Resumo da semana anterior (23 a 27/01)
A semana passada foi marcada pela liquidez reduzida nos mercados asiáticos, que passaram pelo feriado do Ano Novo Lunar durante a maior parte dos dias em países como China, Taiwan e Coreia e então o índice Nikkei registrou uma alta semanal de 1,87% por ter sido a bolsa asiática de maior destaque que acompanhou os ânimos dos investidores na semana.
Nos EUA a semana foi de ganhos de 2,32% do S&P 500, 1,55% do Dow Jones e 4,03% do índice Nasdaq refletindo os destaques da temporada de balanços e pela divulgação do PIB do país com avanço de 2,9% na comparação anual do quarto trimestre de 2022, resultado acima do esperado pelo mercado mas em desaceleração quando comparado com o crescimento de 3,2% do trimestre anterior. Além dele, o índice de preços PCE de dezembro teve uma alta de 0,1%, metade do valor esperado pelo mercado, resultando na desaceleração na alta em 12 meses de 5,5% para 5%, melhorando ainda mais os ânimos dos investidores.
Aqui no Brasil, os investidores começaram a semana passada com preocupações em relação a criação de uma moeda para uso em transações comerciais entre países latino-americanos como Argentina. Também no cenário econômico, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) pelo IBGE que, em janeiro deste ano, registrou alta de 0,55%. Já no cenário corporativo o destaque foi para a eleição de Jean Paul Prates no comando interino da Petrobras até abril, fazendo os papéis da empresa recuarem na quinta-feira (26).
Mesmo assim o Ibovespa conseguiu encerrar a semana com uma leve alta de 0,25% aos 112.316,16 pontos também repercutindo o começo da temporada de balanços do 4º trimestre de 2022 iniciada pela Cielo na quinta-feira (26) e que continua a partir de 2 de fevereiro com empresas do setor bancário.
Mercados hoje
Nesta segunda-feira (30) os mercados reagem de maneira ruim aos dados econômicos da Alemanha, contaminando as bolsas europeias no começo do dia enquanto os contratos futuros dos índices dos EUA caem após a publicação de um artigo no The Wall Street Journal indicando uma maior chance do Fed subir os juros para patamares acima do esperado pelo mercado, voltando a preocupar investidores e podendo causar volatilidade nos mercado já que acontece nesta quarta-feira (01) o resultado da decisão de juros pelo Fed além de dados do payroll na sexta-feira (03)
Asia: ainda impactados por parte do bom humor do fechamento da sexta-feira passada, as bolsas asiáticas tem um dia misto com ganhos de 0,19% no Nikkei, 0,14% em Shanghai, 3,76% do Taiex enquanto o Kospi fecha em queda de 1,35% e Hang Seng registra perdas de 2,73%.
Europa: os investidores reagem ao PIB alemão referente ao 4T22 com queda de 0,2% em relação ao 4T22 contrariando a expectativa de uma estabilidade após a alta de 0,5% do trimestre anterior. Na comparação anual, o PIB passa de uma alta de 1,3% no 3T22 para uma alta de 0,5% no 4T22, resultado abaixo do esperado. A preocupação na semana também é com as reuniões de bancos centrais como no Reino Unido e zona do Euro na quinta (02) com expectativas de elevações nos respectivos juros. O índice alemão DAX registrava um recuo de 0,86% no começo do dia enquanto o FTSE cai 0,03%, o CAC recua 0,70%, o IBEX tem perdas de 0,22% e o Euro Stoxx opera em queda de 1,11%.
EUA: os pré-mercados operam em queda no começo do dia com os recuos de 1,34% do índice Nasdaq, 1% do S&P 500 e 0,74% do Dow Jones. Os investidores acompanham a divulgação de resultados da semana de empresas como a Exxon Mobil, McDonald´s e Pfizer na terça (31), Meta na quarta (01) e Apple e Google na quinta (02) enquanto acompanham os acontecimentos da semana como divulgações de dados econômicos e a reunião do Fed na quarta (01).
Commodities: o petróleo Brent e WTI operam com leve altas de 0,21% e 0,15% respectivamente enquanto o gás natural tem uma queda de 4,53%.
Brasil
Os investidores brasileiros continuam a acompanhar o desenrolar do caso Americanas enquanto aguardam a chegada da temporada de balanços do setor bancário e das varejistas para entenderem melhor os impactos refletidos nos balanços.
Nesta segunda-feira (30), foi divulgado pela FGV a alta de 0,21% no mês de janeiro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) após alta de 0,45% no mês anterior e de acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, disse em nota que entre os índices componentes do IGP-M, o índice ao produtor segue registrando arrefecimento das pressões inflacionárias.
Mais adiante na semana, na quarta-feira (01) será divulgada a decisão do Copom sobre a taxa Selic. De acordo com expectativas de mercado, os juros devem permanecer no patamar atual de 13,75% enquanto os detalhes do comunicado e, posteriormente, da ata da reunião devem ser aguardados para atualização do mercado em relação aos pontos considerados de risco pelo Banco Central.
Agenda da semana
Data | País/Região | Indicador/Evento |
30/01 | Brasil | Relatório Focus |
30/01 | Brasil | IGP-M (jan) |
30/01 | Brasil | Dívida Pública/PIB (dez) |
30/01 | China | PMI Composto e Industrial (jan) |
31/01 | EUA | Confiança do Comsumidor (jan) |
31/01 | China | PMI Industrial Caixin (jan) |
01/02 | Zona do Euro | IPC (jan) |
01/02 | Zona do Euro | Taxa de desemprego (dez) |
01/02 | EUA | Relatório ADP (jan) |
01/02 | EUA | Novos pedidos por seguro-desemprego |
01/02 | EUA | Relatório JOLTs de emprego (dez) |
01/02 | EUA | Coletiva do FOMC |
01/02 | Brasil | Decisão da taxa Selic |
02/02 | Brasil | IPCA-Fipe |
02/02 | Reino Unido | Decisão da taxa de juros |
02/02 | Zona do Euro | Decisão da taxa de juros |
03/02 | Zona do Euro | PMI (jan) |
03/02 | EUA | Payroll (jan) |
03/02 | EUA | Taxa de desemprego (jan) |
03/02 | EUA | PMI de Serviços (jan) |
Veja também
- O que Trump e Lula têm em comum: a queda de braço com o Banco Central
- Presidente do Fed diz que Trump não afeta juros no curto prazo, nem a duração de seu mandato
- Sem surpresas, Fed corta juros em 0,25 p.p. e destaca e crescimento econômico sólido
- Empresas dos EUA voltam ao mercado de dívida após Fed cortar juros
- Fed terá de superar eleições americanas e “efeito Orloff” antes de comemorar vitória sobre inflação