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Finanças

Após Black Friday, Morgan Stanley recomenda Mercado Livre e rebaixa Americanas, Via e Magalu

Analistas do banco americano cortam projeções para as concorrentes de e-commerce no Brasil.

Com as varejistas antecipando suas promoções ao fazer uma Black Friday prolongada em novembro, o resultado das vendas online foi decepcionante – ou ruins – como apontaram diferentes levantamentos na véspera. 

Dados da Confi Neotrust, em parceria com a empresa de inteligência de dados ClearSale, revelaram recuo anual de 34,2% no faturamento do varejo online de meia-noite de quinta-feira até sexta-feira às 19 horas, para cerca de R$ 3,1 bilhões. E como resultado, as ações de varejistas brasileiras amargaram perdas na segunda-feira (28). 

No entanto, o Mercado Livre – cujos BDRs MELI34 são negociados na B3 – foi apontado pelo Morgan Stanley como o vencedor da data reconhecida pelos descontos e por ser a alegria dos consumidores. O gigante argentino de e-commerce abriu os números de faturamento considerando a semana promocional de segunda-feira (21) a domingo (27). Foi registrado nesse período um aumento de 19% nas vendas brutas, com um crescimento acima das expectativas para eletrônicos e moda, segundo a companhia em comunicado à imprensa.

“Embora essas categorias tenham sido destaque em todo o comércio eletrônico brasileiro, a performance do Mercado Livre se descolou do mercado, que sofreu queda de 23%, durante a sexta-feira (25), em relação a 2021, segundo análise da NielsenIQ|Ebit. No mesmo dia, o avanço do Mercado Livre foi de 10%. O grande destaque, no entanto, foi o fim de semana, que registrou um incremento acima dos 30%”.

Os dados fizeram o banco americano fazer uma comparação do Mercado Livre com seus pares de comércio eletrônico no Brasil: Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3).

Segundo os analistas Andrew Ruben e Alexandre Namioka, que assinam o relatório, o Mercado Livre apresentou um crescimento de 19% no GMV (sigla para volume bruto de mercadorias) apenas na semana da Black Friday, o que aponta para a continuidade de ganhos em participação de mercado em relação aos pares. No terceiro trimestre, a empresa de e-commerce registrou crescimento de 20% na base anual, logo, é projetado um crescimento de mais 18% no 4º trimestre deste ano.  

Já as concorrentes Magazine Luiza, Via e Americanas tiveram queda de 11% no GMV online quando comparado a igual período do ano anterior. Agora, é projetado uma queda menor, de 3% para o 4º trimestre. Os analistas não levaram em consideração o volume de vendas nas lojas físicas.

“Também observamos que os números do setor foram apenas online, enquanto para as lojas físicas prevemos crescimento à medida que o cenário físico se normalizou em relação à temporada de festas de 2021”. 

Mas o Morgan Stanley aponta que o cenário de curto prazo continua desafiador  para as empresas multicanais e que operam em diferentes segmentos (MGLU3, VIIA3  e AMER3) dado a exposição a categorias mais cíclicas e de ticket mais alto, como eletrônicos. 

O que fazer com as ações?

Diante deste cenário, os analistas recomendam as ações do Mercado Livre sendo elas as preferidas do setor. O preço alvo é de US$ 1.550 para os papéis negociados na Nasdaq, o que representa um crescimento de 68% segundo fechamento no dia anterior. 

Os papeis da Americanas (AMER3) continuam com recomendação overweight (quando a exposição é acima da média do mercado, o que equivale a compra), apesar das pressões no curto prazo. O preço caiu de R$ 24 para R$ 21 – o que representa um potencial de alta de 112% considerando o fechamento na véspera. 

“Não acreditamos que os resultados do 4º trimestre mudem a narrativa; no entanto, estamos atentos a atualizações estratégicas sob o novo CEO Sergio Rial (a partir de 23 de janeiro), que podem servir como um catalisador positivo se um plano de recuperação confiável for estabelecido”.

Já a recomendação para ações da Magazine Luiza (MGLU3) foi mantida em equalweight (que é quando o papel está em linha com a média do mercado e equivale a neutra).  O preço alvo permaneceu em R$ 4, o que aponta para uma potencial valorização de 20,5% na cotação do dia anterior). 

E para os papéis da Via (VIIA3), a recomendação foi mantida em underweight (que é quando uma ação está abaixo da média do mercado, o que equivale à venda). O  preço-alvo teve queda de R$ 2,50 para R$ 2,25 – potencial  valorização de 7,7% quando comparado com o fechamento de ontem.

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