Morning Call: China confirma desaceleração, mas surpreende positivamente

Cenário global: na China, a economia cresceu dentro das expectativas no segundo trimestre, em +7,9% na base anual, porém os dados da indústria e varejo de junho vieram melhores do que o esperado. Mesmo assim, os investidores ficam atentos aos sinais de desaceleração econômica do gigante asiático, após o PIB do país sugerir que a retomada pode não ser na forma de “V”, como se imaginava, ligando o sinal de alerta para as economias do ocidente. Nos EUA, Powell fala hoje aos senadores, mas não deve ter novidades e vai repetir o discurso que fez na Câmara ontem, eliminando a antecipação da redução de estímulos monetários e reafirmar a convicção de que a inflação é temporária. Ainda na agenda internacional saem produção industrial nos EUA, relatório mensal da Opep sobre o mercado de petróleo e balanço do Morgan Stanley. Aqui, o Congresso vota a LDO de 2022 antes do recesso, deixando para agosto a reforma do Imposto de Renda, que apesar de ser melhorada, não há consenso ainda para ser aprovada.

As bolsas europeias operam em queda, pressionadas pelos preços do petróleo, que voltam a recuar com o impasse da OPEP +. As ações mais atingidas são da Royal Dutch Shell (-2,75%) e da BP (-3,12%), ambas listadas na bolsa britânica. O ambiente piora ainda mais, após declaração de integrante do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra afirmar que “em breve, pode ser apropriado retirar parte do estímulo monetário” no Reino Unido. Os índices futuros de ações recuam em Wall Street, com expectativa pelo testemunho do presidente do Fed, Jerome Powell, ao Comitê Bancário do Senado americano (10h30). Também há expectativa pelo balanço do gigante bancário Morgan Stanley, pelos pedidos de auxílio-desemprego na semana passada (9h30) e por fim, aguarda-se a produção industrial de junho (10h15).

Ásia: na China continental, índice Xangai Composto fechou em alta de 1,02%, para 3.564,59 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei caiu 1,15%, aos 28.279,09 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng subiu 0,75%, para 27.996,25 pontos; em Seul, Kospi ganhou 0,66%, aos 0,66%, aos 3.286,22 pontos; Europa: índice Stoxx 600 opera em queda de 0,33%, aos 459,02 pontos; Bolsa de Frankfurt cai 0,58%, Londres -0,24%, Paris -0,39% e Madri -0, 86%; NY / Pré-mercado: futuro do Dow Jones cai 0,29%, do S&P 500 recua 0,13% e do Nasdaq sobe 0,23%; Petróleo: Brent para setembro recua 0,71%, para US $ 74,23 o barril; WTI para agosto cai 0,89%, cotado a US$ 72,48 o barril; Ouro para agosto sobe 0,17%, para US$ 1.828,10 a onça-troy; Minério de ferro fecha em alta de 1,57% em Qingdao, cotado a US$ 222,09 a tonelada.

Brasil: sem dados econômicos relevantes a serem divulgados hoje, o mercado fica atendo ao cenário político. Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prorrogou por mais 90 dias a CPI da Covid. No Legislativo, prosseguem as negociações em torno da reforma tributária que sofre resistências. Além disso, os investidores acompanham o noticiário sobre o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro, que continua internado em São Paulo para cuidar de uma obstrução intestinal. 

Ibovespa: em dia de vencimento de opções sobre o índice, a bolsa brasileira oscilou acompanhando as bolsas de NY, que monitorava o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell no Congresso. Chegou a operar no vermelho, mas fechou em alta de 0,19%, aos 128.406,51 pontos, com volume acima da média, R$ 42,8 bilhões. Os bancos sustentaram os ganhos. Na ponta oposta, pesando sobre o desempenho, as siderúrgicas reagiram em queda à fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que fez um acordo informal com a indústria do aço para que o preço não suba até o fim do ano.

O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém sinais da correção foram dados e estão em andamento, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, atual resistência no gráfico e operar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O fechamento acima dos 128 mil pontos significa um repique de alta que pote ir testar o topo histórico. O Investidor estrangeiro retirou R$ 1,05 bilhão da B3 em 13 de julho, terça-feira, tirou R$ 1,16 bilhão no acumulado de julho; no ano, saldo é positivo em R $ 46,85 bilhões.

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