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Finanças

Ibovespa e dólar fecham com altas discretas, à espera de Fed e Copom

Investidores também seguiram na expectativa por novo arcabouço fiscal.

O Ibovespa e o dólar fecharam com altas discretas nesta terça-feira (21), após o resgate do Credit Suisse e enquanto investidores aguardam o fim das reuniões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil (BCB), em meio também a expectativas pelo novo arcabouço fiscal doméstico.

No dia, o Ibovespa teve alta de 0,07%, aos 100,998 pontos. O dólar subiu 0,05%, negociado a R$ 5,2451.

A aquisição do Credit Suisse pelo UBS no fim de semana, bem como medidas tomadas pelos principais bancos centrais de forma a aumentar a liquidez, diminuiu os temores de contágio no setor bancário mais amplo, embora muitos analistas acreditem que uma crise ainda não foi totalmente evitada após o colapso de credores de médio porte nos Estados Unidos.

Na segunda (20), o Ibovespa se descolou do exterior e fechou no menor patamar desde julho de 2022, puxado pelo declínio das ações da Petrobras (PETR3PETR4) e receios sobre o cenário fiscal.

Nova regra fiscal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça que apresentará o novo arcabouço fiscal apenas depois de sua viagem à China e que não há pressa para discutir a âncora apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada.

Em entrevista à TV 247, Lula disse que orientou Haddad a divulgar o pacote apenas depois da viagem, para a qual embarca no sábado (25). Lula e o ministro devem ficar uma semana fora do país. Inicialmente, a intenção era apresentar a proposta antes da viagem.

“Por que não pode ser antes da viagem? Nós embarcamos sábado. Haddad não pode comunicar e sair. Seria estranho. Eu anuncio e vou embora? Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, para responder, dar entrevista, conversar com o sistema financeiro, com a Câmara dos Deputados, com o Senado, com outros ministros, empresários. O que não dá é para a gente avisar e ir embora”, disse o presidente.

Caminho até agora

Haddad entregou o texto na semana passada a Lula. Na sexta, o presidente reuniu o ministro da Fazenda e os demais da área econômica, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa, para um primeiro debate.

Nesta terça, a proposta era discutida na reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), que reúne os mesmos ministérios, mas Haddad não participou – em seu lugar foi o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.

Na segunda, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, havia dito que a âncora seria apresentada nos próximos dias e que incluirá a curva da dívida, o superávit e o controle de gastos.

À espera de Fed e Copom

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, inicia sua reunião de política monetária nesta terça-feira (21) e deve divulgar na quarta (22) se a taxa de juros no país se manterá no mesmo patamar ou se fará algum movimento. 

Com a inflação ainda longe da meta (6% em 12 meses até fevereiro, contra o propósito de 2%) e as recentes crises de liquidez entre alguns bancos do país, agentes do mercado financeiro não têm um consenso sobre qual deve ser o rumo da taxa básica de juros norte-americana nesta reunião. Embora a maior parte do mercado precifique uma alta de 0,25 ponto percentual, há quem acredite que o Fed fará uma pausa no ciclo de aumento.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também inicia nesta terça sua reunião de política monetária, com o mercado esperando manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.

Segundo dados da B3 sobre contratos de opção de Copom, considerando a expectativa do mercado, a probabilidade de manutenção percentual da taxa Selic na reunião desta semana é de 95,5%. Também é vislumbrada uma possibilidade de queda de 0,25 ponto, mas a probabilidade é menor, de 4,3%.

Se para a decisão a ser anunciada na quarta há quase um consenso pela manutenção, a maior dúvida do mercado é o que será feito a seguir pelo Banco Central. Os dados da B3 sobre Opção de Copom mostram o mercado bem dividido nas expectativas para a reunião de maio: 62,5% de probabilidade de manutenção da taxa, 13,82% de queda de 0,25 ponto e 22,15 de recuo de 0,5 ponto.

Destaques da B3

Vale

A ação VALE3, maior peso na composição do Ibovespa, recuou 0,84%, reduzindo os ganhos do indicador. Os contratos futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian ampliaram as perdas nesta terça, com os traders avaliando as perspectivas de mais intervenção do governo no mercado após o último alerta da China sobre atividade especulativa e contínuas restrições de produção nas principais cidades siderúrgicas.

“Os principais fatores que pesaram nos preços (do minério de ferro) são as restrições de produção de siderúrgicas (no norte da China), induzidas pela proteção ambiental, e as incertezas quanto a políticas de controle em resposta aos preços altos”, disseram analistas da Huatai Futures em nota.

“A flutuação (nos preços do minério de ferro) indica que o mercado está buscando uma direção clara em meio a fatores mistos no momento”, disse Yu Chen, analista sênior de minério de ferro da consultoria Mysteel em Xangai.

Itaúsa

As ações ITSA3 e ITSA4 tiveram alta de 0,62% e 1,14%, respectivamente, com o mercado repercutindo a divulgação do balanço da companhia no dia anterior.

A holding Itaúsa, controlada pelo Itaú e que tem participação em empresas como XP, Alpargatas e Dexo, registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,36 bilhões no quarto trimestre uma queda de 19%, no comparativo com o mesmo intervalo de 2021. No ano, houve avanço de 14%, para R$ 13,7 bilhões.

Nesta terça, Alfredo Setubal, presidente-executivo da Itaúsa, disse que a empresa vai manter a estratégia para venda de sua participação na XP, mas em 2023 não enfrenta a mesma pressão para se desfazer de parte dos papéis diante das atuais condições do mercado e amortizações de dívida realizadas pela holding em 2022. “A ideia é continuarmos a vender ações XP ao longo deste ano”, disse em conferência a analistas e investidores.

Eletrobras

A ação ELET3 teve queda de 3,48%, em dia marcado por novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a empresa. Em entrevista ao portal 247, ele voltou a criticar a privatização da Eletrobras, dizendo que o governo entrou na Justiça contra a redução do poder de voto da União na empresa e contra o preço para recompra de ações da elétrica.

“Espero que a gente volte, se tiver condições, a ser dono da Eletrobras”, disse Lula, classificando a privatização como um “crime de lesa pátria”.

Americanas

Fora do Ibovespa, o papel AMER3 teve alta de 2,78%. A Americanas divulgou na noite da véspera plano de recuperação judicial encaminhado à Justiça do Rio de Janeiro, prevendo um aumento de capital de R$ 10 bilhões com direito de preferência aos atuais acionistas, além de venda de ativos que incluem o hortifruti Natural da Terra, um dos ativos mais estratégicos até agora para a companhia.

O plano foi encaminhado juntamente com um diagnóstico da crise de uma das maiores redes de varejo da América Latina que atualizou o volume de dívida da companhia para cerca de R$ 50 bilhões, ante valor anterior em fevereiro de R$ 42,5 bilhões.

Bolsas mundiais

Wall Street

Wall Street fechou em forte alta nesta terça.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,29%, para 4.002,41 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite subiu 1,55%, para 11.860,04 pontos. Dow Jones  subiu 0,97%, para 32.566,44 pontos.

Europa

As ações europeias subiram mais de 1% nesta terça, com as ações de bancos na liderança da recuperação após uma série de medidas para estabilizar o setor, enquanto investidores esperavam por movimentos menos agressivos do Fed.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 1,79%, a 7.536,22 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 1,75%, a 15.195,34 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,42%, a 7.112,91 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 2,53%, a 26.554,33 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 2,45%, a 9.049,40 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,76%, a 5.871,07 pontos.

Ásia

As ações da China e de Hong Kong subiram nesta terça, à medida que os temores de uma crise bancária global diminuíram depois que investidores digeriram o acordo de resgate do banco suíço Credit Su

As ações da China, em grande parte imunes à crise bancária nos Estados Unidos e na Europa devido aos rígidos controles de capital e ao sistema bancário relativamente sólido do país, são auxiliadas por novos sinais de recuperação econômica.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,42%, a 26.945 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,36%, a 19.258 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,64%, a 3.255 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,10%, a 3.982 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,38%, a 2.388 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,61%, a 15.513 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 1,09%, a 3.173 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,82%, a 6.955 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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