O que são ETFs, como investir e quais as vantagens?

Os Exchange-Traded Funds (ETFs), conhecidos como fundos negociados em bolsa, estão conquistando cada vez mais espaço entre investidores que querem diversificar seus investimentos de forma simples e eficaz. 

Mas você sabe exatamente o que são ETFs? Como investir neles e aproveitar ao máximo suas vantagens? 

Este artigo tem tudo o que você precisa saber para entender como os ETFs podem ser uma peça-chave na sua estratégia de investimento. Continue lendo e descubra a diferença que eles fazem na sua carteira.

O que é um ETF?

ETFs, ou Fundos de Índice, são fundos de investimento que têm como objetivo replicar o desempenho de um índice de referência específico, como o Ibovespa, S&P 500, entre outros. Esses índices são indicadores que refletem o desempenho de um grupo de ativos disponíveis no mercado. 

Por exemplo, o Índice Bovespa (IBOV) é o principal indicador de performance das ações das empresas mais importantes do mercado de capitais brasileiro. Quando você investe em um ETF, está comprando uma fração de uma cesta de ativos que compõem o índice que o fundo busca replicar. 

Isso significa que, ao invés de comprar ações de várias empresas individualmente, você adquire um único ETF que já inclui essas ações em sua composição, proporcionando a diversificação automática.

Qual é a diferença entre ETFs e fundos de investimento? 

Embora os ETFs sejam uma forma de fundo de investimento, eles se destacam por características específicas. A principal diferença está no tipo de gestão. Existem dois tipos de gestão:

• gestão ativa: busca superar um índice de referência para obter melhores resultados;
• gestão passiva: segue fielmente um benchmark, sem tentar superá-lo.

Fundos de investimento podem adotar qualquer um desses formatos de gestão, mas os ETFs são sempre geridos na forma passiva, já que seu objetivo é replicar o desempenho de um índice específico. Isso traz uma certa previsibilidade ao investidor, pois o desempenho das cotas está diretamente vinculado ao índice, não às escolhas de um gestor.

Outra diferença importante é a forma de negociação. As cotas de fundos tradicionais são adquiridas diretamente por meio de bancos, corretoras ou gestoras, que são as instituições que oferecem esses produtos. Já as cotas de ETFs só podem ser compradas e vendidas no pregão da bolsa de valores, ainda que instituições financeiras façam a intermediação.

Por último, a maneira de acompanhar os resultados também varia. No caso dos fundos tradicionais, o desempenho é consultado mediante entidades como a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) ou CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Já nos ETFs, o investidor pode acompanhar o desempenho em tempo real no site da bolsa de valores.

Como funciona um ETF?

Um ETF funciona como qualquer outro fundo de investimento: acontece uma captação de recursos para formar o patrimônio do fundo e, depois, o gestor da carteira adquire um número de cotas de papéis que fazem parte do índice de referência selecionado para o fundo. 

Por último, o desempenho se dará do mesmo modo que o índice, já que a carteira foi composta pelas mesmas ações do indicador — porém, na proporção do patrimônio do fundo.

Quais são os tipos de ETFs? 

Existem vários tipos de ETFs, cada um com características únicas que se alinham a diferentes estratégias de investimento. Eles podem ser divididos em dois grandes grupos: ETFs de renda fixa e ETFs de renda variável.

ETF de renda fixa 

Os ETFs de renda fixa são fundos que investem em títulos de dívida, como títulos do governo, debêntures ou outros instrumentos de renda fixa. Esses títulos são conhecidos por oferecerem pagamentos de juros regulares e devolverem o principal ao final de um período pré-determinado. 

Os ETFs de renda fixa são uma ótima escolha para investidores que desejam combinar renda regular com preservação de capital, enquanto aproveitam a flexibilidade e transparência características dos ETFs.

ETF de renda variável 

Os ETFs de Renda Variável são fundos que investem em diferentes ativos, incluindo ações, setores específicos, commodities e mercados internacionais. Esses fundos oferecem uma forma eficiente de diversificar seu portfólio e aumentar seus investimentos. Eles permitem que você acesse diferentes estratégias de investimento, como:

• ETFs de Índices de Ações: Replicam o desempenho de índices específicos de ações
• Setoriais: Focam em setores específicos da economia
• Commodities: Investem em matérias-primas como petróleo ou metais preciosos
• Inversos: Movem-se na direção oposta ao mercado
• Alavancados: Utilizam alavancagem para ampliar os retornos
• Dividendos: Focam em ações que distribuem dividendos
• Temáticos: Investem em temas específicos, como tecnologia ou saúde
• Criptomoedas: Investem em criptomoedas como Bitcoin
• ESG (Ambiental, Social e de Governança): Focam em investimentos sustentáveis

Esses ETFs são negociados na bolsa de valores, o que significa que você pode comprar e vender facilmente, aproveitando a liquidez e a flexibilidade do mercado de ações. No entanto, eles também apresentam um risco maior devido à volatilidade dos ativos em que investem. Portanto, são mais adequados para investidores que buscam retornos superiores e estão dispostos a assumir esse risco.

Como investir em EFTs?

O primeiro passo é escolher uma corretora de valores que ofereça acesso à bolsa de valores. É fundamental optar por uma corretora confiável, com boas avaliações, e que tenha uma plataforma de negociação fácil de usar.

Após abrir a conta na corretora, será necessário depositar fundos nela. Esse depósito pode ser feito por transferência bancária ou outros métodos de pagamento oferecidos pela corretora. Com o saldo disponível, o próximo passo é pesquisar os ETFs disponíveis no mercado.

Antes de investir, é essencial considerar o índice que o ETF replica, as taxas de administração, o histórico de desempenho e a composição do fundo. Existem ETFs que focam em ações, renda fixa, setores específicos e commodities, então escolha o que melhor se alinha aos seus objetivos de investimento e perfil de risco.

Uma vez selecionado o ETF que deseja adquirir, basta enviar uma ordem de compra na plataforma da corretora. É possível comprar um número específico de cotas ou investir um valor determinado. Detalhe: a compra será realizada durante o horário de negociação da bolsa de valores.

Após a compra, é importante acompanhar o desempenho do ETF. A maioria das corretoras oferece ferramentas que permitem monitorar a carteira em tempo real. Além disso, é importante verificar regularmente as atualizações e relatórios do fundo para entender como ele está se comportando em relação ao mercado.

Ao investir em ETFs, considere os custos envolvidos, como as taxas de corretagem e as taxas de administração do fundo.

Quais são os custos para investir em ETFs?

Existem alguns custos que o investidor precisa arcar ao aplicar em ETFs, como a taxa de corretagem, administração, emolumentos, custódia e o Imposto de Renda (IR). Confira abaixo o que é cada um deles:

• taxa de corretagem: cobrada pelas corretoras para que elas realizem operações na bolsa de valores. O custo a ser pago varia de instituição para instituição, além de existirem três categorias de cobrança: fixa, variável ou híbrida. O investidor precisa verificar o preço com a corretora que deseja fazer os seus investimentos;
• taxa de administração: essas taxas são cobradas em certa periodicidade (mensais ou anuais). O valor delas também varia de instituição para instituição, e, por isso, o investidor precisa ficar atento às porcentagens, já que eles podem impactar diretamente no rendimento da aplicação;
• taxa de emolumentos: os emolumentos são taxas cobradas pela bolsa de valores por cada transação realizada, seja compra ou venda de ativos, incluindo ETFs. Essas taxas são destinadas a cobrir os custos operacionais da Bolsa e podem variar dependendo do tipo de transação, do volume negociado e do tipo de ativo envolvido.

Como funcionam?

• Variação por Tipo de Transação: Os emolumentos podem ser diferentes para compras e vendas, ou para diferentes tipos de ativos negociados na bolsa.
• Variação por Volume Negociado: Em alguns casos, a taxa pode ser proporcional ao volume da transação. Quanto maior o volume, maior pode ser a taxa.
• Informações com a Corretora: Para saber exatamente quanto você pagará em emolumentos, é importante consultar a corretora de valores com a qual você está trabalhando. A corretora pode fornecer detalhes sobre as taxas aplicáveis às suas transações específicas.
• taxa de custódia: serve para proteger as aplicações do investidor e deve ser paga para a corretora ou para a Bolsa de Valores. O valor também varia para cada transação.
• Imposto de Renda:  incide sobre os ganhos obtidos com a venda de cotas de ETFs negociados em bolsa. Para ETFs de ações, a alíquota é de 15% sobre os ganhos. Já os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), que são frequentemente confundidos com ETFs imobiliários, têm uma alíquota de 20% sobre os ganhos de capital. Os ETFs de renda fixa também estão sujeitos a imposto, com alíquotas que variam entre 15%, 20% e 25%, dependendo do prazo médio da carteira de ativos financeiros. Importante salientar que o desconto do IR não é feito automaticamente pela corretora. É o investidor que deve declarar os ganhos à Receita Federal e realizar o pagamento do imposto devido.

Vantagens e desvantagens de ter um ETF na carteira

Incluir ETFs na carteira de investimentos pode oferecer diversas vantagens, mas também apresenta algumas desvantagens que devem ser consideradas. Veja cada uma delas a seguir.

Vantagens de ter um ETF na carteira

Veja algumas vantagens de incluir ETFs à sua carteira de investimentos:

• diversificação, pois permitem exposição a uma ampla gama de ativos com um único investimento;
• baixos custos de administração e negociação;
• liquidez, já que podem ser comprados e vendidos ao longo do dia na bolsa de valores;
• a transparência é outro benefício, já que os ETFs divulgam suas posições regularmente;
• flexibilidade, com opções que cobrem diversos ativos e estratégias de investimento.

Desvantagens de ter um EFT na carteira 

Por outro lado, os ETFs têm algumas desvantagens:

• risco de mercado, o que significa que seu valor pode cair junto com o índice ou os ativos que replicam;
• embora as taxas de transação sejam geralmente baixas, elas podem se acumular para quem faz muitas negociações;
• diferença entre o preço de compra e venda, que pode ser maior em mercados menos líquidos;
• a falta de gestão ativa pode ser uma desvantagem para quem busca superar o mercado.

Qual o melhor ETF? 

Não existe um “melhor” ETF universal, pois a escolha depende dos seus objetivos, perfil de risco e estratégia de investimento. Escolher o ETF certo para sua carteira é uma decisão que deve ser tomada com cuidado, considerando uma série de fatores que influenciam diretamente seus resultados financeiros.

Primeiro, é essencial definir o objetivo de investimento. Para quem busca crescimento a longo prazo, um ETF de ações pode ser a melhor opção. Por outro lado, se a prioridade é a estabilidade e a geração de renda, ETFs de renda fixa podem ser mais adequados. 

O perfil de risco também deve ser levado em conta. Para quem se sente confortável com volatilidade, ETFs de ações ou setores específicos podem oferecer retornos atraentes. No entanto, se prefere menos flutuação, ETFs de renda fixa ou que replicam mercados amplos podem ser mais apropriados.

Verifique a composição do índice, as taxas de administração, a liquidez e o histórico de desempenho do ETF. Também considere a tributação, a reputação do gestor e a acessibilidade do ETF na corretora.

Considerar todos esses aspectos ajudará você a escolher um ETF que se alinha às suas metas financeiras, permitindo que você maximize seu retorno e equilibre risco e retorno.

ETFs pagam dividendo?

ETFs podem pagar dividendos, mas a forma como esses dividendos são tratados pode variar.

Alguns ETFs coletam os dividendos pagos pelas ações que compõem o fundo e os distribuem diretamente aos cotistas, de maneira semelhante ao que ocorre com as ações individuais. Os dividendos são pagos periodicamente (mensal, trimestral ou anualmente) e creditados na conta do investidor.

Outros ETFs não distribuem os dividendos diretamente aos cotistas. Em vez disso, o gestor do fundo reinvestirá os dividendos recebidos em novas ações ou outros ativos que compõem o ETF. Esse reinvestimento visa aumentar o valor das cotas do ETF ao longo do tempo, contribuindo para a valorização do fundo na totalidade.

Lista de EFTs na B3 

Entre a lista de ETFs listados na B3, 91 deles são de renda variável e 12 de renda fixa (lista de setembro de 2024). Confira abaixo!

EFTs de renda variável 

EFTs de renda fixa