A Oi (OIBR3) acertou a venda do controle da Infraco, a sua subsidiária de fibra ótica, para o BTG Pactual Economia Real Fundo de Investimento em Participações em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos, durante o leilão judicial encerrado por volta das 16h. As partes arremataram uma fatia de 57,9% do negócio por R$ 12,9 bilhões. A Oi permanecerá como sócia minoritária, com 42,1%.

A transação envolve desembolso de R$ 9,786 bilhões para aquisição de ações da Infraco e capitalização de R$ 3,137 bilhões na unidade de negócios em um prazo de até 90 dias.

A operação agora será homologada e seu fechamento vai depender de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A perspectiva da Oi é que toda a transação esteja concluída entre o fim de 2021 e o começo de 2022.

A InfraCo é a unidade de negócios criada para concentrar a operação e expansão da fibra ótica da Oi. A nova empresa terá uma rede do tipo “neutra”, que poderá ser alugada para quaisquer outros provedores de internet. Neste ano, ela já fechou os dois primeiros contratos, um deles com a Vero, provedora controlada pela Vinci Partners. A Oi vai continuar oferecendo banda larga aos consumidores finais, mas na condição de ‘locatária’ das redes da Infraco.

A cobertura de banda larga por fibra ótica da Infraco está disponível para 10,5 milhões de casas, dos quais 2,5 milhões já ingressaram na base de assinantes. A meta para cobertura é atingir até 15 milhões de casas no fim de 2021 e 32 milhões no fim de 2025, o que exigirá investimentos de R$ 20 bilhões no período – daí a necessidade de atrair um parceiro para dividir o desembolso.

Este foi o último grande leilão de ativos da Oi, que já se desfez de torres, data centers e rede móvel, movimentando quase R$ 20 bilhões, conforme o plano de recuperação judicial aprovado pelos credores no ano passado. O dinheiro está sendo usado para quitar dívidas e sustentar investimento no que restou das operações. O plano prevê ainda a venda da rede de TV por assinatura, mas esse é um negócio de apenas R$ 20 milhões, muito pequeno perto dos anteriores.

O leilão foi realizado de modo virtual, a partir da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Presentes no local apenas o juiz responsável pela recuperação judicial da Oi, Fernando Viana, e representantes do administrador judicial (o escritório Wald Advogados) e do Ministério Público – que emitiram posição favorável à proposta de BTG e Globenet. Cerca de 340 pessoas acompanharam a sessão online.

Veja também