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Finanças

Ibovespa fecha em alta, puxado por bancos; dólar cai com dados dos EUA

Papéis de Itaú e Bradesco se recuperaram após quedas anteriores.

O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (24), após duas quedas seguidas, endossado pela recuperação de Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4). Enquanto isso, a ação da Petrobras (PETR3 e PETR4) encerrou em queda, em sessão volátil após a empresa anunciar aumento da gasolina. O dólar recuou, apoiado pela entrada de recursos estrangeiros no Brasil e com o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior.

No dia, o Ibovespa subiu 1,16%, a 113.028 pontos. Já o dólar recuou 1,05%, cotado a R$ 5,1417.

A B3 segue beneficiada pelo fluxo de capital externo, com dados da bolsa paulista mostrando entradas líquidas de R$ 6,48 bilhões neste ano até o dia 20.

Cenário interno

O mercado repercutiu a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo de janeiro. O IPCA-15 divulgado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou nos últimos 12 meses alta de 5,87%. O resultado foi abaixo dos 5,9% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Segundo a Terra Investimentos, a abertura do IPCA-15 de janeiro veio acima das projeções, o que demonstra ser um dado preocupante por reforçar o quadro de resiliência da inflação corrente. “E, em meio ao debate sobre alteração das metas de inflação, é improvável uma colaboração das expectativas para a dinâmica da inflação corrente”, disseram os economistas da casa em relatório.

Já para analistas do Citi, de modo geral, embora a alta tenha ficado um pouco em linha com o esperado, a qualidade da inflação surpreendeu negativamente, com as medidas subjacentes surpreendendo para cima.

Ainda no cenário macro, a arrecadação do governo federal fechou 2022 com alta real de 8,18%, a R$ 2,218 trilhões, segundo dados da Receita Federal. Este é o melhor desempenho da série histórica da pasta, iniciada em 1995.

Em dezembro, a arrecadação teve alta real de 2,47% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a R$ 210,2 bilhões. O nível também é o maior já registrado para o mês na série da Receita.

Lula

O mercado continuou acompanhando a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está em sua primeira viagem após assumir pela terceira vez a presidência da República. Mais cedo, ele discursou na abertura da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Buenos Aires. Ele agradeceu aos países que condenaram os atos antidemocráticos em Brasília e destacou o fato de a região ser “pacífica” e repudiar o extremismo.

Lula ressaltou ainda a necessidade dos países da região se unirem em torno de iniciativas de proteção dos biomas, especialmente da Amazônia, e defendeu a união em torno da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que deve ter uma reunião este ano, convocada pelo Brasil.

Cenário externo

Lá fora, o mercado repercutiu dados sobre a economia dos Estados Unidos. A atividade empresarial contraiu pelo sétimo mês consecutivo em janeiro, embora a queda tenha moderado tanto no setor de manufatura como no de serviços pela primeira vez desde setembro, enquanto a confiança empresarial se fortaleceu, segundo dados da S&P Global divulgados nesta terça-feira.

O índice de produção PMI Composto dos EUA, que acompanha os setores de manufatura e serviços, subiu de 45,0 em dezembro para 46,6 em janeiro – leituras abaixo de 50 indicam contração na atividade. Ainda que tenha sido o maior valor em três meses, as empresas relataram uma demanda fraca e a inflação alta como obstáculos para os gastos dos clientes.

Enquanto isso, os preços de insumos para empresas de serviços e produtores de bens aumentaram na base mensal pela primeira vez desde maio, indicando que a inflação está longe de ser controlada, apesar das medidas agressivas adotadas pelo Federal Reserve (Fed).

Destaques da bolsa

Americanas (AMER3)

As ações da varejista encerraram estáveis, com o mercado ainda repercutindo os desdobramentos do escândalo do rombo fiscal que levou ao pedido de recuperação judicial, aceito pela Justiça. Na segunda-feira (23), a Americanas (AMER3) informou em fato relevante que contratou a Alvarez & Marsal para ajudar a coordenar o processo de recuperação.

Mais cedo nesta terça, a varejista se manifestou surpresa com a decisão da Vibra de encerrar parceria na exploração de lojas em postos de combustíveis, segundo fato relevante. Segundo a Americanas, a Vibra não fez qualquer manifestação anterior ou “qualquer comunicação prévia”.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings disse nesta terça que as empresas brasileiras varejistas devem enfrentar os maiores desafios econômicos em 2023. Para a agência, com o cenário mais adverso, a capacidade de ajustar os investimentos e os custos vai ser chave para a preservação do perfil de crédito das empresas.

Outras varejistas

O Carrefour (CRFB3) avançou mais de 3,86%, em sessão positiva para o setor. O papel de GPA (PCAR3) também subiu 5,06%, após a empresa aprovar a emissão de R$ 750 milhões em debêntures para pagamentos relacionados a aluguéis e alongamento da dívida.

O Magazine Luiza (MGLU3) subiu mais de 8,66%, conforme analistas veem a companhia entre as que mais devem ganhar participação de mercado em meio aos problemas enfrentados pela Americanas.

IRB Brasil (IRBR3)

As ações do IRB Brasil (IRBR3) caíram 8,82% após a empresa divulgar prejuízo de R$ 48,5 milhões em novembro, menor do que a perda de R$ 113,8 milhões um ano antes, ampliando o resultado negativo acumulado em 2022 para R$ 633,7 milhões.

No penúltimo mês do ano passado, a resseguradora registrou queda nos prêmios emitidos, de 23,2% ano a ano, mas as despesas com sinistros recuaram a R$ 384,6 milhões, com o índice de sinistralidade passando a 96%, de 108,4% em novembro de 2021.

As ações do IRB deixaram de fazer parte do Ibovespa para os primeiros quatro meses deste ano.

Cielo

A Cielo (CIEL3) subiu 3,4%, em meio a expectativas para o resultado da empresa de pagamentos, previsto para a sexta-feira.

A equipe da Genial Investimentos elevou a recomendação dos papéis para ‘compra’, citando no relatório enviado a clientes um cenário competitivo mais racional em 2023, aumento de ‘take rate’ devido a mudanças regulatórias em abril deste ano, que devem ajudar a receita.

“A dinâmica para 2023 nos parece mais favorável, garantindo mais um ano de crescimento de lucro a despeito de volumes mais baixos”, afirmaram os especialistas.

Petrobras

A ação da Petrobras (PETR3 e PETR4) fechou em queda de 0,75% e 0,71%, em sessão volátil, após a empresa anunciar aumento dos preços de gasolina a partir de quarta-feira. A companhia também divulgou que a indicação do senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência será analisada em reunião de conselho de administração marcada para quinta-feira. No exterior, o contrato de petróleo Brent tem dia de perdas.

Vale

A Vale (VALE3) caiu 1,06%, enquanto segue sem o referencial dos preços do minério de ferro na China em razão do feriado por causa da semana do Ano Novo Lunar. Segundo informações do Portal G1, a Vale aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou a Vale ré pelo desastre em Brumadinho, ao lado da empresa Tüv Süd e 16 pessoas.

Bolsas no exterior

Wall Street

Os índices de ações em Wall Street abriram em baixa nesta terça-feira, após divulgação de balanços corporativos de empresas como 3M, Johnson & Johnson e GE e enquanto as ações de empresas de chips recuavam na sequência de recuperação na sessão anterior.

O Dow Jones caía 0,55% na abertura, para 33.444,72 pontos. O S&P 500 abriu em baixa de 0,45%, a 4.001,74 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caía 0,54%, para 11.302,93 pontos na abertura.

Europa

As ações europeias caíram nesta terça-feira, uma vez que dados melhores do que o esperado sobre a atividade empresarial na zona do euro alimentaram preocupações de que o Banco Central Europeu (BCE) teria mais espaço para elevar suas taxas de juros.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,24%, a 453,38 pontos, mas ainda acima das mínimas da sessão.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,35%, a 7.757,36 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,07%, a 15.093,11 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,26%, a 7.050,48 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,24%, a 25.884,31 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,26%, a 8.967,10 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,56%, a 5.939,21 pontos.

Ásia

O índice acionário japonês Nikkei fechou em uma máxima de mais de um mês nesta terça-feira, recuperando todas as perdas desde que o Banco do Japão fez um ajuste inesperado no mês passado, com as ações de tecnologia acompanhando a força de Wall Street.

O índice Nikkei subiu 1,46% para fechar em 27.299,19 pontos, seu maior nível de fechamento desde 16 de dezembro.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 1,46%, a 27.299 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG permaneceu fechado.
  • Em XANGAI, o índice SSEC não teve operações.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, não abriu.
  • Em SEUL, o índice KOSPI permaneceu fechado.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX não teve operações
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES ficou fechado.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,44%, a 7.490 pontos.

*Com informações da Reuters.

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