Considerado um dos braços da web 3.0, o metaverso é uma plataforma em franca evolução e, por esse motivo, deve ser um terreno fértil para o surgimento de profissões do futuro, diminuindo a distância entre o mundo físico e virtual, segundo especialistas.
O metaverso ganhou mais visibilidade após a Meta, dona do Facebook, mudar seu nome para acompanhar a tendência de mercado. Esse universo digital movimenta grandes quantias em dinheiro com a venda de terrenos virtuais, marketplaces e até a realização de shows de astros internacionais.
O que é o metaverso?
Metaverso é a palavra utilizada para denominar um espaço virtual compartilhado, interativo e hiper-realista que permite uma convivência e experiência altamente imersiva entre os usuários através de avatares customizados em 3D.
O metaverso é operado dentro da blockchain, uma rede extremamente segura, colaborativa, pública e descentralizada. Esse universo tem como meio de pagamento as criptomoedas, ou seja, ativos digitais que são utilizados no comércio virtual.
“O conceito de metaverso é de tecnologias que viabilizem a redução de barreiras entre os mundos físicos e virtuais. Uma das formas mais eficientes de fazer isso é através de experiências imersivas que utilizam realidade virtual, realidade aumentada e as plataformas do metaverso, como o próprio Meta, que vão criar os ambientes virtuais que já vão ser programados na web 3.0, ou seja, na blockchain”, afirma Léo Brazão, proprietário da startup Deboo e especialista em inovação.
Por que as profissões vão mudar com o metaverso?
Com a evolução da internet que conhecemos, os hábitos da população mudam e a tecnologia que chega para facilitar as tarefas do nosso dia a dia, também nos obriga a nos aperfeiçoarmos. Desta forma, o mercado de trabalho precisa estar preparado para atender essas novas necessidades.
Para Claudenir Andrade, diretor de software houses da Associação Brasileira de Tecnologia para o Comércio e Serviços (AFRAC) e diretor de tecnologia do Grupo Elgin/Bematech, as profissões apenas se adaptam às novas tecnologias.
“Eu acho que não tem uma profissão nova no metaverso, tem evoluções das profissões para o metaverso”, afirmou.
É o caso do Ice Poker, um game de pôquer do metaverso no Decentraland no qual os usuários se transportam para um cassino virtual. O jogo remunera, em dólares, quem trabalha como croupier ou crupiê, e fica responsável por distribuir as apostas e fazer pagamentos.
“O IcePoker emprega pessoas no mundo físico. Ao invés de ter um robô me recebendo ou uma inteligência artificial, são pessoas com seus avatares, os hostess, os crupiês do cassino, que recebem renumeração que gira em torno de US$ 500 por mês, trabalhando quatro horas por dia”, afirmou Brazão.
O diretor da AFRAC ressalta que as instituições financeiras vão ter que se reinventar para não ficarem obsoletas. “As empresas de valores, de moedas, os bancos e corretoras, bandeiras de cartão de crédito vão ter que se reinventar no metaverso. Vão ter que criar novas profissões para transformar as criptomoedas em reais ou moedas locais instantaneamente.”
Especialistas ouvidos pela InvestNews listaram algumas profissões do futuro com o metaverso. (Leia abaixo).
Quais as profissões do futuro com o metaverso?
Programadores
Os developers terão que criar redes descentralizadas no metaverso e o programador continua sendo um profissional indispensável. Eles vão trabalhar com tecnologia 5G e cuidar da infraestrutura da plataforma. Devem ser especialistas em XR (extended reality, em inglês) que utilizem três tecnologias disruptivas como a realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista, criando uma experiência totalmente imersiva ao usuário.
Designers gráfico
Arquitetos devem levar sua expertise do mundo físico para o mundo virtual e designers serão responsáveis pela modelagem em metaverso.
Cientista de pesquisa
Profissional especializado em pesquisa no mundo virtual que vai criar experiências no digital para deixá-las acessíveis ao público. Ele vai se basear nos hábitos comportamentais para estabelecer as relações no metaverso, e deve fazer um novo estudo de meio para desenvolver soluções específicas para esse novo universo. Para essa função, o profissional não precisa ter formação de programador, mas é obrigatório ter conhecimento em tecnologia. Essa função pode ser ocupada por um designer, cientista em economia comportamental, arquiteto ou um antropólogo.
Desenvolvedores de ecossistemas
Profissional será responsável pela criação de comunidades e instalação de ecossistemas no entorno delas. Ele deve ser especialista na associação de produtos e soluções. Pode atuar na área de Recursos Humanos, administração, marketing ou negócios, pois deve conectar pessoas e criar ambientes atraentes para as comunidades.
Professores
A Decentraland (plataforma baseada na navegação em 3D) tem uma universidade que precisa de professores capacitados para ensinar no mundo virtual, especialista em experiências imersivas e métodos de ensino, que podem ser cientistas cognitivos, neurocientistas e especialistas comportamentais.
Storyteller
São roteiristas de entretenimento do metaverso. Eles devem estar aptos para criar narrativas que emocionem as pessoas. Esse contador de história precisa criar experiências imersivas no ambiente virtual para tornar as marcas atrativas.
Seguranças ou police metaverse
Profissional deve impedir violação ou qualquer forma de desrespeito aos avatares (que são as representações virtuais dos participantes) e impor regras determinadas pela plataforma. No entanto, a criação desse gestor de segurança pode causar um conflito, já que o metaverso é uma rede descentralizada e não tem interferência de terceiros. Como já ocorreu um caso de abuso sexual no mundo digital, as plataformas estão definindo como garantir a segurança e estabelecer normas.
Especialista em um só mundo (múltiplas realidades)
Parte de modelagem 3D que vai levar o mundo virtual para o mundo real através de objetos, como a projeção de um óculos de realidade virtual, projetores de holografia em tamanho e tempo real para reuniões, por exemplo. Não será mais necessário o uso de um computador para conectar essas realidades. Pessoas poderão fazer interações de compras e outras oportunidades de negócios sem a necessidade da utilização do hardware atual.
Especialista em bloqueio de anúncios
Os anúncios devem ser limitados no ambiente virtual. Esse tipo de profissional deve ter conhecimento em codificação.
Digital influencer do metaverso
Pelo menos quatro artistas brasileiros, entre elas, a cantora Anitta e a apresentadora Sabrina Sato, já estão no metaverso e lucram como influenciadoras digitais na plataforma digital.
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