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Americanas: administrador judicial indica dívida R$ 6,7 bi maior; ação desaba

Varejista disse que a diferença se refere ao valor total das debêntures nas quais a companhia é devedora das empresas do grupo, a JSM e a B2W.

O escritório de advocacia Zveiter, administrador judicial da Americanas (AMER3), informou à 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro que em uma primeira análise da relação de credores consolidada, com propósito inicial de envio das cartas aos credores, verificou que o somatório dos valores listados atinge R$ 47,9 bilhões.

“Como se observa, o valor total identificado pela Administração Judicial nesta quadra processual difere do declarado pelas recuperandas, que informa passivo submetido à recuperação judicial no montante de R$ 41.231.076.111,35, o que representa uma diferença de R$ 6.673.846.492,23”. aponta o documento.

A ação da Americanas fechou o dia em queda de 19,62%, negociada a R$ 1,68.

Americanas se manifesta

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Ao ser questionada, a Americanas disse que a diferença apontada na relação de credores se refere ao valor total das debêntures nas quais a Americanas é devedora das empresas do grupo, a JSM e a B2W.

“As debêntures foram emitidas intragrupo apenas para criar um canal de transferência de recursos da Americanas S/A para as recuperandas estrangeiras, visando ao pagamento dos Bonds (as debêntures “espelham” os bonds)”, disse a varejista.

A empresa informou ainda que esse valor deve ser expurgado, sob pena de duplicidade. “Há apenas uma dívida, decorrente da emissão dos bonds, e um canal intragrupo para remessa de recursos para pagamento daquela dívida”, explicou a Americanas.

Relembre o caso Americanas

No dia 11 de janeiro, a Americanas anunciou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, o que resultou na renúncia dos então CEO e CFO da empresa.

Dois dias depois, credores pediram o vencimento antecipado das dívidas da companhia e notícias indicaram que os acionistas de referência propuseram um aumento de capital de R$ 6 bilhões, enquanto bancos credores exigiram um mínimo de R$ 10 bilhões. Na mesma data, a companhia conseguiu uma tutela de urgência na Justiça, suspendendo por 30 dias o vencimento antecipado das dívidas e quaisquer obrigações.

Posteriormente, o BTG Pacutal realizou um pedido para derrubar a medida, que foi indeferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Em meio aos desdobramentos, a companhia teve sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco.

No dia 19 de janeiro, a Americanas divulgou um comunicado informando que entrou com o pedido de recuperação judicial, que foi aceito pela Justiça horas depois. A varejista informou uma dívida junto aos credores que soma R$ 43 bilhões.

Após a notícia, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência, incluindo o Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou a criação de uma força-tarefa com várias superintendências para analisar o caso. O órgão disse que buscava cooperação com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.

O bloqueio de valores a pedido do BTG foi derrubado em decisão judicial dias após o pedido de recuperação judicial ter sido aceito pela Justiça.

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