As vendas no varejo brasileiro subiram 1,2% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse foi o quarto resultado positivo seguido depois de forte revisão para cima no dado de junho a alta de 0,9%, depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter informado antes queda de 1,7%. Segundo Santos, a série está “bagunçada” devido à pandemia e o padrão de consumo mudou, assim a cada novo dado o algoritmo refaz a leitura para trás.
Na comparação com julho de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas no varejo tiveram alta de 5,7% em julho de 2021. Nesse confronto, também o dado foi melhor do que a mediana, de elevação de 3,7%, do intervalo das projeções iam de uma queda de 0,3% a aumento de 6,0%.
As vendas no varejo restrito acumularam crescimento de 6,6% no ano e alta de 5,9% em 12 meses.
No mês, das oito atividades pesquisadas, cinco tiveram alta das vendas na comparação com julho. A mais intensa foi de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, de 19,1%.
“Vemos uma trajetória de recuperação dessa atividade, que acaba por fazer grandes promoções e aumentar a sua receita bruta de revenda, num novo momento de abertura e maior flexibilização do isolamento social, o que gera maior aumento da demanda”, explicou Santos.
Também registraram ganhos em julho Tecidos, vestuário e calçados (2,8%); e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,6%).
Tiveram leves ganhos Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%).
Apesar dos ganhos, Santos destacou a hetereogeneidade entre os setores, com seis atividades ainda abaixo do patamar pré-pandemia.
“Algumas atividades ainda não conseguiram recuperar as perdas na pandemia, como é o caso de equipamentos e material para escritório, que ainda está 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, ou combustíveis e lubrificantes, que está 23,5% abaixo”, disse ele.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, registrou crescimento de 1,1% nas vendas em julho frente a junho. Enquanto o setor de Veículos, motos, partes e peças teve ganho de 0,2%, o de Material de construção apresentou recuo de 2,3%.
Com a reabertura da economia depois das medidas de restrição contra a Covid-19, o setor varejista enfrenta o aumento dos juros, o que encarece o crédito. O Banco Central já elevou a taxa básica de juros Selic a 5,25%, e novo aumento é esperado na reunião deste mês.
O desemprego elevado também é um empecilho, bem como os temores de novo recrudescimento nos casos de coronavírus.
(Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters)
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