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5 fatos para hoje: fusão Localiza-Unidas com restrição; bitcoin como moeda legal

Segundo parecer do Cade, o ato de concentração “gera riscos relevantes para o ambiente competitivo no mercado de locação de veículos (RAC)”.

Loja da Localiza
Unidade da locadora de veículos Localiza 10/08/2019 REUTERS/Gabriel Araujo

1- Parecer do Cade recomenda aprovação da fusão Localiza-Unidas mediante remédios

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer recomendando a aprovação da fusão entre Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3) mediante remédios. Segundo o documento, o ato de concentração “gera riscos relevantes para o ambiente competitivo no mercado de locação de veículos (RAC)”, principal negócio da Localiza.

Agora, a compra da Unidas pela Localiza segue para ser avaliada pelo Tribunal do Cade, com prazo até os primeiros dias de janeiro de 2022.

De acordo com investigações da própria autarquia, a união entre Localiza e Unidas poderia resultar em uma concentração de mercado, no RAC, de aproximadamente 70%. Conforme o parecer, os mercados afetados pela operação são, além do RAC, gestão e terceirização de frotas (GTF) e venda de veículos usados no atacado e varejo (seminovos). “A presente operação acarreta sobreposições horizontais em todos os mercados indicados.”

A partir de agora, as requerentes devem analisar a recomendação de remédios para mitigar os efeitos da operação. A SG recomenda celebração de Acordo em Controle de Concentrações (ACC), com remédios estruturais e comportamentais, o que deve ser analisado pelo Tribunal do Cade.

2- Atos convocados por Bolsonaro criticam STF e presidente ameaça descumprir decisões

Milhares de pessoas foram às ruas de capitais do país no 7 de Setembro em atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro que tiveram como mote críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o chefe do Executivo atacou ministros da corte e ameaçou descumprir decisões, dizendo que jamais será preso por “canalhas”.

No feriado do Dia da Independência, Bolsonaro participou de atos em Brasília e São Paulo que contaram com milhares de apoiadores, apesar de o comparecimento na Avenida Paulista ter ficado abaixo do esperado pelo presidente. Bolsonaro havia dito que esperava 2 milhões de pessoas, mas o número de presentes ficou em 125 mil, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Nos dois eventos, o presidente fez ataques em seus discursos contra os ministros do STF Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As falas de Bolsonaro, que foram acompanhadas por diversos ministros do governo, causaram reação em Brasília. A cúpula do Poder Judiciário começou a discutir a linha de reação ante os ataques de Bolsonaro a ministros do Supremo, segundo duas fontes. Há uma cobrança para que o presidente do STF, Luiz Fux, se posicione.

Em outra frente, lideranças políticas passaram a defender o impeachment de Bolsonaro, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), cujo partido vai se reunir extraordinariamente para debater o assunto. O MDB e o Solidariedade também querem debater a iniciativa em suas bancadas, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

3- El Salvador se torna primeiro país a adotar bitcoin como moeda legal

El Salvador se tornou na terça-feira (07) o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda legal, embora tenha sofrido problemas iniciais quando o governo teve que desconectar uma carteira digital para lidar com a demanda.

A mudança significa que as empresas devem aceitar o pagamento em bitcoin junto com o dólar americano, que tem sido a moeda oficial de El Salvador desde 2001 e permanecerá com curso legal.

Ainda não está claro se as empresas serão penalizadas se não aceitarem o bitcoin.

O presidente Nayib Bukele, disse que o uso do bitcoin ajudará os salvadorenhos a economizar US$ 400 milhões por ano em comissões para remessas, ao mesmo tempo que dará acesso a serviços financeiros para quem não tem conta bancária.

No entanto, os mais pobres podem ter dificuldade em acessar a tecnologia necessária para fazer o bitcoin funcionar em El Salvador, onde quase metade da população não tem internet e muitos mais têm acesso esporádico.

Outros dizem que a mudança pode alimentar a lavagem de dinheiro e a instabilidade financeira. Isso já turvou as perspectivas de mais de 1 bilhão de dólares em financiamento que El Salvador está buscando do Fundo Monetário Internacional (FMI).

4- Locadoras vão atrás de veículos usados e em concessionárias

Principais clientes cativos da indústria automobilística, as locadoras que compram carros direto das fábricas, normalmente com altos descontos, começaram a buscar alternativas de fornecimento, recorrendo às concessionárias e até ao mercado de modelos usados para renovar suas frotas.

Mesmo com um movimento que começou recentemente, de devolução de carros alugados por parte de motoristas de aplicativos – desta vez por causa do alto preço da gasolina -, o presidente da Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis (Abla), Paulo Miguel Júnior, diz que faltam produtos nas empresas por causa da redução de entregas pelas fabricantes, por dificuldades na produção devido à falta de semicondutores.

Segundo ele, foram devolvidos até agora cerca de 30 mil automóveis. Em 2020, quando as pessoas ficaram isoladas em casa em razão da pandemia, cerca de 160 mil carros de aplicativos voltaram para as locadoras. Essa “perda”, diz o executivo, foi recuperada ainda no ano passado.

Com a queda drástica nas entregas a partir do primeiro trimestre, as locadoras, que nos últimos cinco anos têm ficado com 20% em média do total de automóveis e comerciais leves vendidos no País, viram essa participação cair para 15%.

Do 1,33 milhão de automóveis e comerciais leves comercializados até agosto, quase 200 mil foram para o mercado de locação, cálculo feito com base em dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

O recuo na fatia das vendas ocorre num momento em que a mais nova modalidade de aluguel por assinatura, com prazos de até três anos, tem crescido, assim como a terceirização de frotas de empresas, que estão vendo mais vantagem na locação do que na posse de veículos.

5- Crédito imobiliário ligado ao IPCA e poupança perde fôlego

As linhas de crédito imobiliário pós-fixadas, atreladas ao indicador oficial de inflação (IPCA) e à caderneta de poupança, tiveram um voo de galinha. Os empréstimos nessas modalidades foram lançados com pompa em 2019 e até mostraram crescimento promissor nos primeiros dois anos, mas agora perderam fôlego, diante de juros e inflação em alta.

Os financiamentos imobiliários reajustados pelo IPCA chegaram a movimentar R$ 1,2 bilhão por mês ao longo do ano passado. Com os chacoalhões da economia, esse volume caiu para o patamar de R$ 300 milhões no fim do primeiro semestre deste ano, conforme dados do Banco Central. E o viés é de baixa. A instituição não tem dados específicos sobre linhas de crédito corrigidas pela poupança.

O lançamento da modalidade IPCA ocorreu em 2019, em cerimônia com a presença do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e uma plateia repleta de líderes políticos e empresários do mercado imobiliário. O banco estatal foi pioneiro na adoção da linha, com taxas na ordem de 3% a 5% ao ano, mais o IPCA. As linhas vigentes até então tinham juros perto de 8,5% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Houve, portanto, redução considerável da parcela inicial para os consumidores, já que a inflação estava num patamar baixo, estimulando as compras e vendas de imóveis – embora em contratos de maior risco.

No ano seguinte, em 2020, foi a vez do lançamento do crédito imobiliário corrigido pela remuneração da poupança. Aqui, o pioneiro foi o Itaú Unibanco, logo seguido por outras instituições. Esta modalidade é considerada menos arriscada para os mutuários, uma vez que o reajuste pela poupança tem um limite, ao contrário da inflação. Basta lembrar da regra: se a Selic for menor ou igual a 8,5%, o rendimento da poupança será de 70% da Selic mais a TR. Se a Selic ultrapassar os 8,5%, o rendimento da caderneta trava em 0,5% ao mês mais TR.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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