O Ibovespa, principal índice da B3, mudou de sentido e fechou em alta após cair mais cedo nesta segunda-feira (17), acompanhando o ambiente mais cauteloso no exterior, após dados considerados fracos sobre a economia chinesa, enquanto, no Brasil, a dados do Banco Central mostraram uma queda inesperada na atividade econômica em maio.
O Ibovespa subiu 0,43%, aos 118.219 pontos. O dólar ganhou 0,24%, a R$ 4,8064.
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Os dados da China também impactaram as cotações de commodities, com dúvidas sobre a força da demanda no país, que é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo. Uma retomada parcial da produção de petróleo da Líbia, que havia sido interrompida, também pressionou os preços.
O petróleo Brent caiu US$ 1,37 dólar, ou 1,7%, a US$ 78,50 o barril, enquanto o petróleo dos EUA (WTI) perdeu US$ 1,27, ou 1,7%, para US$ 74,15, no segundo dia consecutivo de perdas para ambos os contratos.
China
No exterior, o foco é sobre os dados da economia da China mais fracos que o esperado. Na comparação anual, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 6,3% no segundo trimestre, acelerando de 4,5% nos primeiros três meses do ano, mas a taxa ficou abaixo da expectativa de crescimento de 7,3%.
Dados também mostraram que as vendas de imóveis na China entre junho e maio apresentaram a maior queda mensal deste ano, com base nas vendas por área útil, e o investimento em propriedades também caiu.
“Para neutralizar os persistentes obstáculos ao crescimento, esperamos mais medidas (direcionadas) de flexibilização nos próximos meses, com foco em fiscal, habitação e consumo, embora a magnitude do estímulo deva ser menor do que em ciclos de flexibilização anteriores”, disse o Goldman Sachs em uma nota.
Prévia PIB
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – considerado a “prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – apresentou uma queda de 2% no mês de maio na comparação com o mês anterior, na série livre da dados sazonais, informou o Banco Central nesta segunda. A expectativa em pesquisa da Reuters era de estabilidade no mês.
Em abril, o indicador havia apresentado alta de 0,56%, mas o dado foi revisado para 0,81%. Após a divulgação dos dados, especialistas previam sinais de desaceleração da atividade nos meses seguintes.
“Muito provavelmente o PIB do 2º trimestre será de queda por simples efeito base, mas aqui cabe pensar a dinâmica política destes resultados”, comentou o economista André Perfeito. “O resultado ruim vai cair no colo do Banco Central (mesmo que não seja exatamente verdade isso) e assim o Copom terá mais uma pressão sobre a mesa para cortar os juros mais fortemente“.
Também nesta segunda, o mercado repercute a notícia de que o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) desacelerou a queda em julho, mas ainda teve baixa significativa que levou o indicador a renovar recorde de maior deflação no acumulado dos últimos 12 meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O IGP-10 teve baixa de 1,10% neste mês, ante recuo de 2,2% em maio, registrando queda de 7,89% em 12 meses, a mais intensa desde o início dos registros desse indicador, que remonta a 1994.
O IGP-10 é mais um de vários indicadores de inflação que têm mostrado trajetória de arrefecimento das pressões de preços no Brasil, elevando a perspectiva de que o Banco Central começará a cortar os juros em breve, possivelmente já no terceiro trimestre. A taxa Selic está atualmente em 13,75%.
Bolsas mundiais
Wall Street
As ações dos Estados Unidos fecharam em alta nesta segunda-feira, impulsionadas por ganhos em papéis financeiros e de tecnologia, enquanto investidores aguardavam mais balanços trimestrais nesta semana.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,37%, para 4.522,29 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,91%, para 14.242,26 pontos. O Dow Jones subiu 0,21%, para 34.582,82 pontos.
Europa
As ações europeias caíram nesta segunda-feira, com o grupo de luxo Richemont liderando as perdas entre as empresas de luxo devido a um crescimento mais fraco do que o esperado das vendas orgânicas e com o crescimento frágil da China levantando preocupações sobre a demanda da segunda maior economia do mundo.
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,63%, a 457,92 pontos, com os gigantes do luxo liderando as pressão de venda.
As ações da segunda maior empresa de luxo do mundo, a Richemont, despencaram 10,4% depois que a fraqueza nas Américas pesou sobre o crescimento orgânico das vendas no primeiro trimestre. Ações de outros gigantes do luxo, como LVMH, que é a empresa mais valiosa da Europa, Hermès e Kering, perderam entre 1% e 4,2%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,38%, a 7.406,42 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,23%, a 16.068,65 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,12%, a 7.291,66 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,19%, a 28.608,54 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 ficou estável, a 9.438,00 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,49%, a 6.016,69 pontos.
Ásia
As ações da China fecharam em baixa nesta segunda-feira, depois dos dados que mostraram que a economia do país cresceu a um ritmo frágil no segundo trimestre, aumentando a pressão sobre as autoridades para adotar mais medidas estímulo.
A maioria dos setores caiu. Empresas de energia tiveram queda de 2,4%, enquanto as ações de bancos e de mídia perderam 1,5% e 1,9%, respectivamente.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei permaneceu fechado.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG não teve operações.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,87%, a 3.209 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,82%, a 3.867 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,35%, a 2.619 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,29%, a 17.334 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,18%, a 3.254 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,06%, a 7.298 pontos.
*Com informações da Reuters.
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