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Finanças

Dólar fecha em alta de 4,04%, maior crescimento diário em 2 anos; Ibovespa cai

Investidores reagiram à perspectiva de juros mais altos nos EUA.

dólar e ibovespa
Notas de dólar 07/11/2016 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração

O dólar disparou nesta sexta-feira (22), registrando a maior alta percentual diária desde o começo da pandemia de covid-19, em 16 de março de 2020. Já o principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, caiu forte, acompanhando desempenho em Wall Street e refletindo o tombo da véspera nos mercados norte-americanos, quando a B3 fechou para feriado, diante de perspectiva de um aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos.

No dia, o dólar avançou 4,04%, negociado a R$ 4,8061. Na semana, a moeda acumulou alta de 2,33%. Na sessão desta sexta-feira, o Ibovespa teve queda de 2,86%, aos 111.077 pontos. Na semana, o indicador teve baixa de 4,39%.

Juros nos EUA

O chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, afirmou na quinta-feira (21) que um aumento de 0,5 ponto percentual nos juros estará “sobre a mesa” quando o banco central dos EUA se reunir em maio, acrescentando que seria apropriado “agir um pouco mais rapidamente“.

O comentário – que consolida a ampla expectativa de que o banco central norte-americano intensificará a dose de aperto monetário diante da inflação mais alta em quatro décadas – levou o índice do dólar contra uma cesta de rivais fortes a tocar uma máxima em 25 meses nesta sexta-feira, enquanto várias divisas arriscadas pares do real, como rand sul-africano, dólar australiano e peso mexicano, caíam.

“A visão de que o Fed deve apertar o passo, que foi sustentada pelas autoridades mais hawkish (favoráveis a alta de juros) no início, passou a ser amplamente aceita. Com isso, o mercado já precifica pelo menos três altas de meio ponto (nos juros) nas próximas reuniões”, disse a XP em nota.

Juros mais altos nos EUA elevam a atratividade de se investir no país, o que tende a beneficiar o dólar.

Cenário interno: política

Presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto 18/04/2022 REUTERS/Adriano Machado

Enquanto isso no Brasil, investidores digeriram o noticiário político mais tenso. Na véspera, feriado de Tiradentes que manteve os mercados locais fechados, o presidente Jair Bolsonaro anunciou um decreto concedendo perdão ao deputado Daniel Silveira por meio de uma “graça constitucional”, um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) condenar o parlamentar pelos crimes de coação no curso do processo e atentado ao ​Estado Democrático de Direito. A medida, vista por muitos como uma afronta ao STF, tem potencial de abrir nova crise com a cúpula do Judiciário.

Neste cenário, o real liderava as perdas globais, o que parte dos mercados associou à notícia sobre o decreto de Bolsonaro. Enquanto isso, alguns participantes do mercado também citaram movimento de ajuste no preço do dólar – que havia caído acentuadamente na quarta-feira – na volta do feriado de Tiradentes.

Bolsas mundiais

Wall street

Wall Street caiu mais que 2,5% nesta sexta-feira, o que fez com que os três índices fechassem a semana em território negativo, depois que notícias surpreendentes sobre balanços empresariais e certeza crescente em torno da iminência de aumentos agressivos da taxa de juros afetar investidores.

O índice S&P 500 fechou em queda de 2,77%, a 4.271,78 pontos. O Dow Jones caiu 2,82%, a 33.811,40 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite recuou 2,55%, a 12.839,29 pontos.

Foi a terceira semana consecutiva de perdas para os índices S&P 500 e Nasdaq, enquanto o índice Dow Jones registrou sua quarta queda semanal consecutiva. O Dow Jones sofreu sua maior queda diária desde outubro de 2020.

Europa

As ações europeias fecharam em mínimas em quase um mês nesta sexta-feira, conforme uma combinação de fatores negativos como o lockdown contra a covid-19 na China e preocupações com altas rápidas dos juros abalavam o sentimento globalmente.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,79%, a 453,31 pontos, seu resultado mais fraco desde 25 de março.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,39%, a 7.521,68 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 2,48%, a 14.142,09 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,99%, a 6.581,42 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 2,12%, a 24.279,63 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,84%, a 8.652,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,87%, a 6.002,91 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações chinesas registraram sua maior queda semanal em seis semanas nesta sexta-feira, enquanto o iuan ampliou as perdas, já que os rígidos lockdowns da covid-19 no país paralisaram a atividade econômica em muitas cidades grandes, mesmo com as autoridades prometendo fornecer mais ajuda às empresas atingidas pelas medidas.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,63%, a 27.105 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,21%, a 20.638 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,23%, a 3.086 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,44%, a 4.013 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,86%, a 2.704 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,60%, a 17.025 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,38%, a 3.361 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,57%, a 7.473 pontos.

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