Na primeira semana de março, o mercado monitora a eventual decisão do governo sobre o fim da isenção dos combustíveis, além do término do mandato de Bruno Serra no BC. É esperado ainda resultado de exame sobre casos de vaca louca no Brasil. Entre os indicadores, saem o primeiro resultado primário do governo Lula e o último PIB sob Jair Bolsonaro, correspondente a 2022. Balanços de Petrobras, Ambev e frigoríficos também estão no radar. Veja destaques:
Segunda-feira (27)
IGP-M de fevereiro
Após o IPCA-15 acima do previsto em fevereiro, mas com pressão concentrada mais em educação, o mercado monitora, também na segunda, o IGP-M de fevereiro e as expectativas de inflação da Focus, que têm subido nas semanas anteriores. Ainda sairão dados de crédito e balança comercial. Fechamento da Ptax na terça-feira.
Terça-feira (28)
Campos Neto e Haddad no G20
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e o ministro Fernando Haddad, almoçaram juntos em meio a reuniões com autoridades dos países do G20, na Índia, de acordo com a CNN Brasil.
Terça-feira (28)
Termina mandato de Serra no BC
Os mandatos dos diretores do BC Bruno Serra, de política monetária, e Paulo Souza, de fiscalização, terminam no dia 28. Atenção especial deve ser dada à substituição na diretoria de política monetária, cujo papel é realçado diante da pressão do governo por juros menores – apesar dos sinais recentes de trégua. Serra já disse em eventos que poderia permanecer no cargo até a definição de um substituto.
Resultado primário de janeiro
A semana começará com o resultado fiscal de janeiro do governo central, o primeiro sob o governo de Lula. Estimativa mediana é de superávit de R$ 79,6 bilhões, pouco acima dos R$ 76,8 bilhões de um ano atrás. A arrecadação de janeiro, divulgada esta semana, superou expectativas.
Balanço da BRF
Os resultados de BRF (BRFS3), após o fechamento do mercado, pode chamar a atenção dos investidores diante da proximidade da gripe aviária, já registrada na América do Sul, e do caso de vaca louca descoberto no Pará, que interrompeu as exportações de carne para a China.
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse que o exame sobre vaca louca é aguardado para quarta-feira. Exame deve confirmar se o caso é atípico – com efeitos menos graves – ou não.
Quarta-feira (1º)
Fim da isenção de impostos
Termina no final de fevereiro a vigência da isenção de impostos federais sobre a gasolina e o etanol. A possibilidade de a isenção não ser renovada é bem vista pelo mercado e tem sido defendida pela equipe econômica, como forma de melhorar a arrecadação federal com combustíveis e reduzir a incerteza fiscal. A ala política do governo, contudo, resiste à reoneração por receio de aumento da pressão inflacionária, dizem os jornais.
Balanço da Petrobras no 4º tri de 2022
A estatal Petrobras (PETR3; PETR4) é o destaque da temporada de balanços trimestrais, com resultado previsto para 1º de março, após o fechamento do mercado.
Quinta-feira (2)
PIB de 2022
O IBGE divulga o resultado do PIB de 2022, o último ano de Jair Bolsonaro na presidência. Estimativa mediana aponta expansão de 2,9% em quatro trimestres acumulados, mas contração de 0,2% na comparação trimestral. Para este ano, o mercado prevê, segundo a pesquisa Focus, a desaceleração do crescimento para 0,8%, diante dos juros altos e do aperto do crédito.
Balanço da Ambev
O resultado financeiro da Ambev (ABEV3) referente ao quarto trimestre também é destaque, com atenções voltadas ao impacto para a fabricante de bebidas em meio à crise da varejista Americanas (AMER3).
Balanço da Marfrig
Resultado financeiro da Marfrig (MRFG3) referente ao quarto trimestre de 2022 será divulgado após o fechamento do mercado.
Sexta-feira (3)
Dados EUA e Fed
Forte pressão causada nos mercados pelo deflator PCE acima do esperado nesta sexta-feira deve elevar a expectativa com os dados da economia americana, embora a agenda pareça mais fraca. Entre os indicadores previstos estão ISM e pedidos de bens duráveis. Os dirigentes do Fed que falam nos próximos dias incluem Chris Waller e Raphael Bostic. Nos últimos pronunciamentos, tem predominado o tom mais hawkish diante dos números fortes de inflação e atividade.
*Com Bloomberg
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