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Magalu e Mercado Livre devem se beneficiar de situação da Americanas

De acordo com analistas, a empresa perde fôlego e deixa um terreno praticamente livre para as outras duas empresas gigantes do e-commerce.

Para analistas e especialistas do mercado financeiro, se a situação é ruim para a Americanas (AMER3), os concorrentes, especialmente Magazine Luiza (MGLU3) e Mercado Livre (MELI34), líderes de mercado, têm o que comemorar.

O cenário explica o avanço dos papéis de Magalu de 7,02% nesta quinta-feira (19), liderando o principal indicador da B3, Ibovespa, enquanto Americanas derreteu 42,53% – no mesmo dia em que a justiça aceitou seu pedido de recuperação judicial.

Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, explica que com as dificuldades financeiras enfrentadas pela Americanas, a empresa perde fôlego e deixa um terreno praticamente livre para as outras duas empresas gigantes do e-commerce.

“A empresa não vai conseguir investir em marketing e os lojistas já não querem vender mais por meio do marketplace. O gargalho ficou apertado e o e-commerce é um player muito grande. Tem uma fatia que vai ficar à disposição, o que vai gerar aumento de tráfego de pessoas na Magalu e no Mercado Livre, especialmente pela posição de liderança que essas empresas têm”, pontuou Serra, ao lembrar que a corretora colocou a recomendação para AMER3 sob revisão.

Os papéis do Mercado Livre (MELI34), que aqui no Brasil são negociados por meio de recibos de ações listadas no exterior (BDRs), terminaram o dia em alta amena de 1,59%, enquanto as ações subiram 0,36% em Nova York.

Magazine Luiza

‘Rotação de carteira’ beneficia concorrentes

De acordo com o especialista em renda variável da Nexgen Capital, Heitor Martins, o movimento desta quinta-feira, com forte alta da Magalu e uma queda abrupta de Americanas, é chamado de “rotation trade”, ou “rotação de carteira” em português, que nada mais é do que a troca de um ativo por outro.

“Apesar do que aconteceu com a Americanas, o investidor ficou posicionado dentro de uma concorrente que pode apresentar um potencial de crescimento, ou seja, ele mantém o risco no mesmo setor”, explica Martins.

Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, avalia que o cenário deve concentrar ainda mais o segmento de e-commerce brasileiro.

“A entrada em recuperação judicial e os movimentos mais recentes dos fornecedores de exigir pagamento à vista para a venda dos produtos e dos marketplaces de se desconectar da plataforma farão com que ela perca rapidamente sua participação de mercado”, diz Ferrer.

Nesse sentido, Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, avalia que outros players vão ganhar mercado, sem ter que fazer esforço e sem ter que abrir se quer uma loja. “Será algo instantâneo”.

Recuperação judicial

Nesta quinta-feira (19), a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial feito horas antes pela Lojas Americanas, que declarou uma dívida de R$ 43 bilhões com credores. A decisão é da da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. Após a varejista entrar com o pedido, a B3 informou que excluiu a varejista de todos os seus índices de referência.

A Americanas se junta a outras 17 empresas listadas na B3 que hoje estão em recuperação judicial.

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