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), citando uma deflação menos intensa ao produtor.

O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 0,71%, e levou a taxa em 12 meses a uma queda de 7,72%, renovando um recorde de deflação da série histórica.

Destaques da B3

Vale

A ação VALE3 recuou 3,96%, a R$ 67,63, após a mineradora divulgar seu balanço do segundo trimestre de 2023, que mostrou queda de 78,2% no lucro líquido no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, para US$ 892 milhões de dólares, bem abaixo do esperado por analistas. A queda de mais de 2% do minério de ferro na Ásia também pressionava o papel na sessão, bem como rumores de potencial intenção do governo de colocar Guido Mantega na presidência da empresa.

Petrobras

O papel PETR4 subiu 1,26%, a R$ 29,76, após tombo de mais de 5% na véspera, quando o papel teve o pior dia em cerca de sete meses, com preocupações sobre a política de dividendos da empresa e após divulgação de sua prévia operacional. O conselho de administração da estatal deve se reunir nesta sexta-feira para discutir sua nova política de dividendos e um potencial programa de recompra de ações, disseram fontes à Reuters na quinta-feira. O petróleo tinha leve queda na sessão.

Usiminas

O ativo USIM5 cedeu 5,34%, a R$ 7,09, após divulgar lucro líquido de R$ 287 milhões entre abril e o final de junho, queda de 73% sobre o desempenho do mesmo período de 2022, mas acima do esperado pelo mercado. Queda do minério de ferro também pesava sobre as ações.

Multiplan

A ação MULT3 ganhou 2,14%, a R$ 29,70, após a operadora de shoppings divulgar na noite da véspera alta de 43,3% no lucro líquido do segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

Hypera

O papel HYPE3 caiu 0,18%, a R$ 44, após a farmacêutica divulgar, na noite de quinta-feira, lucro líquido das operações continuadas de R$ 504,4 milhões no período de abril a junho deste ano, alta de 10,7% na comparação anual.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os três principais índices acionários dos Estados Unidos terminaram a semana com ganhos depois que uma série de balanços de grandes empresas de tecnologia, dados econômicos e anúncios de bancos centrais aumentaram a confiança de investidores em um pouso suave para a economia norte-americana.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,98%, para 4.581,73 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 1,87%, para 14.312,58 pontos. O Dow Jones subiu 0,48%, para 35.452,14 pontos.

Europa

As ações europeias recuaram de máximas de vários meses nesta sexta-feira, depois de uma série de balanços mistos e o ajuste surpresa do Banco do Japão em sua política monetária, mas as blue-chips alemãs foram contra a tendência de baixa e fecharam em um recorde, com sinais de arrefecimento da inflação.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,20%, a 470,78 pontos. O índice de referência fechou em seus níveis mais altos em quase um ano e meio na quinta-feira, depois que o Banco Central Europeu (BCE) aumentou as taxas de juros como esperado, mas levantou a possibilidade de uma pausa nos incrementos em setembro.

Abalando os nervos dos investidores, o banco central do Japão tornou sua política de controle da curva de rendimentos mais flexível e afrouxou sua defesa de um teto para a taxa de juros de longo prazo, em movimentos vistos como um prelúdio para uma eventual mudança do forte estímulo monetário.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,02%, a 7.694,27 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,39%, a 16.469,75 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,15%, a 7.476,47 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,33%, a 29.500,20 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,10%, a 9.685,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,43%, a 6.161,99 pontos.

Ásia e Oceania

As ações da China subiram nesta sexta-feira e registraram sua melhor semana desde novembro, depois que os principais líderes do país prometeram na reunião do Politburo realizada nesta semana mais medidas de apoio para ajudar na recuperação econômica.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,40%, a 32.759 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,41%, a 19.916 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,84%, a 3.275 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 2,32%, a 3.992 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,17%, a 2.608 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,30%, a 17.292 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,01%, a 3.371 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,70%, a 7.403 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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