Com o avanço da vacinação contra a covid, uma parcela da população recuperou a confiança na retomada econômica e passou a planejar a abertura de negócios próprios para auxiliar na renda. É o que mostra o Índice FinanZero de Empréstimo (IFE) do mês de julho, antecipado com exclusividade ao InvestNews. O relatório mede a demanda por crédito na internet.
Segundo o índice, os pedidos de empréstimo para abrir o próprio negócio cresceram 8% em julho em relação ao mês anterior, e 127% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Seguindo a mesma tendência de crescimento, os pedidos de empréstimos para dívidas vêm crescendo desde março deste ano, mês que registrou a maior alta (196%) desde janeiro de 2020. No mês de julho, as solicitações aumentaram 1% em relação ao mês anterior.
De acordo com Cadu Guidi, sócio-diretor de marketing da FinanZero, o aumento nos pedidos de empréstimo está relacionado ao avanço da imunização nos estados do país. “Com a população vacinada, temos perspectivas um pouco mais otimistas em relação à economia. Já notamos, inclusive, uma maior motivação financeira por parte de empresários, autônomos e MEIs”, disse no estudo.
A pesquisa analisou a base de clientes da FinanZero, que soma 5.59 milhões usuários, e levou em conta 4.5 milhões termos de buscas consultados em buscadores, como o Google. Além disso, o levantamento comparou o acesso ao site dos principais players do mercado para mensurar a demanda real.
Fintechs auxiliam concessão de crédito online
Durante a pandemia, as dificuldades enfrentadas por empresários na aquisição de crédito no país se intensificaram. Os altos juros e a burocracia para a obtenção dos empréstimos têm feito com que as fintechs sejam ainda mais procuradas para auxiliar na abertura de novos negócios.
Com a promessa de otimização e inovação dos serviços voltados para o segmento financeiro, essas empresas aumentam as ofertas a empresários, principalmente com empréstimos e juros mais em conta.
O relatório do IFE apontou que a frase “juros baixos empréstimo” registrou crescimento de 13% no período de julho de 2020 a julho de 2021. Enquanto isso, as buscas por “empréstimo com garantia de celular” cresceram 24% também no último ano. Já neste ano, pesquisas sobre “empréstimos com baixos juros” cresceram mais de 500%, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
O crescimento e as inovações das fintechs impulsionam tendências e novas modalidades de linhas de crédito concedidas a empresários que desejam investir no próprio negócio. Ao fornecer um sistema de pagamentos online, as fintechs facilitam as atividades do pequeno e médio empresário.
“Ao ter uma conta digital de acordo com as suas necessidades, podemos pensar em uma linha de crédito própria para aquele empreendedor. É importante levar em conta que nem todas as cidades possuem uma agência bancária física, então as fintechs podem tornar essas atividades acessíveis a todos os empresários, independente da região”, acrescentou Guidi em comunicado.
No comparativo mensal, também realizado pelo IFE, a região Norte apresentou um crescimento, saindo de 59% para 70%, no interesse de buscas por empréstimo em julho de 2021, comparado ao mês anterior. No entanto, a região Nordeste segue tendo a maior porcentagem de procura pelo termo, com 82%, seguido da região Sudeste, com 71%,
Perspectivas para os próximos meses
Para traçar perspectivas, o IFE também realiza uma pesquisa de intenção para compreender a disposição dos brasileiros em relação à solicitação de empréstimos para os próximos meses. Em julho de 2021, 45% dos brasileiros entrevistados deixaram evidente a intenção em pedir empréstimo nos próximos três meses. Destes, 61,4% disseram que buscarão pelo serviço de modo online.
Em relação às demais razões das solicitações de crédito, dívida continua liderando entre os motivos para os pedidos de empréstimos: 45,29% dos respondentes pretendem solicitar empréstimos para quitar os débitos. Por outro lado, no comparativo mensal, os pedidos por crédito para negócio próprio ultrapassaram os de compras.
Para a pesquisa de intenção, o IFE considerou as respostas de um questionário online direcionado a 500 internautas de todo o Brasil, feito entre os dias 28 de julho a 05 de agosto deste ano, que refletem os dados do IBGE.
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