Os principais fundos brasileiros estão otimistas com a bolsa em razão da crescente expectativa de cortes de juros, que tem alimentado um rali dos ativos locais.

A Genoa Capital, que administra R$ 15,8 bilhões, montou posição em ações dos setores de matérias-primas e energia. A Verde Asset Management, liderada por Luis Stuhlberger, diz que cerca de 20% de sua exposição ao risco está alocada em ações brasileiras, que podem obter um impulso adicional com o início da redução da taxa Selic. A Legacy Capital encerrou uma aposta pessimista de longa data nas ações domésticas e prevê um ciclo de queda dos juros a partir de agosto.

Prédio do Banco Central em Brasília 29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

O Ibovespa opera no maior nível em oito meses em meio à consolidação entre os investidores da aposta de corte de 0,25 ponto percentual da Selic em agosto, de acordo com a precificação do mercado.

As gestoras também mantêm apostas nos juros futuros, mesmo com muitos cortes já precificados – a curva aponta para uma taxa de aproximadamente 9,5% no fim de 2024. A Ibiuna Investimentos tem visão positiva com os mercados locais no curto prazo e possui posições que lucram com a queda das taxas. 

A Selic está em 13,75% – o maior patamar em seis anos – desde agosto, após um ciclo de alta de 17 meses. O BC deve manter a taxa na reunião desta semana.

Uma avaliação otimista também pode ser vista também no mercado de câmbio, com o dólar negociado nos menores níveis desde junho de 2022. A Absolute Investimentos abriu uma aposta na valorização do real. 

Uma cesta de hedge funds locais subiu 0,81% em maio, de acordo com o índice IHFA da Anbima, no segundo mês seguido de alta. 

Veja o que os principais fundos brasileiros disseram em suas notas mensais:

Absolute

A Absolute tem uma posição que ganha com a alta dos juros curtos no Brasil e espera que o ciclo de flexibilização se inicie a um ritmo de 0,25 ponto percentual em setembro. 

Adam

A atividade econômica do Brasil mostra força e o mercado de trabalho está apertado, disse o Adam Capital. O fundo está posicionado para uma “pouso suave” nos EUA e está comprado em ouro. 

Bahia 

O Bahia detém posições aplicadas e que se beneficiam do achatamento — redução do diferencial de juros entre taxas longas e curtas — no Brasil. A gestora também aposta em quedas taxas das de juros nos mercados desenvolvidos. 

Genoa

A Genoa Capital está comprada no real frente ao dólar e tomada — aposta que ganha com a alta — em juros curtos nos EUA e na África do Sul.

Ibiuna

O fundo disse que tem o viés de ficar vendido no dólar em relação ao euro e a moedas de carrego elevado, como o real e o peso mexicano.

Kapitalo Investimentos

A Kapitalo aumentou as posições aplicadas em juros no México e as apostas vendidas no yuan chinês.

Legacy

A Legacy Capital disse que procura aumentar a posição aplicada em juros em países onde a combinação de fundamentos econômicos e a precificação de cortes de juros parece atraente.

Verde Asset Management

A gestora está comprada em bolsas globais e tomada em juros nos EUA e no Japão. A Verde está comprada em inflação implícita no Brasil.

Vinland Capital 

Vinland diz que um ciclo de flexibilização pode começar em agosto com um corte gradual, já que as expectativas de inflação continuam acima da meta e a economia é incerta. Fundo está posicionado para se beneficiar de taxas mais baixas no Brasil, Chile e México. 

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