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Economia

Real vai superar pares no 2º semestre com reabertura e vacina, diz Goldman Sachs

O índice do dólar subiu 3,6% no primeiro trimestre, melhor desempenho desde junho de 2018.

13/06/2018 REUTERS/Chris Helgren

O real vai superar seus pares no segundo semestre do ano, com a aceleração da vacinação no Brasil colocando o país em patamar de população imunizada similar ao de pares emergentes e permitindo uma reabertura da economia, disse Caesar Maasry, chefe de estratégia de mercados emergentes do grupo de pesquisas do Goldman Sachs.

“O fator mais importante para o real hoje é o potencial de reabertura da economia”, disse Maasry.

Ele chamou atenção para demais “drivers” da moeda, como diferenciais de juros e contas públicas, mas pontuou que, para o investidor estrangeiro, a retomada da economia – que passa por vacinação em massa – é mais determinante no momento para o câmbio, já que prepara o terreno para o país tratar os demais problemas.

Segundo Maasry, o fortalecimento recente do dólar contra várias moedas e o desempenho melhor de divisas dos países do norte da Ásia – onde as vacinações estão aceleradas – evidenciam o peso da reabertura das economias nos movimentos do câmbio.

O índice do dólar subiu 3,6% no primeiro trimestre, melhor desempenho desde junho de 2018. Ainda assim, a moeda de Taiwan caiu menos (-1,3%). O won sul-coreano perdeu 3,7%, enquanto o real caiu 7,8% e a lira turca recuou 9,8%.

Maasry disse que o Goldman Sachs calcula que neste semestre apenas de 10% a 15% da população elegível será vacinada no Brasil, enquanto no Chile esse índice deverá beirar os 60%. De acordo com o executivo, essa porcentagem será alcançada pelo Brasil no segundo semestre, colocando o país em paridade com outros vizinhos latino-americanos como México, Colômbia e Peru.

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“Essa recuperação vai vir e vai pegar o real subvalorizado. Isso vai levar a moeda a superar seus pares emergentes.”

O Goldman Sachs estima dólar de R$ 5,00 em 12 meses, número que embute valorização de 14,1% da moeda brasileira no período (queda nominal do dólar de 12,4%).

A cotação estava em R$ 5,7058 nesta quinta (1), queda de 1,4% no dia – a mais forte entre as principais moedas emergentes. O real perdeu 7,8% nos três primeiros meses de 2021, terceiro pior desempenho global.

O estrategista relatou que muitos investidores externos estão questionando se as commodities deixaram de ser um “driver” importante para o real, que tem se desvalorizado na contramão da alta das matérias-primas. “Eu respondo que não. O que o mercado precisa ter hoje é confiança na reabertura econômica, e ela vai acontecer no segundo semestre.”

Segundo Maasry, o valor “justo” do real – considerando métricas de transações correntes, por exemplo – está em R$ 4,15 no longo prazo. “Mas a atual dinâmica global das moedas, com dólar fortalecido, não vai deixar as moedas emergentes convergirem para seus valores justos.”

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