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Finanças

Mercado bullish? S&P 500 atinge novo recorde abrindo rali de alta

Otimismo do mercado americano se deve a crença de menor espaço para uma recessão em 2024, segundo o estrategista chefe da Avenue nos EUA, William Castro.

O índice S&P 500 atingiu um novo recorde nesta segunda-feira (22), estendendo a corrida do chamado “bull-market” ou mercado “bullish” em referência ao sentimento de alta das bolsas americanas. As ações de megacapitalização e de chips puxam o índice S&P500, que atingiu um novo recorde, superando a máxima de sexta-feira de 4.842 pontos, com ações como Alphabet, Meta Platforms e Apple adicionando mais de 1% cada.

Às 17h (horário de Brasília) o índice americano marcava 4.850 pontos, leve alta de 0,2% intradia.

Para o estrategista chefe da Avenue nos EUA, William Castro, o otimismo se deve a crença de que o cenário principal de crescimento é o de um “soft landing”, ou de que o mercado vê menos espaço para uma recessão em 2024.

Isso porque vem sendo observado uma mudança em uma variável importante que afeta o mercado como um todo: a reprecificação das apostas em relação às taxas de juros, segundo Castro. “Assim como se fosse de uma hora para outra, os agentes do mercado parecem alterar suas opiniões. Nesta semana, notamos um aumento na probabilidade de manutenção das taxas de juros em março e uma diminuição nas apostas de cortes no mesmo mês”.

No entanto, mais importante do que as probabilidades é o impacto na curva de juros dos títulos do Tesouro de 10 anos, que voltaram a subir. O que por sua vez vem refletindo no desempenho do S&P500 desde final de outubro, com alta de aproximadamente 15% no período, segundo a Avenue.

“Com isso, temos visto o mercado operar em níveis de ganância (sentimento medido pelo Fear and Greed index da CNN) e com uma avaliação muito próxima das máximas”.

O estrategista aponta que o S&P500 negocia com o maior múltiplo esperado para os próximos 12 meses em 20 anos. “Por isso, sugerimos cautela ao realizar alocações na bolsa”.

Na última sexta-feira, o S&P 500 fechou em seu máximo histórico em mais de dois anos, confirmando o bull-market desde seu fechamento em baixa de outubro de 2022. O movimento ocorreu após forte previsão focada em inteligência artificial da TSMC, de Taiwan.

“Magnificent 7”

As ações de tecnologia e de inteligência artificial impulsionaram o índice americano em 2023, em especial, as “Magnificent 7”, com desempenho muito acima da média ao longo do ano. Nvidia (NVDC34), Apple (AAPL34), Alphabet (GOGL34), Microsoft (MSFT34), Amazon (AMZO34), Tesla (TSLA34e Meta (FBOK34) acumularam ganhos de 64% na média no período, contra 20,3% do S&P. Juntas essas empresas representam 27,4% do valor de mercado do índice americano.

“Com isso, percebemos que o múltiplo dessas ações hoje se mostra bem acima da média do mercado”, observa Castro.

Para os investidores que se perguntam se perderam a oportunidade de investir no setor, a boa notícia, segundo Castro, é que a bolsa americana possui uma variedade de alternativas de investimento, além das “Magnificent 7”.

“Ao observar setorialmente, chama a atenção a baixa alocação em setores mais defensivos (com menos beta, ou menor volatilidade), como saúde e utilidades públicas, por exemplo, além do setor imobiliário”.

O estrategista comenta que todos estes setores tiveram desempenho mais fraco que o S&P500 nos últimos 12 meses, e que o setor imobiliário chama ainda mais atenção pelo fato de sofrer influência das taxas de juros.

Já as small caps (ações de menor capitalização de mercado) têm uma parcela maior de dívida com taxas flutuantes, logo, a possibilidade de cortes de juros tende a aliviar seu balanço ou gasto com encargos da dívida. “Empresas menores dependem mais de bancos do que do acesso direto ao mercado de capitais (dado o menor porte de suas captações), logo, condições monetárias menos restritivas também tendem a beneficiar a classe”.

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