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Finanças

Ibovespa fecha em alta puxado por Vale; dólar encerra abaixo dos R$ 5

Investidores repercutiram crescimento abaixo do esperado da economia norte-americana.

O principal indicador de ações da bolsa brasileira, Ibovespa, subiu nesta quinta-feira (27), puxado especialmente pelo bom desempenho do papel da mineradora Vale, enquanto o dólar sofreu queda frente ao real. O mercado também repercutiu a divulgação de dados de inflação e do setor de serviços no Brasil, além de acompanhar o crescimento da economia dos Estados Unidos no primeiro trimestre.

O Ibovespa avançou 0,60%, aos 102.923 pontos. Já o dólar recuou 1,52%, a R$ 4,9801.

IGP-M e serviços no Brasil

O mercado repercutiu a divulgação de indicadores da economia interna. O primeiro deles é o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M), conhecido como referência para reajustes do aluguel, que teve deflação de 0,95% em abril, após alta de 0,05% em março, segundo dados divulgados nesta quinta pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com o resultado, o índice acumula variação negativa de 0,75% no ano e retração de 2,17% em 12 meses. Essa é a primeira vez, desde fevereiro de 2018, que a taxa em 12 meses fica negativa.

Também nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o volume do setor de serviços cresceu 1,1% em fevereiro na comparação com o mês anterior, quando houve queda de 3%. Frente ao mesmo mês de 2022, o segmento teve alta de 5,4%. O avanço foi puxado pelo setor de transportes, em especial de carga e passageiros.

Presidente do BC, Roberto Campos Neto; ministro da Fazenda, Fernando Haddad; presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; ministra do do Planejamento, Simone Tebet. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Presidente do BC, Roberto Campos Neto; ministro da Fazenda, Fernando Haddad; presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; ministra do do Planejamento, Simone Tebet. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Além disso, no cenário interno, seguem as discussões sobre a taxa Selic e as críticas do governo. Ao lado do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em debate no Senado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta que o país terá problemas fiscais se a economia continuar desacelerando como resultado da condução da política monetária, e pediu “harmonização” entre ações do governo e do BC.

Na mesma sessão, Campos Neto voltou a pregar persistência no combate à alta de preços, defendeu o sistema de metas de inflação e justificou o atual nível dos juros, listando fatores que levaram o país a esse quadro.

PIB dos EUA

O crescimento econômico dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, apesar do aumento nos gastos do consumidor, e a atividade deve se moderar ainda mais à medida que os efeitos da taxa de juros mais alta se espalham.

O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 1,1% no último trimestre, informou o Departamento de Comércio em sua primeira estimativa, nesta quinta-feira. A economia havia crescido a um ritmo de 2,6% no quarto trimestre. Economistas consultados pela Reuters previam avanço do PIB a uma taxa de 2%.

Supermercado em Nova York 10/06/2022. REUTERS/Andrew Kelly/File Photo

O dado mais fraco do que o esperado tende a sustentar esperanças de que o Federal Reserve (Fed) seja mais brando do que o esperado na condução da política monetária. Num geral, após a leitura, persistiu a visão majoritária do mercado de que o banco central dos EUA elevará os juros em 0,25 ponto percentual uma última vez em seu encontro da semana que vem.

“Apesar dessa situação ser preocupante, o mercado de trabalho ainda apresenta níveis historicamente baixos de desemprego, em torno de 3,5%, o que contribui para a expectativa de pelo menos mais uma elevação de juros nos EUA a ser anunciada na primeira semana de maio”, comenta Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.

Destaques da bolsa

Vale

resultado do primeiro trimestre de 2023 da Vale (VALE3) ficou abaixo do que era esperado por analistas. Mesmo assim, a ação na mineradora fechou o dia em alta de 2,12%.

Guilherme Nippes, analista da XP Investimentos, destacou em relatório que, embora já antecipasse um resultado mais fraco devido à piora na dinâmica da receita, notou que os custos de produção mais altos foram o principal destaque negativo nos resultados da empresa.

Petz

Analistas do JPMorgan rebaixaram a recomendação para as ações da Petz (PETZ3) de “overweight” para “neutra”, citando o impacto do cenário macroeconômico e de uma competição mais acirrada no setor de produtos e serviços para animais de estimação.

O banco norte-americano também cortou o preço-alvo da ação de R$ 13 para R$ 7,50, patamar que sugere um potencial de alta de 18% ante o fechamento do papel na quarta-feira.

As ações da Petz recuaram 4,87%, entre as maiores quedas do Ibovespa.

Bombril

Fora o Ibovespa, o papel BOBR4 subiu 3,65%, depois de disparar mais de 12% neste pegão, embora com pouco volume. A Bombril afirmou mais cedo que descarta um pedido de recuperação judicial e que operação anterior junto a fundo de investimento servirá para reperfilamento de sua estrutura de capital de terceiros.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street terminaram o dia em alta, com balanços melhores do que o esperado da Meta Platforms, Eli Lilly e Comcast superando os dados do PIB mostrando que a economia dos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,94%, para 4.134,74 pontos. O Nasdaq subiu 2,43%, para 12.142,24 pontos. O Dow Jones avançou 1,58%, para 33.827,12 pontos.

Europa

As ações europeias fecharam em alta nesta quinta sustentadas por balanços positivos, especialmente do Deutsche Bank e do Barclays, o que diminuiu as preocupações sobre a saúde do setor bancário dos Estados Unidos, enquanto a dinamarquesa SimCorp disparou após acordo com o Deutsche Boerse.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,18%, a 464,03 pontos, e registrou ganhos pela primeira vez em três sessões.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,27%, a 7.831,58 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,03%, a 15.800,45 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,23%, a 7.483,84 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,19%, a 27.158,00 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,22%, a 9.314,60 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,83%, a 6.244,18 pontos.

Ásia

As ações da China subiram nesta quinta-feira, lideradas pelas seguradoras já que balanços melhores do que o esperado impulsionaram o humor, enquanto os investidores continuaram a avaliar as tensões geopolíticas e dados econômicos.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,15%, a 28.457 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,42%, a 19.840 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,67%, a 3.285 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,74%, a 3.988 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,44%, a 2.495 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,24%, a 15.411 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,36%, a 3.282 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,32%, a 7.292 pontos.

*Com informações da Reuters.

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