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Ficou sabendo? Dividendo PETR4 supera petroleiras globais; prejuízo do Iguatemi

A Petrobras (PETR4) vai distribuir pelo menos duas vezes mais dividendos no segundo trimestre do que as maiores produtoras de petróleo do planeta.

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 16/10/2019 REUTERS/Sergio Moraes

Dividendos da Petrobras supera gigantes globais

A Petrobras (PETR4) vai distribuir pelo menos duas vezes mais dividendos no segundo trimestre do que as maiores produtoras de petróleo do planeta, enchendo os cofres do governo em meio a um tenso período eleitoral.

As cinco maiores produtoras de petróleo do Ocidentea Exxon Mobil Corp, a Chevron Corp., a Shell PLC, a TotalEnergies e a BP –publicaram recordes em distribuições a seus acionistas nos últimos dias, entre 4 e 7,6 bilhões de dólares. Mas nenhuma delas chega perto do valor de 17 bilhões de dólares da Petrobras.

O governo brasileiro, que controla a maioria das ações com direito a votos da empresa, pediu no mês passado que a Petrobras e outras estatais aumentassem seus dividendos para financiar novos programas federais.

O pedido veio enquanto o governo do presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta neste ano uma dura batalha pela reeleição, contornou no mês passado o teto de gastos constitucional para financiar um pagamento maior em programa de transferência de renda para eleitores de baixa renda.

A Petrobras irá distribuir cerca de 60% a mais a seus acionistas do que seu lucro de 10,5 bilhões de dólares (54,33 bilhões de reais). Críticos dizem que o pagamento expressivo afetará os investimentos nos negócios da empresa.

Os dividendos da Petrobras são menores do que a estatal saudita Saudi Aramco, maior empresa petroleira do planeta, que produz 13 milhões de barris de equivalente de petróleo por dia (boed), cerca de cinco vezes mais que a Petrobras.

A Saudi Aramco tem distribuído 18,76 bilhões de dólares a seus acionistas por trimestre. O próximo valor de seus dividendos será publicado no dia 14 de agosto.

A norte-americana Exxon, que publicou o maior lucro trimestral entre as cinco maiores, gastou 7,6 bilhões de dólares em distribuições a acionistas.

Bolsonaro tenta aumentar suas chances de reeleição atropelando medidas de investimentos em curto prazo, segundo críticos. As pesquisas mostram o atual presidente atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os pagamentos de dividendos serão feitos pela Petrobras antes do primeiro turno das eleições, marcado para o dia 2 de outubro.

A Petrobras disse que os preços mais altos do petróleo e as vendas de ativos permitiram o pagamento extra e não comprometeram os investimentos planejados. A empresa acrescentou que está em uma situação de caixa confortável e pode reter entre 8 bilhões e 10 bilhões de dólares em caixa este ano.

A Petrobras ainda reafirmou seu compromisso de distribuir pelo menos 60% de seu fluxo de caixa livre aos investidores.

“O pagamento extraordinário de dividendos provou ser a melhor alocação do caixa da empresa”, disse a Petrobras em comunicado.

Iguatemi avalia vender fatia na Infracommerce

A Iguatemi (IGTI11) avalia vender sua participação na empresa de infraestrutura de software para comércio eletrônico Infracommerce, que voltou a pressionar o resultado contábil da gestora de shopping centers no segundo trimestre, embora o desempenho operacional tenha ficado dentro do esperado pelo mercado.

A Iguatemi, controlada pelo Grupo Jereissati, teve prejuízo líquido de 133,3 milhões de reais de abril a junho, revertendo lucro de 317,9 milhões um ano antes, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira.

Em termos ajustados, que excluem entre outros itens o efeito não caixa da variação do preço das ações da Infracommerce, a Iguatemi teve lucro de 55,4 milhões de reais, um salto de 166,7% frente ao mesmo período do ano passado. No segundo trimestre deste ano, as ações da Infracommerce caíram 68,7%.

A gestora de shoppings teve um resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) de 166,7 milhões de reais no segundo trimestre, alta de 61% ano a ano, com a margem Ebitda passando de 60,7% para 65,7%. O desempenho veio em linha com a média esperada por analistas, segundo dados da Refinitiv.

“O mercado de ações está fechado agora, mas no final do ano, no quarto trimestre, depois da eleição, a gente costuma ver uma janela abrir, e tem toda chance de essa ação (Infracommerce) reprecificar… Se tiver um evento de liquidez, nós somos, obviamente, vendedores”, afirmou o diretor financeiro da Iguatemi, Guido Oliveira.

Em entrevista à Reuters, ele afirmou que o investimento na Infracommerce ainda tem um retorno relevante, uma vez que a operação saiu a 4 reais por ação da companhia para a Iguatemi. Mas ele lembrou que o papel está distante do melhor momento, uma vez que, na máxima desde o IPO da Infracommerce em 2021, a ação chegou a 24,62 reais. Nesta terça-feira, a ação da Infracommerce fechou em alta de 3,3%, a 6,6 reais.

“A ideia é…que a gente consiga sair desse investimento quando tiver um evento de liquidez que faça sentido”, afirmou. A Iguatemi investiu na Infracommerce no final de 2019 e possui atualmente 11,2% em sua posição consolidada na companhia.

RITMO FORTE

O fluxo de caixa operacional (FFO) ajustado cresceu 58,4%, para 94,3 milhões de reais. Em termos sem ajuste, a linha ficou negativa em 94,4 milhões, como efeito de linearização, Infracommerce e resultado de swap de ações, afirmou a empresa no balanço.

A receita bruta do grupo alcançou 305,9 milhões de reais, aumento de 34,9% frente ao segundo trimestre de 2021 e de 42,9% ante o mesmo período de 2019, ajudada positivamente por reajustes de aluguéis. Em termos líquidos, a receita totalizou 253,6 milhões de reais, crescimento anual de quase 49%.

A Iguatemi já havia divulgado em julho prévia operacional, mostrando que as vendas de seus lojistas no segundo trimestre somaram 4,3 bilhões de reais, recorde para o período e alta de 56% ano a ano e de 30,2% ante 2019. A inadimplência foi negativa em 2,3% e o custo de ocupação foi de 11,3%.

Oliveira afirmou que dados de julho sinalizam manutenção do ritmo forte nos próximos meses, com a preliminar sobre as vendas apontando crescimento na faixa de 23% a 25% ante 2019, enquanto a inadimplência bruta do mês passado foi a menor de todos os meses desde o começo da pandemia e inferior a julho de 2019.

O executivo também destacou que a taxa de ocupação encerrou julho a 93,6%, endossando a perspectiva de a empresa atingir a previsão de encerrar o ano com uma taxa de 96%.

Oliveira enfatizou o fato de esses resultados ocorrerem mesmo em um mês de férias em que a pessoas voltaram a viajar, o que não acontecia há dois anos – “e mesmo assim as vendas se mantiveram muito fortes comparadas a 2019”.

“Nós acreditamos que as vendas no último semestre também serão muito fortes… 15% a 20% acima do que foi 2019 ao longo do terceiro e quarto trimestres”, acrescentou.

Em relação às operações i-Retail e Iguatemi 365, que tiveram Ebitda negativo de 13,1 milhões de reais no segundo trimestre, Oliveira afirmou que essa perda diminuirá no próximo ano. “Nós estamos buscando zerar essa perda em 2023. Não sei se conseguiremos, mas será menor do que 2022 e 2021.”

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