A Petrobras (PETR3 e PETR4) reduziu o preço médio da gasolina vendida às refinarias em 3,93% e o do diesel em 1,95%, informou a petroleira nesta terça-feira (28), enquanto o governo se prepara para detalhar mais tarde o retorno da tributação federal sobre a gasolina a partir de quarta-feira (1º).
A gasolina da companhia vendida às distribuidoras irá de R$ 3,31 para R$ 3,18 por litro, uma redução de R$ 0,13 por litro, segundo a empresa. Já o diesel passará de R$ 4,10 para R$ 4,02 por litro, uma redução de R$ 0,08 por litro.
“Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, disse a companhia na nota.
Os preços de ambos os combustíveis da Petrobras estavam com prêmio na comparação com os valores externos, de acordo com dados de especialistas publicados na véspera pela Reuters. Isso em tese permitiria uma redução, neste momento, das cotações para as distribuidoras, considerando uma política de se perseguir a paridade em relação ao mercado internacional.
Os ajustes ocorrem também enquanto o governo se prepara para voltar a cobrar PIS/Cofins na comercialização de gasolina e etanol na quarta-feira, o que deverá impactar a inflação, segundo especialistas. O detalhamento sobre essa reoneração está previsto para ser apresentado pelo governo mais tarde nesta terça-feira.
O governo deverá manter, no entanto, a isenção de diesel e outros derivados até o fim deste ano.
“A gente já estava esperando que esse anúncio de corte de preço de gasolina fosse feito para compensar mesmo que parcialmente o retorno dos tributos federais a partir de amanhã”, disse o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araujo.
Araujo pontuou, no entanto, que a redução do preço médio do diesel “foi um pouco de surpresa”, já que pelas contas da entidade o combustível estava alinhado com a paridade.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tem se reunido com o governo federal desde a semana passada, tendo participado de discussões sobre o tema de reoneração de impostos.
As ações preferenciais da petroleira caíam cerca de 2,5% por volta de 14h.
Peso sobre a inflação
O economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Fabio Bentes destacou à Reuters que “combustíveis, de um modo geral, são os itens que mais pesam no IPCA“. Ele destacou ainda que o cenário reforça expectativas de baixo crescimento econômico neste ano, dado que não haverá espaço para cortes significativos de juros.
Em nota, a petroleira frisou que sua política de preços de derivados busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente.
O repasse de ajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é imediato e depende de uma série de questões, como impostos, margens de distribuição e revenda, e mistura de biocombustíveis.
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