Os principais fundos brasileiros estão otimistas com a bolsa em razão da crescente expectativa de cortes de juros, que tem alimentado um rali dos ativos locais.
A Genoa Capital, que administra R$ 15,8 bilhões, montou posição em ações dos setores de matérias-primas e energia. A Verde Asset Management, liderada por Luis Stuhlberger, diz que cerca de 20% de sua exposição ao risco está alocada em ações brasileiras, que podem obter um impulso adicional com o início da redução da taxa Selic. A Legacy Capital encerrou uma aposta pessimista de longa data nas ações domésticas e prevê um ciclo de queda dos juros a partir de agosto.
O Ibovespa opera no maior nível em oito meses em meio à consolidação entre os investidores da aposta de corte de 0,25 ponto percentual da Selic em agosto, de acordo com a precificação do mercado.
As gestoras também mantêm apostas nos juros futuros, mesmo com muitos cortes já precificados – a curva aponta para uma taxa de aproximadamente 9,5% no fim de 2024. A Ibiuna Investimentos tem visão positiva com os mercados locais no curto prazo e possui posições que lucram com a queda das taxas.
A Selic está em 13,75% – o maior patamar em seis anos – desde agosto, após um ciclo de alta de 17 meses. O BC deve manter a taxa na reunião desta semana.
Uma avaliação otimista também pode ser vista também no mercado de câmbio, com o dólar negociado nos menores níveis desde junho de 2022. A Absolute Investimentos abriu uma aposta na valorização do real.
Uma cesta de hedge funds locais subiu 0,81% em maio, de acordo com o índice IHFA da Anbima, no segundo mês seguido de alta.
Veja o que os principais fundos brasileiros disseram em suas notas mensais:
Absolute
A Absolute tem uma posição que ganha com a alta dos juros curtos no Brasil e espera que o ciclo de flexibilização se inicie a um ritmo de 0,25 ponto percentual em setembro.
- Absolute Vertex FIC +1,44% em maio; taxa de referência do CDI +1,12%
Adam
A atividade econômica do Brasil mostra força e o mercado de trabalho está apertado, disse o Adam Capital. O fundo está posicionado para uma “pouso suave” nos EUA e está comprado em ouro.
- Adam Macro II FIC -0,15%
- Link para carta
Bahia
O Bahia detém posições aplicadas e que se beneficiam do achatamento — redução do diferencial de juros entre taxas longas e curtas — no Brasil. A gestora também aposta em quedas taxas das de juros nos mercados desenvolvidos.
- Bahia AM Marau FIC -1,22%
- Link para carta
Genoa
A Genoa Capital está comprada no real frente ao dólar e tomada — aposta que ganha com a alta — em juros curtos nos EUA e na África do Sul.
- Genoa Capital Radar FIC FIM +1,89%
- Link para carta
Ibiuna
O fundo disse que tem o viés de ficar vendido no dólar em relação ao euro e a moedas de carrego elevado, como o real e o peso mexicano.
- Ibiuna Hedge STH FIC +0,09%
Kapitalo Investimentos
A Kapitalo aumentou as posições aplicadas em juros no México e as apostas vendidas no yuan chinês.
- Kapitalo Kappa FIN -0,17%
- Link para carta
Legacy
A Legacy Capital disse que procura aumentar a posição aplicada em juros em países onde a combinação de fundamentos econômicos e a precificação de cortes de juros parece atraente.
- Legacy Capital FIC +2,09%
- Link para carta
Verde Asset Management
A gestora está comprada em bolsas globais e tomada em juros nos EUA e no Japão. A Verde está comprada em inflação implícita no Brasil.
- Verde FIC FIM +0,89%
- Link para carta
Vinland Capital
Vinland diz que um ciclo de flexibilização pode começar em agosto com um corte gradual, já que as expectativas de inflação continuam acima da meta e a economia é incerta. Fundo está posicionado para se beneficiar de taxas mais baixas no Brasil, Chile e México.
- Vinland Macro FIC FIM +0,84%
Veja que é mini-índice e como funciona?
Veja também
- Dois sócios, um terminal Bloomberg e um sonho: a receita de (in)sucesso das gestoras no Brasil
- Empresa apoiada por Mubadala vê ativos dobrando para US$ 100 bilhões
- Hora de acelerar para tornar o marco dos fundos realidade
- A Faria Lima aponta seu canhão de dinheiro para o mercado imobiliário em Portugal
- Gestoras brasileiras alimentam volatilidade em mercados da América Latina