As ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR3, PETR4) estão entre os 15 papéis que mais se valorizaram em três anos da pandemia de covid-19. É o que mostra levantamento feito pelo TradeMap.
De acordo com a plataforma, a ação da mineradora ficou em nono lugar entre os papéis da bolsa brasileira, com valorização de 134,05% de 21 de fevereiro de 2020 até 22 de fevereiro de 2023. Durante o auge dos impactos da pandemia na bolsa, de 21 de fevereiro de 2020 até 23 de março de 2020, o ativo chegou a desvalorizar 31,98%.
No caso da petrolífera, a ação ordinária da empresa (PETR3) aparece em 13º lugar do ranking, com valorização de 89,28%, e a preferencial (PETR4), em 14º, com 85,94% de ganho.
Para o levantamento, o TradeMap verificou as ações com volume financeiro superior a R$ 5 milhões e com rentabilidade superior a 80% de 21 de fevereiro de 2020 até 22 de fevereiro de 2023.
Impactos nas ações de Vale e Petrobras
Com a eclosão da pandemia e, consequentemente, o aumento das medidas de isolamento da população, a demanda por combustíveis foi impactada negativamente, fazendo o preço do barril de petróleo chegar a atingir seu menor nível desde o início dos anos 2000. Em meio a esse cenário, o preço do minério de ferro também foi prejudicado, chegando ao menor valor em mais de 10 meses.
Com o decorrer dos meses e com os processos de flexibilização das restrições, já em meados do início de 2022, as commodities se recuperaram e voltaram a atingir máximas.
Ainda em 2022, houve a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, no mês de fevereiro, fazendo o preço do barril de petróleo disparar em meio a receios do fornecimento de energia para o restante do mundo. A alta também aconteceu no preço do minério de ferro.
Já no final do ano passado, a China anunciou o início da flexibilização das suas rigorosas restrições, a chamada política de “covid zero”, o que impulsionou para cima o preço do minério de ferro e do barril de petróleo, em meio às expectativas de otimismo com a demanda pela reabertura da segunda maior economia do mundo.
Ações mais valorizadas
Ainda de acordo com o levantamento do TradeMap, a ação preferencial da Unipar (UNIP6) teve o melhor desempenho em três anos de pandemia, com valorização de 305,22%.
Na sequência, aparecem PRIO (PRIO3) com o segundo melhor desempenho, com valorização de 291,99%, e Ferbasa (FESA4), com ganho de 238,66% no período. Confira o ranking:
Empresa | Valorização em 3 anos, até 22/2/23 |
Unipar | 305,22% |
PRIO | 291,99% |
Ferbasa | 238,66% |
Taurus Arma | 211,43% |
Kepler Weber | 202,77% |
SLC Agrícola | 167,22% |
Bradespar | 161,92%% |
Lupatech | 143,51% |
Vale | 134,05% |
Eternit | 124,85% |
Gerdau | 91,24% |
Metalúrgica Gerdau | 89,60% |
Petrobras ON | 89,28% |
Petrobras PN | 85,94% |
Celulose Irani | 81,74% |
Ibovespa | -5,74% |
Piores desempenhos
Já entre as ações com pior desempenho após três anos do início da pandemia, o papel da Americanas (AMER3) liderou a lista, com desvalorização de 98,43%. O ativo da varejista passou por fortes perdas, em especial no ano de 2023, após o anúncio de inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões e processo de recuperação judicial.
Posteriormente, aparecem IRB Brasil (IRBR3), com o segundo pior desempenho, com recuo de 97,43%, e Marisa (AMAR3), com queda de 94,56%, impactada, entre outros motivos, pelo processo de reestruturação que a companhia vem anunciado. Confira o ranking:
Empresa | Valorização em 3 anos, até 22/2/23 |
Americanas | -98,43% |
IRB Brasil | -97,53% |
Marisa | -94,56% |
C&A | -88,46% |
Light | -88,41% |
Tenda | -88,08% |
Gafisa | -87,80% |
Via | -87,56% |
CVC | -87,26% |
Azul | -86,79% |
Guararapes | -85,82% |
Yduqs | -85,68% |
Qualicorp | -85,27% |
Gol | -83,21% |
Grupo SBF | -83,07% |
Oi | -82,50% |
Ibovespa | -5,74% |
Para este levantamento, o TradeMap verificou as ações com volume financeiro superior a R$ 5 milhões, com rentabilidade inferior a 80% nos últimos 3 anos até 22 de fevereiro de 2023.
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