Com agenda econômica enfraquecida nesta segunda-feira (15), agentes do mercado seguem de olho no cenário político. É aguardado a apresentação do parecer do arcabouço fiscal pelo relator da matéria, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA). Por isso, o presidente Lula vai se reunir nesta manhã com a equipe econômica do governo no Palácio do Planalto.
Na semana passada, Cajado havia afirmado que se reuniria nesta segunda-feira com líderes partidários para apresentar o texto e, depois disso, faria os ajustes necessários no relatório antes de divulgá-lo à imprensa. A divulgação, que inicialmente seria na semana passada, agora está prevista para ocorrer na terça-feira (16).
De acordo com o relator da matéria, há membros do PT que estão se posicionando contra a proposta.
Do lado corporativo, grandes empresas deixaram para divulgar seus resultados referente ao primeiro trimestre nesta semana que encerra a temporada de balanços. Azul (AZUL4), BB Seguridade (BBSE3), BRF (BRFS3), Magazine Luiza (MGLU3), SLC Agrícola (SLCE3) são alguns exemplos. Investidores também conhecerão os resultados de bancos digitais como Nubank (NUBR33) e XP (XPBR31).
Veja mais 3 fatos para esta segunda-feira:
1 – Saque aniversário do FGTS terá fim, segundo Marinho
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garanta do Tempo de Serviço (FGTS), que, na sua visão, é uma injustiça e um castigo para os trabalhadores. Isso porque o mecanismo impede quem opta pelo saque a retirar os recursos do fundo em caso de demissão.
“Meu compromisso como ministro do Trabalho é de acabar com essa injustiça”, disse ao Canal Livre, da Rede Bandeirantes, exibida neste domingo, 14. “Nós vamos acabar com essa injustiça, mas para isso é preciso mudar a lei”. Ele disse ter certeza que o Congresso Nacional terá sensibilidade para resolver essa questão.
O ministro acrescentou que o FGTS tem funções importantes, sendo a principal delas proteger o trabalhador em caso de perda de emprego. Há também o papel de ajudar a financiar a política de habitação no País. Em todos esses aspectos, o trabalhador de baixa renda é o maior beneficiado, apontou Marinho.
2 – Produção da indústria da zona do euro cai forte em março
A produção industrial da zona do euro caiu muito mais do que o esperado em março, uma vez que a fabricação de bens de capital caiu, embora a redução acentuada pareça ser resultado dos números da Irlanda, que são tipicamente voláteis.
A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, disse nesta segunda-feira que a produção industrial nos 20 países que usam o euro caiu 4,1% em março em relação ao mês anterior, com uma queda de 1,4% na comparação anual.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma queda mensal de 2,5% e um ganho de 0,9% na comparação anual.
A produção industrial na Irlanda despencou 26,3% no mês e 26,1% em relação ao ano anterior. A Eurostat observou que o Escritório Central de Estatísticas da Irlanda estava revisando sua metodologia para calcular o ajuste sazonal da produção industrial.
A Eurostat disse que a produção de bens de capital – bens como prédios e equipamentos usados para fabricar produtos e prestar serviços – caiu 15,4% no mês. Na comparação anual, a queda foi de 2,1%.
Todos os outros componentes da produção industrial recuaram, exceto bens de consumo duráveis, que subiram 2,8% no mês, mas recuaram 0,8% em relação ao ano anterior.
3 – Argentina planeja novo aumento de juros e mais intervenção cambial
O governo da Argentina anunciou um pacote de medidas para conter a alta da inflação e apoiar o cambaleante peso cambial no domingo, incluindo ajustes nas taxas de juros, mais intervenções no mercado de câmbio e acordos acelerados com os credores.
As medidas incluem um aumento da taxa de juros pelo banco central, disse o Ministério da Economia em um comunicado. O ministério não deu mais detalhes, mas uma fonte oficial disse à Reuters que o aumento seria de 600 pontos-base, elevando a taxa para 97%.
O aumento da taxa entrará em vigor na segunda-feira, acrescentou a fonte.
O país está lutando para reduzir a inflação, que atingiu 109% anualmente em abril. A Argentina também enfrenta a queda da confiança no peso e a diminuição das reservas em moeda estrangeira, que ameaçam as finanças do governo.
O banco central também aumentará sua intervenção no mercado de câmbio e dobrará seu plano de desvalorização da moeda, disse o ministério. Um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para distribuir fundos para o país também será acelerado, acrescentou o ministério.
Mais medidas devem ser anunciadas nos próximos dias, segundo o ministério.
O governo do presidente Alberto Fernandez está tentando controlar a situação econômica à medida que as eleições se aproximam, com pesquisas de opinião mostrando apoio fraco ao partido peronista no poder.
O próprio Fernandez já anunciou que não será candidato, mas o governo tenta melhorar a situação econômica para evitar uma vitória da oposição.
Com Reuters e Estadão
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