ARTIGO*
O inverno cripto, que já foi um período de pânico para os investidores, hoje parece não ser mais. Com o conhecimento disseminado e de fácil acesso, a adoção de criptomoedas está avançando de forma acelerada no Brasil, e bateu um novo recorde de investidores. Em plena baixa do mercado, dados divulgados pela Receita Federal mostraram que, pela primeira vez na história, o Brasil superou 1 milhão (exatos 1,33 milhão) de usuários de criptomoedas.
No entanto, é bem provável que esse número seja ainda maior na prática. Isso porque os dados divulgados pela Receita levam em conta somente os CPFs que compraram ativos digitais a partir das informações repassadas pelos próprios investidores — transações que ultrapassem o valor de R$ 30 mil mensais — ou por corretoras (exchanges) que operam no território nacional.
De todo modo, concordando ou não com o ambiente centralizado da declaração dos ativos digitais à Receita, é inegável que o recorde serve para confirmar que o mercado de criptomoedas está crescendo no Brasil, mesmo sem regulamentação — e em pleno Bear Market.
Brasil: o país do futebol — e das criptos
Embora o macro mercado geral afete significativamente o foco dos usuários, todos dados mostram que o aumento do número de investidores brasileiros em ativos digitais não é coincidência, nem mesmo fato momentâneo.
Segundo estudo do Centro de Estudos em Finanças (FGVcef), que comparou o comportamento dos brasileiros, ingleses e franceses, os “brazucas” estão investindo mais em criptos que em fundos imobiliários, commodities e moeda estrangeira, ganhando pódio de Top 1 entre as três nações.
Além disso, nos últimos anos, diversas empresas aderiram à tokenização de ativos tradicionais, sem contar outras tantas que surgiram voltadas para negociação de criptos, bem como as destinadas aos marketplaces de NFTs, como DAX e Tropix.
É hora de dar atenção aos fatos
Em termos de volume negociado, o Brasil se posiciona como o país mais importante da América Latina para o setor, e não é em vão que desponta como uma das peças mais importantes no xadrez das exchanges em busca de novos mercados.
Se bitcoin (BTC) e companhia fossem coisas passageiras, não chamariam cada vez mais atenção de países, empresas, marcas e investidores do mundo todo.
Deixando o preconceito de lado, é notável que as possibilidades desse mercado são gigantescas, tanto para investidores quanto para negócios correlacionados uma vez que o blockchain permite criar soluções descentralizadas que irão — se já não estão — revolucionar vários setores, desde o financeiro, gestão de dados ao de redes sociais.
Pergunte-se: sendo o Brasil apontado como o novo Vilicon Valley das próximas décadas, será que os brasileiros são realmente bobos? Será que o “país do futebol” é um importante mercado para criptoativos à toa? Será que as criptomoedas são mesmo sem fundamento? Vale a reflexão.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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