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Finanças

Plano de Putin para proibir criptomoedas fracassa antes mesmo de começar

Líder russo pode até tentar impedir a movimentação de ativos digitais; na prática, é algo totalmente impossível.

*ARTIGO

Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os holofotes dos investidores em ativos digitais se voltaram para o país russo, já que uma das possibilidades de driblar as sanções econômicas impostas pela Europa e Estados Unidos seria utilizar criptomoedas.

Em maio, o governo russo estava cogitando permitir o uso de ativos digitais para seus pagamentos internacionais, conforme disse o Ivan Chebeskov, chefe do departamento de política financeira do Ministério das Finanças.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante pronunciamento à nação em Moscou
21/02/2022 Sputnik/Alexey Nikolsky/Kremlin via REUTERS


Contudo, recentemente, no dia 14 de julho, o presidente da Rússia sancionou uma lei que proíbe pagamentos com criptos, dinheiro usado para driblar sanções econômicas sofridas pelo país. Segundo ela:

“É proibido transferir ou aceitar ativos financeiros digitais como contraprestação por bens transferidos, obras executadas, serviços prestados, bem como de qualquer outra forma que permita assumir o pagamento de bens (obras, serviços) por um ativo financeiro digital, salvo disposição em contrário das leis federais”.

A lei também determina ainda que o governo pode confiscar ativos financeiros sem o envolvimento ou autorização das exchanges de criptomoedas.

No entanto, com regulação ou sem regulação, com proibições ou sem elas, a natureza descentralizada dos criptoativos, como o bitcoin (BTC), permanece inalterada. Ou seja, continuam sendo livres para transações diretamente entre carteiras virtuais (wallet), globalmente, com plena segurança e privacidade, sem qualquer risco de confiscos fiscais.

Importância das criptomoedas na Rússia

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, quase quadruplicou o volume de transações com dinheiro digital para evitar perdas com a moeda local, o rublo.

Para se ter uma ideia, segundo a empresa americana “The Block”, após o início da guerra entre os países ocidentais, a média de rublos negociados em ativos digitais, via corretora Binance, saltou de US$ 11 milhões por dia para US$ 35,8 milhões.

Essa movimentação aumentou principalmente pela perda de valor do rublo em relação ao dólar e ao euro, que surgiu após as duras sanções econômicas globais para punir a Rússia.

Ao contrário das moedas fiduciárias, as criptomoedas são independentes de qualquer organização. O governo não pode intimidar ou obrigar alguma empresa, ou banco a entregar ou bloquear as moedas virtuais.

Proibição só no papel: é impossível parar a descentralização

De fato, a notícia da proibição imposta pelo governo russo pode assustar os iniciantes do criptomercado. Porém, é indispensável lembrar que o funcionamento de exchanges e dos demais meios midiáticos ou disponíveis para negociação não está diretamente relacionado à rede das criptomoedas. 

Ao contrário do que ocorre em estruturas computacionais tradicionais, o blockchain não está atrelado a nenhum servidor ou servidores centralizados. Desse modo, todo computador conectado à rede é um servidor. Ou seja, independe de qualquer autoridade central.

Com o bitcoin ninguém fica refém de planos políticos para a economia. Podem até tentar colocar pânico nas pessoas, mas é impossível qualquer governo confiscar carteiras de ativos digitais dos seus cidadãos.

Em momentos de medo, a recomendação é ter calma e cabeça fria: o bitcoin conta com 13 anos de funcionamento de rede ininterruptos. O “ouro digital” é inclusivo, 100% aberto e disponível 24 horas para todos que quiserem transacionar.

*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.


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