Siga nossas redes

Finanças

Ibovespa caminha para liderar lista de melhores investimentos do 1º tri; COMPARE

Já o bitcoin apresenta o pior retorno no período, a poucos dias do final de março.

Melhores investimentos em 2022, no acumulado até 23 de março. (Elaboração: Samy Dana)

O Ibovespa caminha para ficar na liderança da lista dos melhores investimentos em 2022 no primeiro trimestre. Já o bitcoin ocupa a última posição no ranking. 

Segundo o levantamento, no acumulado até o dia 23 de março, o principal indicador da bolsa de valores brasileira acumulava um avanço de 13,02%. 

Isso significa que que, ao lado o IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA), os investimentos que acompanharam a rentabilidade do Ibovespa foram os único a superar a inflação acumulada no mesmo período. 

O retorno do IHFA ficou em 4,36%, contra 2,42% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

O IHFA é uma referência para a indústria de hedge funds. No Brasil, esses produtos se assemelham aos fundos multimercado de gestão ativa, com aplicações em diversos segmentos do mercado e várias estratégias de investimento.

Já na lista dos retornos positivos nominais, mas com perda real (ou seja, o rendimento ficou abaixo da inflação), ficou o Certificado de Depósito Interbancário ou Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que serve de parâmetro para a rentabilidade de investimentos como o Certificado de Depósito Bancário (CDB). A alta no período foi de 2,11%. 

Também teve retorno abaixo da inflação o IMA, indicador que acompanha o rendimento médio dos títulos públicos. A alta foi de 1,54%, em meio ao ciclo de elevação da taxa Selic para tentar conter a inflação – o que beneficia o rendimento de alguns tipos de títulos, mas prejudica outros. 

Já a poupança teve 1,06% de retorno acumulado em 2022. 

Na outra ponta, as perdas foram lideradas pelo bitcoin, com baixa de 21,4%. Em seguida veio o dólar, que acumulou queda de 13% sobre o real. 

É importante destacar que o ranking considera o retorno bruto dos investimentos – ou seja, não leva em consideração os descontos de impostos e a própria inflação, pontos que devem ser considerados pelo investidor. 

Outro ponto de atenção é o fato de o levantamento ser uma “fotografia” de um período curto, de menos de 3 meses, enquanto a recomendação é que o investidor monte estratégia de prazo mais longo.

Virada de jogo

O mercado vive um momento de “virada de jogo” após os anos anteriores, em que o Ibovespa e o real figuraram na lista de piores desempenhos na comparação com os índices de ações e moedas de outros países. 

Enquanto em 2020 e 2021 o Brasil viveu uma perda dupla, com o real se desvalorizando frente ao dólar e o Ibovespa registrando retorno negativo, o cenário agora é o contrário, com bolsa em alta e dólar recuando. 

Veja abaixo o comparativo:

Ibovespa em 2020 e 2021

Bolsas pelo mundo: piores desempenhos em 2020. (Elaboração: Samy Dana)
Bolsas pelo mundo: piores desempenhos em 2021. (Elaboração: Samy Dana)

Já em 2022, o indicador da bolsa brasileira apresenta retorno acumulado superior ao de outros países.

Em uma lista com 43 países, o Ibovespa tem o 3º maior retorno, perdendo apenas do S&P 500 (Estados Unidos), do BIST 100 (Turquia) e Tadawul All Share (Arábia Saudita).

Real x dólar em 2020, 2021 e 2022 (acumulado até março)

Moedas pelo mundo: piores desempenhos em 2020. (Elaboração: Samy Dana)
Moedas pelo mundo: piores desempenhos em 2021. (Elaboração: Samy Dana)
Moedas pelo mundo: melhores desempenhos em 2022. (Elaboração: Samy Dana)

Melhores investimentos para 2022

Os especialistas apontam que as escolhas para investimentos devem sempre seguir o perfil do investidor, mas algumas peculiaridades permitem traçar estratégias para 2022. Veja abaixo as opiniões de alguns especialistas sobre investimentos em bolsa, dólar e renda fixa no cenário atual.

Bolsa de valores

Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, empresa de tecnologia e educação para investidores, comenta por exemplo o desempenho da bolsa de valores. “Depois dessa recente alta até os 120 mil pontos do Ibovespa, temos que garimpar oportunidades de papeis que estão entregando bons lucros e gerando caixa e que tenham ficado para trás”, afirma, acrescentando que é possível enxergar “atualmente essa característica por exemplo no setor elétrico”. 

“É um setor que ficou bem largado em 2021 inteiro e que o resultado é resiliente já que os contratos são corrigidos pela inflação. Além dos resultados passados resilientes, o investidor ainda tem a chance de surfar uma possível queda da curva de juros pós-eleição, o que deixaria a atratividade do setor ainda mais elevada”, diz Oliveira. 

Ainda falando sobre ações, ele diz que é “difícil dizer como estarão as commodities até o final do ano, mas por enquanto com o que temos de informação hoje, é um outro setor que está com bom ‘momentum’ e devemos aproveitar.

Já Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, lembra que há boas oportunidades na bolsa entre empresas menores. “As principais ações que subiram foram Petrobras e Vale, porém outras empresas, principalmente small caps, ainda se tornam bastante atrativas. Obviamente o fluxo estrangeiro que tem entrado no Brasil vem primariamente para as maiores ações. Porém, há outras empresas muito boas que estão defasadas.”

Dólar

Outro ponto destacado pelos especialistas é a recente queda do dólar, que pode criar boas oportunidades para o investidor se expor à moeda neste momento.

“Parece ser interessante aproveitar esse recuo do dólar neste início de 2022 para fazer uma reserva em moeda americana. Tomar um pouco de posição em dólar neste momento não vai fazer mal a ninguém”, escreveu em relatório Antonio Marcos Samad Júnior, CEO da mesa proprietária Axia Investing.

“Vale aproveitar a oportunidade para diversificar um pouco os investimentos no exterior também, seja por remessa e aplicando em ações lá fora ou por investimentos em BDR”, concorda Oliveira. 

Renda fixa

Entre os investimentos em renda fixa, Oliveira comenta que a Selic elevada pode gerar alguma atratividade, “mas o investidor precisa tomar cuidado na diversificação”. 

“A melhor forma de alocação é a gente sempre diversificar tanto em termos de ativo quanto em termos de prazo. A gente não sabe até onde vai a alta dos juros, o mercado hoje já não precifica mais uma queda de juros no final do ano. A inflação segue descontrolada e neste ano já não existe possibilidade de trazê-la para a meta. Então, minha sugestão é fatiar as aplicações em renda fixa.”

Francis Wagner, CEO do App Renda Fixa, aponta que os produtos de renda fixa mais vantajosos no curto prazo, considerando o cenário atual, são os títulos inflacionários, ou seja, aqueles indexados ao IPCA ou IGPM, por exemplo. Outra possibilidade são os títulos indexados ao CDI.

“Já no longo prazo, considerando investimentos com prazos acima de 5 anos, a diversificação de ativos acaba sendo mais adequada. Nesse caso, é importante conciliar uma cesta de investimentos compostos por ativos de diferentes prazos de vencimento, diferentes índices de remuneração e diferentes classes de ativos”, opina Wagner.

Veja também:

Abra sua conta! É Grátis

Já comecei o meu cadastro e quero continuar.