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Finanças

Ibovespa cai e dólar volta a fechar acima de R$ 5, de olho em EUA e juros

No exterior, foco seguiu em Fed e acordo para evitar calote em dívida.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa, fechou em queda nesta terça-feira (30), enquanto o dólar sobiu sobre o real, com as atenções ainda voltadas ao acordo para evitar um calote da dívida dos Estados Unidos e aos próximos passos do Federal Reserve (Fed) em sua política de juros. No Brasil, o mercado repercute dados de inflação e perspectivas sobre a taxa Selic.

O Ibovespa caiu 1,24%, aos 108.967 pontos. O dólar subiu 0,6%, a R$ 5,0423.

Já as taxas dos contratos futuros de juros fecharam a terça-feira em leve baixa no Brasil. No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,19%, ante 13,207% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,445%, ante 11,486% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 10,88%, ante 10,937% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,92%, ante 10,968%.

Cenário nos EUA

Segundo alguns participantes do mercado, o alívio após um calote do governo dos Estados Unidos ter sido possivelmente evitado dava lugar a temores de que o acordo sobre a dívida enfrentará uma trajetória complicada no Congresso. Diversos parlamentares republicanos disseram na segunda-feira (29) que vão se opor ao projeto de lei.

Matheus Pizzani, economista da CM Capital, disse que, embora haja alguma dissipação dos temores sobre a dívida que vinham impulsionando o dólar nas últimas semanas, a percepção sobre a condução da política monetária (ou seja, definição das taxas de juros) nas principais economias impede que o alívio afete de forma significativa os mercados emergentes.

Entre outros exemplos, ele citou a possibilidade crescente de que o Federal Reserve (Fed) não encerre seu ciclo de alta de juros em seu encontro de 13 e 14 de junho, como era precificado pouco tempo atrás.

“O que a gente vê é o Fed muito comprometido com o patamar de 2% (de inflação), que ainda está muito distante; você tem vários indicadores de que, se não mantiverem uma postura rígida, não conseguirão levar a inflação para a meta”

Matheus Pizzani, economista da CM Capital

Pizzani, que vê grandes chances de o banco central norte-americano pausar o aperto monetário na próxima reunião para avaliar o estado da economia e, depois, no encontro seguinte, voltar a subir os juros.

Quanto mais altos os juros nos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente do redirecionamento de recursos para o mercado de renda fixa da maior economia do mundo.

Inflação e juros no Brasil

Ao mesmo tempo, disse Pizzani, sinais de arrefecimento da inflação e retração do crédito no Brasil têm reforçado expectativas de que o Banco Central reduzirá a taxa Selic a partir do segundo semestre deste ano, o que “acaba não beneficiando tanto o real”, uma vez que implicaria rendimentos menores oferecidos pelos ativos locais.

Dados desta terça-feira mostraram queda histórica na inflação ao produtor acumulada nos 12 meses até abril, bem como no Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de maio, enquanto relatório do BC mostrou nova contração da oferta de crédito.

Destaques da B3

Vale

A ação VALE3 recuou 2,35%, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho, em meio à fraqueza nos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China, bem como de outros produtos siderúrgicos. Os papéis de CSN (CSNA3) e Gerdau (GGBR4) também caíam.

Bancos

Os papéis de Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) caíram 1,41% e 2,73%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,86%. Dados do Banco Central mostraram nesta terça-feira que as concessões de empréstimos com recursos livres no Brasil recuaram 16,5% em abril ante março, enquanto a inadimplência no segmento de recursos livres subiu.

Natura

O papel NTCO3 teve alta de 0,88%, ampliando a recuperação em maio, após recuar nos dois meses anteriores. Analistas da XP reiteraram na véspera recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 18 para as ações, chamando atenção para aumentos de preços em marcas da fabricante de cosméticos e vendo iniciativas em vigor preparando o caminho para expansão das margens.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações de Wall Street fecharam com resultados mistos nesta terça-feira, pressionadas por preocupações sobre o acordo para aumentar o teto da dívida, mas favorecidas por outra alta nos papéis da Nvidia que colocou brevemente a fabricante de chips no raro clube de empresas avaliadas em US$ 1 trilhão.

O índice S&P 500 fechou estável, mas permaneceu próximo ao seu maior nível desde agosto de 2022, pouco acima de 4.200 pontos. O índice Dow Jones caiu, enquanto o índice de tecnologia Nasdaq Composite subiu. O S&P 500 e o Nasdaq ainda estão a caminho de registrar ganhos no mês.

O Dow Jones caiu 0,15%, para 33.042,85 pontos. O S&P 500 fechou estável em 4.205,6 pontos. O Nasdaq subiu 0,32%, para 13.017,43 pontos.

Europa

Os principais índices europeus caíram nesta terça-feira, após uma baixa nas ações do grupo de alimentos embalados Nestlé e das principais empresas de energia, conforme o sentimento dos investidores foi afetado pela incerteza se o Congresso norte-americano aprovará o acordo sobre o teto da dívida.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,92%, a 456,63 pontos, a caminho de registrar sua queda mensal mais acentuada este ano, apesar de atingir uma máxima em mais de um ano neste mês.

No entanto, setores que tendem a ser favorecidos em tempos de incerteza econômica, como o imobiliário e o de serviços públicos estavam entre os poucos bons desempenhos.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,38%, a 7.522,07 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,27%, a 15.908,91 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,29%, a 7.209,75 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,16%, a 26.575,76 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,14%, a 9.167,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,31%, a 5.793,68 pontos.

Ásia e Pacífico

As ações da China e de Hong Kong fecharam com leve alta nesta terça-feira, com os investidores cautelosos antes de dados de indústria da China em maio.

A atividade industrial da China provavelmente contraiu ainda mais no ms, mostrou uma pesquisa da Reuters na segunda-feira, aumentando as pressões enfrentadas pela segunda maior economia do mundo em meio a uma recuperação econômica desigual da pandemia de covid-19. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) oficial da indústria será divulgado na quarta-feira.

Enquanto isso, as tensões com os Estados Unidos continuam. A China recusou um pedido dos Estados Unidos para uma reunião entre seus chefes de defesa em um fórum anual de segurança em Cingapura neste fim de semana, informou a mídia na segunda-feira, um novo sinal de tensão entre as potências.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,30%, a 31.328 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,24%, a 18.595 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,09%, a 3.224 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,10%, a 3.837 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,04%, a 2.585 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,08%, a 16.622 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,24%, a 3.187 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,11%, a 7.209 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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