Considerados “portos-seguros” em momentos de crise, o ouro e as moedas mais fortes do mundo (dólar e euro) foram as que ganharam mais valor no mês de janeiro, quando se compara os ativos mais usados como referência para investir. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa no Brasil, fechou no vermelho, atrás inclusive de aplicações de renda fixa.
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O mês foi marcado pela trégua na tensão comercial entre China e Estados Unidos. Mas a confiança do mercado sofreu um forte abalo diante a tensão entre o governo de Donald Trump e o Irã, após o assassinato de um de seus principais líderes e, no final de janeiro, com os temores de que o coronavírus pode afetar a economia global.
Os papéis do Tesouro Direto indexados à inflação (Tesouro IPCA) tiveram um cupom de juros na faixa 1,5% a 3,5% ao ano, mais a variação do IPCA. “Com a previsão do IPCA, em janeiro, de 0,32%, devem apresentar bons resultados”, diz o administrador de investimentos Fabio Colombo em seu relatório mensal.
Já a caderneta de poupança, que rendeu 0,26% em janeiro, vem mostrando um desempenho muito próximo aos Fundos DI, acrescenta Colombo.
Segundo ele, a poupança fica mais interessante neste cenário do que os fundos DI ou de renda fixa com taxas de administração menores que 0,5% a 1,0% ao ano e resgate em até 6 meses (Imposto de Renda de 22,5%) ou taxas menores que 1,0% a 1,5% ao ano, se o investimento durar acima de 2 anos (IR de 15%).
Por sua vez, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) mostraram um retorno pouco abaixo dos Fundos DI, com uma remuneração indicativa na faixa de 0,31% a 0,41%, dependendo do valor investido e risco de crédito da instituição emissora do CDB.
Já os fundos cambiais, indexados a moedas como o dólar e euro, foram favorecidos pela forte desvalorização do real, diante da tensão no exterior. “Continuam como opção para diversificação de portfólio, como uma forma de seguro para investidores com perfil conservador e moderado, com visão de longo prazo”, diz Colombo.
Veja abaixo o desempenho dos principais ativos ou indexadores usados como referência para investir em janeiro:
- Ouro: + 7,08%
- Dólar: + 6,86%
- Euro: + 5,77%
- Títulos públicos indexados ao IPCA*: + 0,40/0,50% (faixa indicativa)
- IGPM (inflação que corrige o aluguel): + 0,48%
- Fundos de renda fixa: + 0,34/0,44% (média)
- Fundos DI: + 0,32/0,42% (média)
- CDB: + 0,31/0,41% (média)
- IPCA: + 0,32% (estimativa)
- Poupança: + 0,26%
- Ibovespa: – 1,63%
*Os títulos indexados ao IPCA não estão colocados à taxa de mercado, em razão da diversidade de papéis.