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Economia

IPCA cai 0,68% em julho e tem maior deflação em 42 anos

Essa foi a menor taxa desde o início da série histórica em 1980. No acumulado de 12 meses, o IPCA teve alta de 10,07%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,68% em julho, a menor taxa desde o início da série histórica, em janeiro de 1980, após registrar alta de 0,67% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (9).

A diminuição ocorreu devido às quedas nos preços de combustíveis e energia elétrica após medidas do governo para reduzir preços. Essa foi a primeira deflação mensal desde maio de 2020 (-0,38%), de acordo com o IBGE.

No acumulado de 12 meses até julho, o IPCA teve alta de 10,07%, contra 11,89% do mês anterior.

Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas era de queda de 0,65% no mês, acumulando em 12 meses alta de 10,10%. No ano, a inflação acumulada é de 4,77%.

Mesmo com a indicação de que o pior já passou para a inflação, o BC elevou na semana passada a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 13,75%.

“A Petrobras no dia 20 de julho anunciou uma redução de 20 centavos no preço médio do combustível vendido para as distribuidoras. Além disso, nós tivemos também a Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, que reduziu o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Essa redução afetou não só o grupo de transportes (-4,51%), mas também o de habitação (-1,05%), por conta da energia elétrica (-5,78%). Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Em julho, os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol tiveram queda de 11,38%. Já as contas de energia elétrica recuaram 5,78%.

A queda do IPCA em julho teve forte influência da lei que estabelece um teto para as alíquotas de ICMS sobre os setores de combustíveis, gás, energia, comunicações e transporte coletivo. O maior impacto dela, no entanto, deve ficar restrito a julho.

Isso garantiu que os grupos Transportes e Habitação registrassem respectivamente recuos de 4,51% e 1,05% nos preços, os únicos com variação negativa no índice do mês.

Outras iniciativas promovidas pelo governo para conter a inflação envolvem cortes em alíquotas de tarifas de importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e PIS/Cofins sobre combustíveis.

Por outro lado, a maior alta no mês veio de Alimentação e Bebidas, com forte peso no bolso do consumidor, para 1,30%, de 0,80% em junho. A alta da alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho, e o maior impacto positivo no índice do mês veio do leite longa vida, que subiu 25,46%.

“Essa alta do produto se deve, principalmente, a dois fatores: primeiro porque estamos no período de entressafra, que vai mais ou menos de março até setembro, outubro, … e o fato de os custos da produção estarem muito altos”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Embora o BC tenha dito que avaliará a necessidade de ajuste residual nos juros na reunião de setembro, boa parte dos mercados parece acreditar que este ciclo de aperto monetário já chegou ao fim.

As expectativas do mercado para a inflação este ano vêm diminuindo graças ao alívio nos preços administrados. Mas para 2023 as contas estão subindo, uma vez que as medidas de alívio não devem ter impactos duradouros.

*Com Reuters e Agência Brasil.

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