O mercado de criptomoedas, conhecido por suas oscilações de preços, despencou na semana passada, quando investidores retiraram dinheiro de ativos mais arriscados em meio às preocupações com o aumento da inflação e a alta das taxas de juros.

O bitcoin (BTC), a maior criptomoeda do mundo, caiu para US$ 25.401 na quinta-feira (12), menor valor desde dezembro de 2020 e bem abaixo do recorde de US$ 69 mil atingido em novembro.

Os tokens menores também foram atingidos, com o ether (ETH), o segundo maior token, caindo mais de 15% para o menor nível desde junho. O luna –uma moeda digital amplamente divulgada nas mídias sociais e apoiada por investidores institucionais de criptomoedas– perdeu quase todo o seu valor.

Após a turbulência da semana passada, os fóruns on-line foram inundados com histórias de aflição, com investidores de varejo expressando angústia sobre suas perdas.

Movimento emblemático do risco das criptomoedas foi o colapso na semana passada da TerraUSD, uma stablecoin projetada para manter um valor constante por meio de um algoritmo complexo que envolve o token digital luna.

Quando as moedas sofreram forte pressão de venda, o sistema quebrou. A TerraUSD –projetada para manter o valor de US$ 1 — foi negociada em torno de 9 centavos na terça-feira, enquanto o luna caiu para quase zero, com base nos dados do CoinGecko.

A queda do luna eliminou a maior parte de seu valor de mercado, que estava acima de US$ 40 bilhões no início de abril, mostram dados da CoinGecko.

Ao longo de seus 13 anos de vida, o setor de criptomoedas foi marcado por subidas vertiginosas e quedas livres repentinas. Em novembro, por exemplo, o bitcoin caiu um quinto em pouco menos de duas semanas depois de atingir um recorde de US$ 69 mil. Seis meses antes, havia caído quase 40% em apenas nove dias.

No entanto, o crash mais recente da criptomoeda –que levou o valor combinado do setor para US$ 1,2 trilhão, menos da metade de onde estava em novembro passado– levou ao esmagamento do luna, que em 1º de maio era a oitava maior criptomoeda por capitalização de mercado.

As criptomoedas estão sujeitas a regulamentações irregulares em todo o mundo, com comerciantes de bitcoin e de uma variedade de tokens menores normalmente desprotegidos contra quedas de preços.

Mas é difícil avaliar a escala da dor dos investidores de varejo com a queda das criptomoedas e as repercussões no apetite futuro, dada a natureza pouco transparente do mercado.

O bitcoin estava pairando em torno de US$ 30 mil na terça-feira, tendo perdido mais de 20% até agora este mês.

Os reguladores permanecem em alerta. O governo britânico disse no mês passado que regulará as stablecoins. A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos está endurecendo sua posição. Gary Gensler, presidente da SEC, disse esta semana que os investidores em criptomoedas precisam de mais proteção.

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