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Saques de bitcoin das corretoras a todo vapor

Mais do que nunca, os usuários estão fazendo jus à autonomia monetária e ao conceito de investimento atemporal do bitcoin.

ARTIGO*

Desde seu topo histórico atingido em novembro de 2021, o bitcoin (BTC) desvalorizou cerca de 71%. Apesar disso, os investidores estão sacando seus bitcoins das exchanges como nunca.

De acordo com um relatório da empresa de análises Arcane Research, publicado recentemente, durante os sete primeiros meses de 2022, os investidores retiraram 390 mil unidades BTC das corretoras de ativos digitais, quantidade muito superior ao número de depósitos.

O “inverno cripto” e o derretimento do mercado de criptomoedas parece não estar sendo um problema, pois, para se ter uma ideia, esse movimento de auto custódia nunca foi tão forte. Em outras palavras, trata-se do maior valor de retiradas do ano de 2022:

Fluxo de bitcoin das exchanges. (Fonte: Arcane Research)

Como mostra o gráfico acima, nos últimos três meses — junho, julho, agosto — as saídas de BTC das exchanges totalizaram 280 mil BTC. Somente no mês de junho, registrou saídas de 119 mil BTC das exchanges.

Ao que tudo indica, o destaque de junho quanto às saídas provavelmente seja a falta de confiança em terceiros, já que muitas empresas acabaram travando saques e declararam falência recentemente, inclusive gigantes como 3AC e Celsius.

A preferência (ou conscientização) pela auto custódia segue segue o lema “not your keys, not your coins” (“não são suas chaves, não são suas moedas”) e o tripé da soberania do bitcoin: compras constantes, auto custódia e foco no longo prazo.

Fundamentos sobressaltando o desespero

O bitcoin é descentralizado, projetado para ser deflacionário e sem controle de entidades ou governos. E, apesar da volatilidade da cotação, a rede (blockchain) bitcoin, com 13 anos de histórico ininterruptos de funcionamento 24h e 7 dias na semana, continua intacta, sem hacks ou vazamentos de dados. 

Não à toa, relatório feito pela empresa Blockware Intelligence mostrou que, nos próximos 14 anosaté 2036 —  a moeda será usada por cerca de 50% da população global, sendo 10% mundialmente, até 2030:

(Fonte da imagem: Blockware Solutions 2022)

A escassez e a natureza intocada do “ouro digital” como garantia podem muito bem estar voltando ao primeiro plano mais uma vez, visto que a quantidade de bitcoins acumulada a cada dia é muito maior do que a quantidade de novos BTC sendo criados. 

Se a tendência histórica se repetir, deveremos ver o preço do bitcoin acompanhar um aumento no número de compradores de longo prazo  — e os usuários que estão sacando BTCs em massa das exchanges estão cientes disso.

Paciência: o ativo de sucesso

Ser holder de bitcoin tem se provado ser uma das melhores estratégias de investimentos. Afinal, historicamente, todos aqueles que compraram a criptomoeda e a seguraram por pelo menos 4 anos nunca perderam dinheiro.

Analisando friamente, a queda do preço do bitcoin desde o fim de 2021 é apenas um movimento que une o desespero dos investidores iniciantes e os traders de curto prazo da moeda.

Os momentos de queda são os melhores para acumular bitcoin, principalmente com pequenos aportes mensais na estratégia apelidada de DCA. De qualquer forma, a recomendação é manter ativos digitais fora de exchanges, tendo total controle sobre seus fundos, evitando confiscos e outros problemas.

*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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