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Negócios

Oi adia votação para agrupar ações por falta de quórum

Encontro será realizado em nova data, informou a companhia em comunicado.

A empresa de telecomunicações Oi (OIBR3; OIBR4) realizaria nesta sexta-feira (18) uma assembleia extraordinária com acionistas para discutir a proposta de grupamento de ações da companhia, na proporção de 50 para 1. No entanto, o encontro foi adiado porque não houve quórum mínimo para votar a proposta. A empresa convocará nova reunião, ainda sem data definida.

“A administração da companhia providenciará, oportunamente, a segunda convocação da AGE, sendo que, em segunda convocação, a AGE será instalada com a presença de qualquer número de acionistas, nos termos dos arts. 124, §1º, inciso II, e 125, ambos da Lei das S.A”, informou a Oi por comunicado.

O objetivo do grupamento é que a companhia passe a ser negociada a um valor mais alto – por volta de R$ 10 – e portanto deixa de ser uma “penny stock” (como são chamadas as ações de empresas que valem menos de R$ 1).

Loja da Oi em São Paulo
Loja da Oi em São Paulo. 18/07/2018 REUTERS/Paulo Whitaker

Na tarde desta sexta-feira, a ação preferencial da Oi (OIBR4) operava negociada a R$ 0,50.

Em 17 de outubro, a Oi informou que seu conselho aprovou uma proposta para fazer o grupamento de seus papéis. Na prática, 50 ações da companhia vão passar a corresponder a um papel.

Após a aprovação do grupamento, o que muda para o investidor? O Investnews conversou com especialistas que explicaram em 5 pontos o que o grupamento representa na prática. Confira:

Por que a Oi vai fazer o grupamento de ações?

Oi informou que o objetivo da proposta é se adequar às regras da B3, que determinam que os papéis das empresas listadas sejam negociados acima de R$ 1 por unidade – isso porque a ação ordinária da empresa, em outubro, estava sendo vendida na casa dos R$ 0,30, enquanto a preferencial estava em torno dos R$ 0,70 – o que é chamado pelo mercado de “penny stocks”.

O grupamento permitirá também que as ações da companhia voltem a atender a um dos critérios para que sejam elegíveis à composição de índices de mercado, como o próprio Ibovespa.

Quando o grupamento vai acontecer?

Ainda não existe uma data fixada para a operação. Primeiramente, era necessária a aprovação da proposta de grupamento pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que foi adiada.

Aprovado o grupamento pela AGE, os investidores terão no mínimo 30 dias (chamado de período de livre ajuste) para readequar suas posições a múltiplos de 50.

O que muda para o investidor após o grupamento?

Exemplo: um investidor que tem 10 ações ordinárias precisará adquirir mais 40 papéis da mesma classe, para que quando o grupamento for concretizado, ele possa ter o equivalente a uma ação da Oi.

Vale lembrar que as ações só passarão de 50 para 1 no primeiro pregão após o encerramento do período chamado de “livre ajuste”.

E se o acionista não quiser comprar mais ações?

Caso o investidor opte por não adquirir novas ações, a própria Oi irá reagrupar os papéis restantes – chamados de frações de ações – em lotes que serão vendidos na B3 por meio de leilões.

“Os valores resultantes da venda dessas frações serão disponibilizados aos investidores na conta da corretora”, explica Angela.

A ação da Oi pode valorizar após o grupamento?

De acordo com a Guide Investimentos, com o grupamento, o capital social da Oi será reduzido de 6,6 bilhões de ações, para 132 milhões. Mas será que com menos papéis disponíveis no mercado, a empresa de telefonia tende a se valorizar?

“Os fundamentos não mudaram para Oi e ainda existe o risco de reversão do processo da venda dos seus ativos (para Vivo, Tim e Claro), então não esperamos que a tendência mude para a Oi”, explicou em outubro Gabriel Gracia, analista da Guide Investimentos.

Angela Tosato, analista da NuInvest, que não recomenda a compra dos papéis, também avaliou que seria pouco provável que as ações subissem em razão do grupamento. “A empresa ainda precisa fazer o turnaround e sair da recuperação judicial além de muitos outros problemas de governança”, destacou.

Gracia reitera que se existirem muitos papéis fracionados no mercado, a operação pode contribuir, inclusive, com mais desvalorização. “Porque teriam muitos lotes a serem vendidos e isso impactaria negativamente o preço das ações”, afirmou. Vale lembrar que as ações ordinárias da Oi acumulam queda superior à 59% no ano, enquanto os papéis preferencias recuam mais de 43%.

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