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Estratégia do fundo que subiu 1.420% inclui paciência, diz Ártica

Alta acumulada desde o início da operação, em 2013, ficou acima dos 156% do Ibovespa.

Visão fundamentalista, estratégia de longo prazo e olhar atento a small caps. Essas são algumas das estratégias da Ártica Asset Management, que busca empresas consideradas resilientes e com negócios rentáveis. Mas o principal desafio é detectar o momento de entrada nas ações – e, para isso, momentos de pessimismo na bolsa de valores podem ajudar.

É o que afirmou o sócio e gestor Ivan Barboza em entrevista ao InvestNews. O fundo de ações da Ártica acumula alta de 1.420% desde o início da operação, em 2013 (31% de forma anualizada), contra 156% do Ibovespa no mesmo intervalo.

“Nossa estratégia é identificar empresas que têm bons negócios, e por bons negócios eu quero dizer negócios rentáveis em períodos muito longos e resistentes a épocas ruins”, explica o profissional, que comenta ainda o desafio do momento de entrada. 

“Geralmente, quando você consegue comprar ações de boas empresas num preço muito baixo, é porque o ambiente econômico está muito ruim e o mercado acaba entrando num ciclo vicioso de achar que a economia nunca mais vai se recuperar, ou que a recuperação vai ser muito lenta”, explica. 

Esse pessimismo exagerado, segundo ele, diminui as avaliações das empresas em bolsa e causa um efeito de fluxo de dinheiro saindo da bolsa. “Então a coisa fica mais barata do que deveria estar por causa disso.” E o gestor afirma que essa habilidade para identificar descontos em momentos de estresse é o que define o sucesso de uma estratégia de longo prazo nos investimentos. 

Paciência é um dos segredos

“Tem teses nossas que andaram de lado dois, três anos antes da ação disparar. E mesmo andando de lado 2, 3 anos, deram muito dinheiro porque a gente entrou em um preço muito depreciado e, depois, depois isso normalizou”, revela o gestor. 

“Mas boa parte do lado difícil do estilo de investimento é você ter paciência de ficar olhando a coisa andar de lado 3 anos e não decidir vender, não se convencer que a tese foi inválida e aguentar o período ruim passar.”

Sobre as dúvidas pelo momento de entrada em uma ação e a paciência em tempos de bolsa em baixa, o gestor afirma que é um erro comum entre muitos investidores não se atentarem a esse equilíbrio. “

“As pessoas costumam cometer o erro de esperar ver a bolsa subir por um bom tempo antes de entrar e sair depois que a bolsa caiu por um tempo. Isso causa quase uma fatalidade de entrar quando está caro e sair quando está barato. O que tem que fazer é justamente o contrário”

Ele afirma que, no Ártica, o objetivo é “tentar ser mais neutro”. “Então a gente está sempre no mesmo humor. Quando o mercado está muito pessimista, a gente começa a achar que as coisas estão baratas. Quando o mercado está otimista, a gente começa a achar que as coisas estão caras”, diz ele, mas reconhecendo em seguida: “isso é muito mais fácil falar do que fazer”. 

Como as small caps entram nisso

A estratégia do Ártica não se restringe a empesas com menor valor de mercado – ou seja, podem incluir também as empresas mais negociadas da bolsa. Mas Barboza afirma que esse tipo de ação pode oferecer “boas assimetrias de risco retorno”, e por isso acaba bem presente na carteira do fundo. 

“As small caps costumam ser deixadas de lado quando o ambiente está ruim. Boa parte dos investidores busca mais segurança e vai para as empresas mais bem estabelecidas, acaba ignorando um pouco essas empresas que têm um porte menor. Aí é mais comum achar descontos muito grandes de preço em small caps. Aí eu brinco aqui que eu prefiro small cap barata do que large cap cara”, afirma. 

Momento do mercado

Para Barboza, “hoje a bolsa está muito mais atrativa do que estava no boom de 2020, 2021”. 

Em meio a incertezas sobre a política fiscal, a B3 tem visto um movimento de saída de estrangeiros da bolsa brasileira, com o Ibovespa mostrando alguma dificuldade para avançar de forma mais consistente, mesmo com a perspectiva de continuidade no ciclo de queda da taxa Selic. 

Nesse cenário, o gestor da Ártica considera que o momento é favorável para entradas. “Não está tendo fluxo, muita gente fala que vai esperar os juros cair. Mas depois que os juros caírem, as coisas provavelmente já vão estar caras. Nessa lógica de ‘vou entrar depois que cair’, a rentabilidade é outra.”

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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