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Finanças

Por que a ação da Braskem caiu quase 12% após o balanço do 3º trimestre?

Queda veio mesmo após melhora das receitas. No ano, porém, papel BRKM5 acumula alta de mais de 100%.

A ação da Braskem (BRKM5) chegou a cair mais de 12% no pregão desta quarta-feira (10), após a empresa divulgar na noite anterior o balanço do 3º trimestre deste ano, quando a empresa teve lucro líquido de R$ 3,537, ante prejuízo de R$ 1,41 bilhão em igual etapa de 2020. O papel fechou em queda de 11,88%, a R$ 49,61, liderando as perdas do Ibovespa.

Rodrigo Crespi, especialista de mercado da Guide Investimentos, explica que a queda no pregão é “reflexo de um resultado inferior ao esperado pelo mercado“. “A receita líquida veio em linha com a estimativa, e aumento no trimestre de 7%. Só que, do lado operacional, veio 8% abaixo das projeções de mercado, e com uma queda de 18% no trimestre. Além disso, houve um encolhimento de margem de 8 pontos percentuais.”

Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, também fala sobre as expectativas dos investidores antes da divulgação dos números. “O mercado, em geral, busca sempre se antecipar. Para isso, se baseia nas projeções, que são formadas a partir das expectativas que cada player tem para uma ação ou um conjunto delas. No caso da Braskem, que apresentou evolução nas principais linhas do balanço, o que pesou foi alguma quebra de expectativa diante do que se esperava. O consenso do mercado esperava números maiores para o Ebitda, que mostrou avanço na comparação anual, mas queda contra o trimestre anterior”, diz.

Crespi cita o menor spread internacional de resina, além de uma queda nos volumes de venda nos Estados Unidos e na Europa. Mas ele destaca que “o principal impacto é a operação no Brasil, que teve uma queda de 27% ante o trimestre passado. E também vimos um custo sendo impactado pelo aumento dos preços de petróleo e gás natural, o que também pressionou as margens do resultado da Braskem”.

Além dos números do balanço, Nishimura afirma que “o mercado também se preocupou com as projeções apontadas pela companhia em sua teleconferência para comentar os resultados do trimestre. O cenário vislumbrado para 2022 seguiu com números fortes, mas menores do que os previstos para o ano corrente devido à queda dos spreads petroquímicos”.

Apesar da forte queda nesta quarta, no acumulado do ano a ação da Braskem tem avanço de mais de 110%.

Veja abaixo outros destaques da bolsa de valores nesta quarta:

Petz

Petz (PETZ3), que encerrou o pregão da véspera em alta de 6,22%, nesta quarta subiu mais 5,09%, para R$ 21,89. A varejista de produtos para animais de estimação anunciou uma oferta subsequente de 41 milhões de ações, que espera precificar em 18 de novembro.

Considerando o preço de fechamento de R$ 20,83 dos papéis da Petz na véspera, o valor total do follow-on alcança R$ 854 milhões. A companhia disse que pretende usar os recursos com a operação para acelerar a abertura de lojas e hospitais, fortalecer ecossistema e novos negócios e o desenvolvimento da plataforma digital, tecnologia e logística.

C&A

A varejista de moda C&A (CEAB3) teve alta de 7,7%, para R$ 7,83. A companhia informou que concluiu uma negociação com o Bradesco para recomprar o direito de oferecer seu próprios produtos financeiros. Em comunicado, a empresa explicou que investirá R$ 415 milhões para recomprar o direito, que era exclusivo do Bradesco. Com isso, irá lançar em dezembro sua solução de pagamento própria, o C&A Pay.

Na visão de Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday, analistas da XP Investimentos, o anúncio é positivo uma vez que deve alavancar as vendas da empresa por meio de uma oferta de crédito mais equilibrada. “Entretanto, os ganhos devem demorar para serem refletidos nos resultados enquanto os investimentos devem ser vistos já no curto prazo”, disseram os analistas.

Carrefour Brasil

Carrefour Brasil (CRFB3) teve perdas de 3,71% para R$ 16,88. A empresa teve lucro líquido ajustado de R$ 621 milhões no terceiro trimestre, queda de 18% em relação a um ano antes. A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 1,48 bilhão para o período, crescimento de cerca de 11%.

Raia Drogasil

RD (RADL3), dona das redes de farmácias Raia e Drogasil, caiu 3,81%, para R$ 23,45. A companhia anunciou nesta terça-feira (9) que teve lucro líquido ajustado de R$ 173,6 milhões no terceiro trimestre, número praticamente estável ante os R$ 172,9 milhões reportados um ano antes.

Na visão de Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini, analistas do Goldman Sachs, a companhia apresentou um bom conjunto de resultados no período. As receitas líquidas ficaram 2% acima das previsões da casa e 1% acima do que previa o consenso. Já o Ebitda ajustado ficou 1% abaixo do calculado pelo consenso, mas 3% acima do projetado pelo Goldman.

“A leve pressão na margem anual reflete os investimentos que a RD está fazendo em equipes e tecnologia para executar sua digitalização e estratégia de ecossistema mais ampla, consistente com o que a administração comunicou anteriormente. A RD continuou a entregar ganhos de participação em todos os mercados e sua agenda de digitalização continua no caminho certo, com a penetração online aumentando sequencialmente (para acima de 9%)”, disse a equipe em relatório. A casa reiterou classificação de compra para os papéis da companhia e preço-alvo em R$ 33.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

EmpresaCódigoCotação R$ Variação %
BraskemBRKM549,61-11,88
ViaVIIA37,05-6,5
AzulAZUL426,44-4,82
RumoRADL323,45-3,81
CarrefourCRFB316,88-3,71
EmpresaCódigoCotação R$ Variação %
BradescoBBDC420,395,65
PetzPETZ321,895,09
BradescoBBDC317,534,72
MRVMRVE312,274,69
Banco do BrasilBBAS330,794,59

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