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Negócios

Com Remessa Conforme, Magalu quer ampliar itens importados em seu marketplace

Varejista fará nesta semana pedido de adesão ao programa, que zera imposto de importação em compras de até US$ 50.

Magazine Luiza (MGLU3) informou que vai entrar com pedido de adesão ao programa Remessa Conforme, do governo federal, nesta semana. Segundo a varejista, o objetivo é ampliar o portfólio de itens importados em seu marketplace

Centro Logístico do Magazine Luiza em Louveira (SP) 24/04/2018 REUTERS/Paulo Whitaker

A decisão da empresa acontece depois que as estrangeiras Shopee e o Mercado Livre (MELI34) já foram certificadas no programa no último dia 22 para, exclusivamente, vendas efetuadas por meio dos sites das duas empresas, com a adesão já entrando em vigo naquela data. 

Outras varejistas do exterior, como as chinesas Shein e AliExpress, além do Alibaba (BABA34), e a Sinerlog, que fica nos Estados Unidos, já estão habilitadas pela Receita Federal no Remessa Conforme. A Amazon (AMZO34) também pediu adesão.

O programa

O Remessa Conforme, que entrou em vigor no dia 1 de agosto de 2023, concede isenção da alíquota de imposto de importação para compras de até US$ 50. Em troca da isenção, as empresas deverão entrar no programa de conformidade da Receita Federal. A página de comércio eletrônico que aderir ao programa também terá acesso a uma declaração antecipada que permitirá o ingresso mais rápido da mercadoria no país.

Cartão de crédito, compras online, e-commerce (Foto: Pixabay)
Cartão de crédito, compras online, e-commerce (Foto: Pixabay)

Se a empresa não fizer adesão ao programa, haverá cobrança de alíquota de 60% de Imposto de Importação, como acontece com as compras acima de US$ 50. 

A isenção para compras até US$ 50 será apenas para tributos federais. Todas as encomendas de empresas para pessoas físicas que fizerem adesão ao Remessa Conforme pagarão 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo que é arrecadado pelos estados.

Modelo anterior

Anteriormente, as remessas de empresas para pessoas físicas do exterior não eram isentas, ficando sujeitas à alíquota de 60% de Imposto de Importação. Já as encomendas entre US$ 500 e US$ 3 mil também tinham a cobrança de ICMS. No entanto, as cobranças aconteciam com pouca frequência sobre mercadorias de pequeno valor, pois ficavam na dependência de fiscalização da Receita Federal sobre as encomendas dos Correios.

 O benefício, até então, só era concedido se a remessa ocorresse entre duas pessoas físicas, sem finalidade comerciais. Essa isenção, no entanto, gerou problemas, já que alguns sites aproveitavam a brecha para se passarem por pessoas físicas e evitarem o pagamento de imposto.

Operação da companhia

O Magazine Luiza informou que a companhia deve operar via cross border (operação de markerplace internacional) itens de diferentes categorias, que complementam o portfólio de produtos que a empresa já opera hoje. Atualmente, a varejista já atua por meio de uma operação cross border que envolve itens enviados dos Estados Unidos para o Brasil.

Magalu
Logo da varejista em centro de distribuição em Louveira REUTERS/Paulo Whitaker

“Vamos aproveitar oportunidades de trazer produtos e marcas que não estão no Brasil, assim, reforçando nosso sortimento com milhares de novos itens. Nosso marketplace será reforçado com, além de outros itens, marcas de áudio, caixas de som, brinquedos, barbeadores, eletroportáteis , por exemplo”. 

Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios do Magalu, à imprensa.

“Além disso, vemos muita oportunidade para nossas outras marcas do grupo como Netshoes, de artigos esportivos, Época Cosméticos, de itens de beleza, e KaBuM!, do setor de games”, disse Galanternick.

Impactos para a empresa e ação

A Nord Research avaliou em relatório que essa estratégia do Magazine Luiza é positiva para a companhia, dado que o momento é de empresas estrangeiras, como Shein e Shopee, que aproveitam para trazer mercadorias ao país com imposto zero nas mesmas condições que Magalu busca aprovação, o que equipara os ganhos da concorrência na mesma faixa de preço das vendas. 

Apesar disso, a casa de análise de investimentos avalia que, no momento atual do varejo no Brasil, e com aumento de competição, prefere ficar de fora das ações do Magazine Luiza.

Segundo Victor Bueno, analista da Nord Research, Magazine Luiza deve continuar sentindo a pressão do cenário de juros, que, como a Casas Bahia (BHIA3), tende a apresentar números neutros em sua receita no trimestre, com suas vendas digitais podendo compensar parte das quedas nas lojas físicas.  

“Entretanto, mesmo que menor, o terceiro trimestre de 2023 deverá ser marcado por mais um prejuízo líquido para a varejista, que recentemente apresentou o pior resultado líquido de sua história e que já acumula quase R$ 900 milhões em prejuízo nos últimos 12 meses. Com muita dificuldade de atravessar o momento atual do país, ficamos fora de MGLU3”.

victor bueno, da nord, em relatório.

Destaque para vendas digitais

No segundo trimestre de 2023, embora Magazine Luiza tenha registrado um prejuízo líquido ajustado de R$ 198,8 milhões no segundo trimestre de 2023, alta de 77,3% na comparação com mesmo período do ano passado, a Genial Investimentos apontou que a área digital foi o grande destaque da empresa no período.

O e-commerce totalizou R$ 10,7 bilhões em vendas no trimestre, um avanço de 7%. Já as vendas no marketplace somaram R$ 4,2 bilhões, uma alta de 15%.

“A maior contribuição de crescimento veio para o marketplace, que, apesar de desacelerar sequencialmente, mantém um mid-teens de crescimento. A sinalização é bem animadora. Com uma maior nível de maturidade do digital e um ecossistema mais robusto (tanto em mix quanto em infraestrutura para suportar vendas), em mais um trimestre, o Magazine Luiza reforçou a sua solidez no online”, destacou em relatório a Genial Investimentos.

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