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Finanças

‘Braço direito’ de Warren Buffett volta a criticar criptomoedas: até quando?

Em entrevista recente, Charlie Munger definiu o bitcoin como ‘esgoto a céu aberto’. Por que ele está errado?

Charlie Munger

*ARTIGO

Em nova entrevista, desta vez para o “Australian Financial Review”, Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire Hathaway, disse que negociar ou investir em ativos digitais é insano, além de ter falado que o bitcoin (BTC) e outras moedas são um “esgoto a céu aberto, cheio de organismos maliciosos”.

O sócio e braço direito de Warren Buffett é um investidor bilionário de 98 anos, com foco em investir somente em ações. Ademais, ele não é o único grande investidor com críticas a criptomoedas. Diversas outras personalidades já se posicionaram contra o ativo, como Nassim Taleb, Bill Gates, Luiz Barsi e até Warren Buffett.

Porém, com ou sem acusações, isso não muda absolutamente em nada os fundamentos de um ativo. Além disso, analisando falas e posicionamentos anteriores, parece que o investidor parece não gostar de dar o braço a torcer, mesmo que esteja errado.

Em maio de 2013, por exemplo, o bilionário fez acusações contra o bitcoin quando o criptoativo não valia US$ 100. Atualmente, em pouco mais de nove anos e após queda de mais de 70% desde o topo histórico, o mesmo bitcoin ainda acumula valorização de cerca de 20.000%.

Esgoto a céu aberto’?

O bitcoin possui uma inspiração na raridade do ouro e foi projetado para ter uma quantidade finita de 21 milhões de moedas. Desse total máximo, mais de 91% já foi produzido — e milhões de unidades estão perdidas.

No entanto, na contramão da escassez e oferta limitada do bitcoin, está a impressão de dinheiro pelos bancos centrais mundiais. Na pandemia, os governos fizeram injeções cavalares de dinheiro na economia para combater a crise monetária.

No caso dos EUA, por exemplo, o movimento está sendo impressionante, com 43% de todos os dólares da história criados nos últimos dois anos, segundo reportagem publicada no “Blocktrends”.

Por que isso é importante? Porque a impressão excessiva de dinheiro gera inflação, ou seja, perda de poder de compra ao longo do tempo: pela lei da oferta e demanda, se aumenta a quantidade de dinheiro em circulação, o valor dele diminui — e é por isso que o bitcoin vale tanto e as moedas fiduciárias valem tão pouco.

Além disso, a acusação de Munger faz cada vez menos sentido quando pensamos que, assim como o bitcoin, as criptomoedas são inconfiscáveis, uma vez que usam o blockchain, um livro de dados distribuído mundialmente e imutável, para registrar dados.

Esse fato protege contra o confisco de monetário, algo muito importante ao lembrarmos da história onde, literalmente da noite para o dia, todo o dinheiro da população já foi detido durante o governo de Fernando Collor de Mello, nos anos 90.

Crédito: Reprodução/Blog Editora Contexto 

Menos ceticismo e mais fundamentos

Independentemente da fala de Charles Munger ou de outros investidores resistentes de Wall Street, o bitcoin é descentralizado, escasso e sem controle de entidades ou governos.

O chamado “ouro digital” é a antítese do frágil. A moeda já se provou imparável, independentemente da cotação do seu preço. Choques e tensões só serviram para torná-lo mais forte e prosperou na própria volatilidade pelos quais foi criticado.

Com 13 anos de histórico ininterruptos de funcionamento, a rede continua intacta, aberta para quem quiser transacionar de modo rápido e privado 24h.

Não à toa, na contramão da fala de Munger, há bilionários como Elon Musk, Tim Cook e Jack Dorsey, que abraçam o mercado de criptomoedas, especialmente o bitcoin e o ethereum (ETH), outro ativo digital que tem se provado antifrágil.

*Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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