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Análise

Morning Call: Ibovespa sente peso do risco fiscal; Centrão testa sua força

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje, os destaques de ontem e uma breve análise do índice Bovespa.

Destaques (José Falcão Castro):

O dia será movimentado por falas das maiores autoridades monetárias do mundo, Lagarde do Banco Central Europeu (10h), Bailey do Banco Central Inglês (14h) e Powell pelo Fed (16h) são destaques hoje na agenda internacional, junto com indicadores de inflação na Alemanha e nos EUA. O dia no mercado externo ainda terá estoques de petróleo e a expectativa pelo pacote fiscal de Biden, que sustenta o movimento de alta das bolsas de Nova York;

O otimismo com estímulos fiscais e dados melhores sobre a pandemia nos EUA, dão um viés de baixa ao dólar ante outras moedas e também otimismo aos mercados de NY, onde o Nasdaq ontem bateu novo recorde histórico. Há instantes, o Dow Jones futuro avançava 0,28%, S&P 500 sobe 0,32%, e o Nasdaq sinaliza mais recordes com alta de 0,43%; Petróleo tem alta moderada, tipo Brent operar acima de US$ 61,50;

As bolsas europeias operam sem muito fôlego em meio a balanços corporativos, o índice pan-europeu Stoxx 600 avança 0,16%; Frankfurt estável (-0,01%), igual a Paris (+0,04%), Londres (+0,34%), Madri (-0,48%), Milão (+0,20%), Lisboa (+0,36%);

Ainda na Alemanha, o CPI (inflação ao consumidor) subiu 0,8% em janeiro na margem e 1% na base anual, em linha com as expectativas do mercado. Porém, o receio é uma nova reunião de Merkel com governadores que pode estender o lockdown;

Mais cedo, as bolsas asiáticas subiram na véspera o feriado do Ano Novo chinês, que vai durar uma semana e manterá sem atualização índices como o do minério de ferro; Xangai (+1,43%), Nikkei (+0,19%) com bom desempenho da Toyota no 4TRI, Hong Kong (+1,91%) e Kospi de Seul de volta ao território positivo (+0,52%);

No Brasil, está confirmada a votação do projeto de autonomia do BC na Câmara, que vai testar a força do centrão no comando da casa, mas o risco fiscal com a pressão do Congresso para o auxílio emergencial deixa os investidores mais cautelosos, pois não está claro da onde será retirado o recurso para financiar o programa e se o teto dos gastos será respeitado.

Cenário global e bolsa brasileira ontem (Murilo Breder):

O Ibovespa fechou em leve queda de -0,19% nesta terça-feira (09). Apesar da boa recuperação dos grandes bancos, o mercado ainda repercute a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro já avalia estender o auxílio emergencial e de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), não quer condicionar essa prorrogação do benefício à aprovação de Propostas de Emendas à Constituição (PECs) como a Emergencial. Além disso, na noite de segunda-feira, uma nova pesquisa da XP/Ipespe mostrou oscilação para cima nas avaliações negativas do governo Bolsonaro, que foram de 40% para 42%.

Entre os destaques de hoje, está a expectativa pela votação nesta quarta-feira do projeto que dá autonomia ao Banco Central na Câmara dos Deputados. Pelo projeto, o presidente da autoridade monetária só poderá ser demitido pelo presidente da República se for condenado por improbidade ou tiver um desempenho reconhecidamente ruim. Os partidos da base do governo teriam fechado acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro da Economia, Paulo Guedes, para aprovar sem alterações.

Também tivemos a divulgação de dados sobre a inflação de janeiro. O IPCA avançou 0,25% no mês anterior ante expectativa de 0,31%. O dado de janeiro pode motivar o Banco Central a iniciar o novo ciclo de alta na Selic apenas em maio ao invés de março.

No cenário corporativo, além da Petrobras (PETR4, -2,0%) dando continuidade ao movimento da véspera, o destaque positivo ficou para as ações da Sabesp (SBSP3, +7,1%). A empresa de saneamento de São Paulo foi a maior alta do Ibovespa nesta terça-feira após a reguladora Arsesp divulgar proposta de reajuste tarifário inicialmente acima do esperado. A proposta será discutida de 9 de fevereiro a 8 de março e os resultados finais deverão ser implementados até 9 de abril de 2021.

Além disso, as ações da CVC também foram destaque. A renúncia dos quatro conselheiros da companhia, anunciada hoje, pesou no papel e deixou confuso quem não acompanha a empresa de perto. Por volta de 15h30, o papel caía 3,3%, mas acabou diminuindo a queda e fechando em apenas 1% de recuo. Internamente, a saída dos quatro já estava combinada há meses, mas eles estavam esperando a conclusão da apuração dos indícios de fraude e manipulação de resultado, da capitalização que injetou R$ 700 milhões na empresa, e da renegociação de dívidas bancárias e com debenturistas. A companhia convocou hoje uma assembleia para a eleição de novos conselheiros em 11 de março.

Indicadores
Brasil:
Balanços de Klabin (antes da abertura), Totvs, Suzano e Banrisul (após o fechamento)
IBGE: dados do varejo restrito 
BC: fluxo cambial semanal (14h30)
EUA:
Balanços de General Motors e Coca-Cola, antes do pregão
Deptº do Trabalho: CPI de janeiro (10h30)
Estoques no atacado em dezembro (12h)
DoE: estoques de petróleo (12h30)

* Esse é um conteúdo de análise de um especialista de investimentos da Easynvest, sem cunho jornalístico. 

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