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Finanças

Robôs de investimentos: como os algorítimos decidem para onde vai seu dinheiro

Já existem empresas de investimentos que contam com a tecnologia para tomar as decisões difíceis por você. Dá para confiar?

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Quando falamos em robôs, vêm à cabeça máquinas do “Exterminador Do Futuro” ou alguma obra de ficção científica, como livros do escritor Isaac Asimov. Mas já é hora de ressignificar essas referências. Os algorítimos, como alguns preferem chamar, já invadiram há muito tempo nosso mundo, controlando o tráfego aéreo, a timeline das nossas redes sociais e, agora, os nossos investimentos.

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No mercado financeiro, as máquinas começaram a substituir os humanos para obter o maior retorno em operações volumosas e rápidas. A velocidade do processamento de dados, mesmo no início, já superava a do day trader mais experiente. Pesquisadores divergem, mas um estudo do Deutsche Bank afirma que entre 2009 e 2010, mais de 60% do volume de trocas no mercado financeiro americano foi realizado por algoritmos de alta frequência.

A tecnologia vem chegando às camadas mais baixas da pirâmide social e, em vez de servir somente aos grandes bancos e fundos, cada vez mais tem chegado ao investidor comum. Você pode agora mesmo usar de graça vários desses serviços. Plataformas como a Magnetis estão entre as empresas de investimentos pioneiras na disseminação dessas tecnologias, com algumas amostras do poder dos algoritmos: desde simuladores de cenários, até calculadoras que fazem uma análise da sua carteira.

Como os algoritmos trabalham?

É mais ou menos assim: somos o maître do cliente”, explica Maria Mattos, da área de operações de investimentos da Magnetis. A metáfora explicar o papel dos robôs de investimentos na hora de ajudar o investidor. Se o desejo do cliente fosse aproveitar o melhor de um prato, o algoritmo escolheria os ingredientes e a melhor forma de cozinhá-los em seu lugar. Entra aqui também a parceria com corretoras de investimentos, como a Easynvest, que funcionam como um “supermercado”, oferecendo os ingredientes disponíveis em suas prateleiras. 

O modelo da Magnetis é de uma gestora de investimentos digital, que usa fundos exclusivos para aumentar a diversificação das carteiras dos clientes. Então é como se o maître passasse a ter ingredientes próprios nesse supermercado, como explica Luigi Galderisi, da área de produtos da Easynvest.

“Com os fundos da Magnetis, temos acesso a ativos mais sofisticados. No nosso fundo multimercado, temos produtos que uma pessoa física só teria com R$ 1 milhão”, esclarece Mattos.

Mas com base em quê são feitas as sugestões para montar o “prato” do investidor? Para responder à pergunta, precisamos entender o processo de suitability, o momento em que o perfil do investidor será traçado por meio de um questionário. Você pode achar que as corretoras já fazem muitas perguntas antes de abrir um cadastro, só porque não conheceu o questionário destas empresas.

Perfil do investidor

Precisamos saber qual a disponibilidade financeira do cliente, quais seus objetivos, qual seu perfil de risco, para conseguir fazer a diversificação da carteira”, esclarece Mattos. Como a fintech irá efetivamente alocar os recursos em nome do investidor, faz até mais sentido que o processo de suitability seja mais longo. Além disso, esses dados vão servir para muitas outras coisas.

Segundo Mattos, os algoritmos da Magnetis adotam análise preditiva e machine learning para ajudar no monitoramento dos investimentos. “Nossa equipe de dados é completa e acompanha a carteira para deixá-la sempre alinhada aos objetivos e perfil de risco do cliente”.

Existe também uma preferência maior pela renda fixa, já que quem escolhe esses serviços são iniciantes que naturalmente não se sentem à vontade de se aventurar por ativos de maior risco. A tendência de migração para renda variável, frente à queda de rentabilidade da renda fixa, é bem acompanhada pela gestora. “Tem clientes conservadores que, do nada, vêem uma notícia ou outra e tentam pegar uma carteira mais agressiva. Nós procuramos orientar, saber o que está por trás dessa decisão, porque muitas vezes ele não sabe onde está se metendo”, conta Mattos.

Vantagens e desvantagens dos robôs

Podemos citar o entrave do valor mínimo inicial para ser cliente destas empresas de investimento. No caso da Magnetis, é de R$ 1 mil. Há também uma taxa de administração sobre o total investido, que pode ser contado como uma desvantagem.

Mas como conta Galderisi, “geralmente, o cliente que opta por um robô de investimentos é alguém que quer fazer parte do mercado financeiro, mas não tem tanto tempo para se dedicar e aprender a operar sozinho”, então essa desvantagem é contraposta pelas vantagens.

“De fato a pessoa não tem obrigação de saber tudo”, concorda Mattos. Pensando no mercado brasileiro, ela se vê atônita em relação à cultura de investimento, que mesmo nas classes médias, entre pessoas com alta formação, os rendimentos e aplicações ainda são vistos como uma coisa mística e complicada. 

Os fundos próprios simplificam ainda mais as coisas. “Você não precisa ficar escolhendo essa ou aquela aplicação. O algoritmo já indica para você quais são as opções mais vantajosas para os seus objetivos”, explica Mattos. A Magnetis conta hoje com três fundos próprios: renda fixa, multimercados e ações. Mais dois estão para sair: o fundo de renda fixa simples, focado em títulos públicos, e o fundo de debêntures incentivadas.

Os robôs de investimento, com a tecnologia usada antes apenas por grandes bancos e fundos, estão possibilitando uma aproximação mais segura dos novatos ao mercado, na medida que tentam tornar mais confiáveis as operações, fazendo o investidor se sentir mais tranquilo de que suas estratégias vão ser respeitadas. Em outras palavras, sem um gerente ou assessor mais esperto que ele. 

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