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5 fatos para hoje: China corta taxas de empréstimo; C6 mira clientes alta renda

A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzida em 5 pontos base, para 3,65%, na fixação mensal do banco central chinês.

1 – China intensifica afrouxamento monetário e corta taxas de empréstimo para reanimar economia

A China cortou sua taxa de empréstimo básica e reduziu a referência para hipotecas nesta segunda-feira (22), depois de já ter adotado medidas de flexibilização na semana passada, uma vez que Pequim amplia os esforços para reavivar a economia.

O Banco do Povo da China enfrenta um equilíbrio complicado em seus esforços para reavivar o crescimento. Oferecer muito estímulo poderia aumentar as pressões inflacionárias e a fuga de capital de risco, já que o Federal Reserve (FED) e outras economias aumentam as taxas de juros agressivamente.

No entanto, a demanda fraca por crédito está forçando a mão do banco central conforme a autoridade monetária tenta manter a economia da China em um patamar de equilíbrio.

A taxa de empréstimo primária de um ano (LPR) foi reduzida em 5 pontos base, para 3,65%, na fixação mensal do banco central nesta segunda-feira, enquanto a LPR de cinco anos foi cortada em 15 pontos, para 4,30%.

A LPR de um ano foi reduzido pela última vez em janeiro. A taxa de cinco anos, que foi cortada pela última vez em maio, influencia os preços das hipotecas residenciais.

“Tudo dito, a impressão que temos de todos os anúncios recentes do banco central é de que a política monetária está sendo afrouxada, mas não dramaticamente”, disse Sheana Yue, economista para China na Capital Economics.

“Prevemos mais dois cortes de 10 pontos básicos nas taxas de juros do banco central durante o restante deste ano e continuamos a prever um corte na taxa de compulsório no próximo trimestre”.

Os cortes na LPR vêm depois que o banco central surpreendeu os mercados na semana passada ao baixar a taxa do instrumento de empréstimos de médio prazo (MLF) e outra ferramenta de liquidez de curto prazo, já que uma série de dados recentes mostrou que a economia estava perdendo impulso em meio à desaceleração do crescimento global e ao aumento dos custos de empréstimos em muitos países desenvolvidos.

Em pesquisa da Reuters realizada na semana passada, 25 dos 30 entrevistados previam uma redução de 10 pontos-base para a LPR de um ano. Todos os participantes da pesquisa também projetaram um corte para a taxa de cinco anos, incluindo 90% deles prevendo uma redução maior que 10 pontos.

2 – Empresas se voltam ao profissional 50+

Em um país em que 26% da população tem acima de 50 anos, as oportunidades de emprego para essa faixa etária ainda são restritas. Em muitas empresas, a participação desse grupo não ultrapassa os 10% do time, conforme estudo da plataforma de realocação Maturi e da EY Brasil.

De olho nesse descompasso e na escassez de mão de obra especializada, companhias como PepsiCo (PEPB34), Delloite, Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark estão desenvolvendo programas para aumentar a diversidade etária de suas equipes.

Com o aumento da idade de aposentadoria (62 anos para mulheres e 65 anos para homens) e uma expectativa de vida cada vez maior, as pessoas vão precisar ficar mais tempo no mercado de trabalho. Intitulada “Por que pessoas 50+ não são consideradas como força de trabalho em um país que envelhece?”, a pesquisa mostra que 57% dos trabalhadores terão mais de 45 anos em 2040.

Para absorver esse contingente de mão de obra sênior, as empresas terão de criar políticas consistentes para reduzir barreiras à entrada e manutenção desse profissionais no mercado. Hoje há uma dificuldade crescente para a geração madura se inserir no mercado de trabalho exatamente por causa do etarismo e dos avanços tecnológicos.

“Aquilo que se propaga sobre habilidade em tecnologia é em parte verdade. As pessoas maduras utilizam as tecnologias, mas falta entender um pouco mais o que são essas tecnologias. Não precisa se tornar um programador, mas vale pesquisar mais a fundo o que é o metaverso, por exemplo”, diz o diretor de diversidade, equidade e inclusão da Deloitte, José Marcos da Silva, coautor do livro Revolução 50+.

Etaristas

Segundo a pesquisa da Maturi e EY, as próprias empresas reconhecem que são etaristas. Quase 80% delas afirmam que existe um viés contrário a profissionais mais experientes. Mas o presidente da Maturi, Mórris Litvak, afirma que, aos poucos, a situação começa a mudar pela necessidade. Com a alta rotatividade dos profissionais, algumas empresas passaram a enxergar a responsabilidade, o comprometimento e a inteligência emocional como um diferencial dos 50+.

Além disso, as organizações estão de olho no consumidor da chamada economia prateada, que também está em alta. Para alcançar esse público, é preciso entender as suas necessidades. “Por isso, é fundamental ter profissionais que saibam se comunicar e desenvolver produtos para esse público”, diz Litvak, responsável pela implementação de projetos, consultorias e treinamentos ligados ao tema em empresas como Credicard, Banco Neon e Kimberly Clark.

3 – C6 rejeita imagem de fintech e mira clientes de alta renda

Quando o banco digital C6 Bank começou a tomar forma, há quatro anos, Marcelo Kalim, fundador e o principal sócio, estabeleceu um objetivo: chegar ao tamanho dos maiores bancos brasileiros, como o Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4), em produtos e números de clientes, de forma rentável – mas com uma operação 100% digital.

Hoje, com 20 milhões de contas abertas, ainda há um bom caminho a ser trilhado. Mas o objetivo está um pouco mais perto. O Itaú, maior banco privado da América Latina, tem cerca de 60 milhões de correntistas. Já em relação aos produtos na prateleira, a meta foi quase alcançada: Kalim diz já ter disponíveis 90% dos produtos que os grandes bancos têm.

Figura discreta no mercado financeiro, Kalim, que montou o C6 ao lado de outros egressos do BTG Pactual (BPAC11), como Luiz Marcelo Calicchio, Leandro Torres, Adriano Ghelman e Carlos Fonseca, reitera, em entrevista ao Estadão, que o banco não nasceu como uma fintech (sua licença bancária saiu no início de 2019).

Segundo ele, a decisão de tirar uma instituição financeira do papel do zero partiu de uma leitura, em meados de 2016, de que era possível criar um banco de varejo, aquele que atende as pessoas físicas, sem ter agências bancárias – que foram por anos o principal sustentáculo dos grandes bancos. “Essa era antes uma barreira de entrada”, diz.

Naquele momento de prospecção do novo negócio, o grupo chegou a analisar uma possível compra de um banco, mas logo os sócios se deram conta de que esse não era o caminho. “Se tivéssemos uma instituição para transformar seria impossível”, diz. Hoje o banco tem 3,6 mil funcionários. No início da pandemia eram 800 e chegou a fazer um corte de cerca de 100 pessoas por conta das incertezas no cenário global.

Tamanho da equipe

Segundo Kalim, a ideia era que, pelo fato de a operação ser 100% digital, seria possível chegar ao tamanho dos grandes bancos com 5 mil empregados, uma fração do número de Itaú e Bradesco (BBDC3) (algo em torno de 100 mil funcionários no Itaú e 90 mil no Bradesco). “E, hoje, acho que é possível fazer até com menos do que isso”, diz Kalim.

Com a meta de ser rentável num espaço curto de tempo, o plano, desde o início, foi de trabalhar na formação da marca. Não é segredo que o C6 mira uma camada mais endinheirada da população. Até por isso a garota-propaganda é a top model Gisele Bündchen, ligada a essa imagem de sofisticação.

“Nossa visão é de que essa clientela é necessária para sustentar um banco e dar lucro”, diz. Não foi à toa que o C6 nunca se posicionou como fintech. E, de olho na alta renda, um dos próximos passos será a segmentação dos clientes mais endinheirados, algo comum entre os grandes bancos.

Outra mudança foi ampliar o atendimento. O entendimento foi de que esse cliente quer ter a opção de conseguir falar com um atendente, e não um robô, caso queira. No ano passado, os números do banco ainda estavam no vermelho, com prejuízo de R$ 692 milhões.

O C6 Bank não informa quantos dos seus atuais 20 milhões de clientes são ativos, mas afirma que o dado está a cada dia melhor. “Ao longo do tempo aprendemos qual tipo de cliente atrair e como atrair. Isso tem sido um aprendizado”, diz.

Para conseguir a meta de ser o primeiro banco do seu cliente e convencê-lo de que não é necessário ter conta em outra instituição, um dos pilares é ter os mesmos produtos disponíveis.

Com uma prateleira com investimentos e acesso fácil a ativos no exterior, além dos tradicionais seguros e outra funcionalidades bancárias, Kalim diz que 90% do que um grande banco tem, o C6 também tem, e com mais inovação, como a conta global (em dólar ou euro).

Para a frente, ele diz que está em estudo o lançamento do serviço de consórcio, algo que ajudará o banco digital a fechar o cerco. Mas ele diz que há uma exceção de algo que o grande banco tem e que o C6 não terá: poupança. “Esse não é um produto que beneficia o cliente e, por filosofia, não iremos oferecer.”

4 – Indústrias italianas cortam produção para economizar energia, diz autoridade

Unidade de distribuidora de energia na Itália 21/01/2016 REUTERS/Stefano Rellandini

As indústrias intensivas em energia na Itália estão modificando sua produção para economizar eletricidade enquanto lutam com contas crescentes, disse um alto funcionário do Ministério de Transição Ecológica no domingo (21).

“Há setores industriais inteiros, a indústria de vidro e conservas, onde o racionamento, na forma de autorracionamento, já começou, embora silenciosamente”, disse Massimiliano Atelli, que chefia o comitê do ministério que avalia o impacto ambiental das novas energias renováveis.

“Mas isso não é sem custos, custos sociais… porque no momento em que a produção desacelera devemos pensar naqueles que trabalham nessas indústrias”, disse ele, falando em uma conferência.

A Itália, que no ano passado obteve quase 40% do gás que importou da Rússia, recentemente fechou acordos com vários países produtores de gás para reduzir sua dependência de Moscou. Metade do gás é destinado para produzir eletricidade.

Esses acordos permitiram a Roma preencher seu armazenamento de gás rapidamente, mas não foram suficientes para proteger suas indústrias da disparada de custos de energia.

Isso levou empresários e políticos a criticar o governo liderado pelo primeiro-ministro Mario Draghi que, ao contrário da Alemanha, até agora disse que não há necessidade de impor medidas estatais de racionamento de gás.

5 – JPMorgan vê última grande alta de juros do Fed em setembro

O Federal Reserve (FED) deve fazer o último grande aumento de juros em setembro e isso criará as condições para as ações americanas continuarem a subir no segundo semestre, de acordo com estrategistas do JPMorgan.

“Esperamos outra alta grande do Fed em setembro, mas depois esperamos que o Fed não surpreenda os mercados com um movimento hawkish novamente”, estrategistas liderados por Mislav Matejka escreveram em nota na segunda-feira (22). Eles esperam que o equilíbrio entre crescimento e política monetária melhore daqui em diante e “ajude o mercado em geral a continuar se recuperando”.

Os estrategistas estão entre os mais otimistas e esperam que as ações de crescimento sensíveis a juros mantenham seu desempenho superior às ações de valor, mesmo que os investidores continuem preocupados com a possibilidade de o Fed permanecer em uma trajetória hawkish. Sinais mistos de autoridades do Fed na semana passada sobre as perspectivas para os juros levaram o S&P 500 a quebrar uma sequência de quatro semanas de ganhos.

Estrategistas do Goldman Sachs concordam que as trajetórias de inflação e de crescimento vão ditar o rumo das ações no segundo semestre. Mas eles veem espaço limitado para mais ganhos depois que as ações americanas tiveram a melhor alta de verão já registrada. “É quase certo que novos temores sobre a perspectiva de uma recessão vão desfazer esse rali recente”, disse o estrategista David J. Kostin em nota.

A atenção do mercado esta semana se voltará para o simpósio do Fed em Jackson Hole, onde o presidente Jerome Powell terá a oportunidade de redefinir as expectativas do mercado para o aumento de juros. As ações de tecnologia sofrem mais com os juros mais altos, com um desconto maior no valor presente de lucros futuros, o que prejudica os papeis com múltiplos mais altos.

O Nasdaq 100 subiu mais de 20% em relação à mínima de junho, com o recuo nos rendimentos de títulos e apostas que o Fed suavizará seus aumentos de juros, mas o índice voltou a cair na semana passada após quatro semanas de alta. Mark Haefele do UBS Global Wealth Management desaconselhou apostar em uma recuperação, já que os múltiplos ficaram caros novamente.

“Sugerimos que os investidores aproveitem o rali em tecnologia para reduzir o posicionamento acima dos níveis recomendados e aliviar a exposição do portfólio a nomes de beta alto, reequilibrando fundos para nossas áreas preferenciais do mercado, como valor e renda de qualidade”, disse Haefele em nota.

*Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo, Bloomberg e Agência Brasil

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