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Finanças

Ibovespa fecha acima de 128 mil pontos e bate novo recorde; dólar cai a R$ 5,14

Alta vem após divulgação do PIB do primeiro trimestre.

Bolsa de valores de São Paulo
Bolsa de valores de São Paulo 09/03/2021 REUTERS/Amanda Perobelli

O Ibovespa, principal índice da B3, renovou recorde histórico nesta terça-feira (1), em dia de divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que superou expectativas de crescimento. O dólar fechou em baixa.

O Ibovespa subiu 1,63%, aos 128 267 pontos. Na máxima do dia, chegou a 128.363 pontos, batendo também o recorde intradia. Veja a cotação do Ibovespa hoje.

Apesar do recorde nominal, o principal indicador da bolsa brasileira ainda não bateu sua máxima se for considerada a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a cotação do dólar. Os recordes históricos do Ibovespa considerando a inflação e a cotação em dólar foram batidos em maio de 2008, segundo dados da provedora de informações financeiras Economatica.

Nesta terça, o dólar caiu 1,49%, comercializado a R$ 5,1465, menor valor desde dezembro de 2020. Com isso, o real foi o grande destaque positivo nos mercados globais de câmbio nesta sessão.

PIB anima mercado

economia brasileira avançou 1,2% no primeiro trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Os números do PIB foram muito bons, e isso tem impacto na percepção dos investidores em relação à recuperação econômica do país”, disse à Reuters Mauriciano Cavalcante, diretor de câmbio da Ourominas. “Por isso (o dólar) já abriu nesse movimento de queda.”

Após os dados, Goldman Sachs e Bank of America elevaram suas projeções para 5,5% e 5,2%, respectivamente. A área de pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco elevara sua previsão já na semana passada para 5%.

“Os números do trimestre confirmam uma recuperação mais forte da economia“, reforçou o estrategista-chefe do banco digital modalmais, que revisou sua projeção para crescimento de 4,6% no ano após os dados.

“Para as próximas leituras, avaliamos que o impacto limitado da segunda onda da pandemia, a retomada do auxílio emergencial e o avanço na vacinação apontam para um sólido crescimento em 2021”, acrescentou em comentário a clientes.

O resultado positivo do PIB no primeiro trimestre de 2021 foi o terceiro consecutivo, depois dos recuos no primeiro (-2,2%) e no segundo (-9,2%) trimestres de 2020, quando a economia encolheu 4,1%, afetada pela pandemia.

Com o resultado do primeiro trimestre, o PIB voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, período pré-pandemia, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica, no primeiro trimestre de 2014.

Cenário externo

Sede do Fed em Washington, DC. REUTERS/Chris Wattie

Apesar de o PIB ter surpreendido positivamente, Mauriciano Cavalcante ressalta que não é apenas o Brasil que tem expectativas melhores sobre o desempenho da economia: “Estamos vendo também uma atividade considerável nos Estados Unidos, e isso pode levar os investidores a dúvidas sobre um possível aperto monetário no país”, afirmou ele, em referência a expectativas por aumento na taxa de juros nos EUA.

Nas últimas semanas, o radar dos mercados globais tem sido dominado por temores inflacionários na economia norte-americana. Na sexta-feira passada, dados mostraram que um importante indicador de preços registrou seu maior ganho anual desde 1992.

Embora algumas autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) tenham falado repetidamente que enxergam o pico inflacionário como temporário, outros formuladores de política monetária começaram a reconhecer que estão mais próximos de um debate sobre quando retirar parte de seu nível de apoio à economia.

“Num cenário de redução de liquidez e alta de juros nos EUA, os investidores correriam para a economia com menos risco e rendimento mais elevado (em relação aos patamares atuais)”, explicou Cavalcante, destacando que esse movimento reduziria a busca por ativos de países emergentes. Isso significaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real. “Por isso, vamos ficar de olho nos dados norte-americanos desta semana.”

Na sexta-feira, serão divulgados números importantes de emprego dos Estados Unidos.

Para Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank, apesar dos sinais de pressão inflacionária no exterior e ruídos políticos e fiscais domésticos, o “balanço de riscos para o mercado de câmbio doméstico ainda é positivo”.

Levando em consideração “a forte alta das commodities, que é boa para nossa moeda, a perspectiva de alta de juros no Brasil” e o “atraso” do real em relação ao comportamento de outras divisas de mercados emergentes, como rand sul-africano e peso mexicano, “continuo achando que a tendência do real é se valorizar“, disse ele.

Destaques da bolsa

BRF (BRFS3) disparou 9,55%, em sessão marcada por leilão com ações da empresa de alimentos que teve o JPMorgan como corretora nas duas pontas. O JPMorgan atuou como assessor financeiro da Marfrig (MRFG3) na aquisição de cerca de 24% do capital da BRF anunciada no mês passado.

EMBRAER (EMBR3) valorizou-se 4,05%, ampliando a performance positiva em 2021 e tendo de pano de fundo que sua empresa de mobilidade aérea urbana Eve recebeu uma encomenda de 200 aeronaves no âmbito de parceria com a Halo, que fornece serviços personalizados de helicóptero e mobilidade aérea urbana privada nos Estados Unidos e no Reino Unido.

ULTRAPAR (UGPA3) avançou 7,25%, em meio a notícia sobre a venda de sua unidade química Oxiteno. De acordo com o “Estadão”, a empresa de private equity Advent, a fabricante norte-americana de produtos químicos Stepan e a tailandesa Indorama estão disputando a companhia.

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) subiu 3,64% e BRADESCO PN (BBDC4), 2,27%, em meio ao clima mais positivo sobre a economia brasileira, consolidando as novas máximas do Ibovespa.

PETROBRAS PN (PETR4) mostrou elevação de 1,56%, na esteira da forte alta dos preços do petróleo no mercado externo.

VALE (VALE3) caiu 1,38%, mesmo com os futuros do minério de ferro na China saltando nesta terça-feira, em meio a notícias de que o polo siderúrgico de Tangshan planeja aliviar exigências de cortes de produção em usinas. A Vale também anunciou interromperá operações de Sudbury após empregados rejeitarem acordo coletivo.

LOCAWEB (LWSA3) perdeu 5,54%, entre as poucas baixas da sessão, em meio a ajustes após forte recuperação na última quinzena de maio, embora tenha terminado o mês com variação negativa de 9%.

Bolsas mundiais

Wall Street

O índice S&P 500 recuou nesta terça-feira, com quedas em ações dos setores de saúde e tecnologia compensando ganhos nos segmentos de energia e financeiro, enquanto investidores ponderaram os últimos dados econômicos dos Estados Unidos em busca de sinais de recuperação e de aumento inflacionário.

  • O índice Dow Jones subiu 0,13%, a 34.575 pontos
  • S&P 500 perdeu 0,049238%, a 4.202 pontos
  • O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,09%, a 13.736 pontos

Europa

As ações europeias atingiram novas máximas recordes nesta terça-feira, com os fortes preços dos metais e do petróleo impulsionando papéis de grandes empresas ligadas a commodities, enquanto dados mostraram que a atividade industrial da zona do euro expandiu em ritmo histórico em maio.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,82%, a 7.080,46 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,95%, a 15.567,36 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,66%, a 6.489,40 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,60%, a 25.321,82 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,45%, a 9.189,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,71%, a 5.216,79 pontos.

Ásia e Pacífico

Painel eletrônico com informações acionárias em Xangai. REUTERS/Aly Song

As ações da China registraram ganhos nesta terça-feira, ajudadas pela força das empresas de saúde, com os investidores comemorando a nova política de três filhos de Pequim após dados recentes mostrarem um declínio dramático nos nascimentos do país mais populoso do mundo.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,16%, a 28.814 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,08%, a 29.468 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,26%, a 3.624 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,19%, a 5.341 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,56%, a 3.221 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,55%, a 17.162 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,73%, a 3.187 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,27%, a 7.142 pontos.

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(*Com informações de Reuters)

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