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Finanças

Dólar fecha em queda pelo 3º dia, a R$ 4,92; Ibovespa cai

Mercado acompanhou divulgação de preços do atacado nos EUA.

O dólar à vista emplacou nesta quinta-feira (13) a terceira sessão consecutiva de baixa, chegando a ficar abaixo de R$ 4,90 durante os negócios, influenciado pela busca global de ativos de maior risco, como o real, e pela percepção de que o Brasil segue atrativo para investimentos em função do diferencial de juros. O Ibovespa fechou em queda, refletindo ajustes após três altas seguidas.

O dia também foi marcado pela espera texto do novo arcabouço fiscal, com o mercado de olho em preços do atacado nos EUA e dados da balança comercial chinesa.

No dia, o dólar caiu 0,32%, a R$ 4,9262, após chegar a R$ 4,8948 na mínima do dia. O Ibovespa teve baixa de 0,40%, aos 106.457 pontos.

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em baixa, dando continuidade ao movimento mais recente de fechamento da curva a termo.

No fim da tarde, a taxa do DI para outubro de 2023 estava em 13,455%, ante 13,44% do ajuste anterior. Já a taxa para janeiro de 2024 estava em 13,165%, ante 13,135% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,78%, ante 11,796%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,645%, ante 11,742% do ajuste anterior e a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,8%, ante 11,925.

De olho no Fed

O mercado repercutiu nesta quinta-feira os dados que mostraram queda dos preços ao produtor norte-americano em março, reforçando cenário de arrefecimento da inflação, que pode levar o Federal Reserve (Fed) a ser menos agressivo do que o temido na condução da política monetária.

Na véspera, um outro relatório havia mostrado que os preços ao consumidor norte-americano arrefeceram mais do que o esperado no mês passado.

“O Fed provavelmente vai (elevar os juros) em 0,25 (ponto percentual em maio) e o mercado espera que eventualmente possa cortar os juros (em 2023)”

Reuters Hideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora

Além dos dados de inflação, os dados também mostraram que o número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada, mais um sinal de que as condições do mercado de trabalho estão perdendo força.

“As reivindicações de auxílio-desemprego também foram notícias favoráveis para o Fed”

Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities

A maioria dos investidores manteve as expectativas de alta de 25 pontos-base para a taxa de juros norte-americana após os dados desta quinta-feira.

Por que o dólar está caindo tanto?

A perspectiva de taxa de juros terminal menos alta nos EUA joga a favor do real, tornando a moeda brasileira atraente para investidores estrangeiros que adotam estratégias de “carry trade” – tomada de empréstimo em país de taxas baixas e aplicação desse dinheiro em mercado mais rentável, de forma que se lucra com o diferencial de custos de empréstimo.

A taxa Selic está atualmente em 13,75% ao ano, nível elevado que é apontado como fator de impulso para a moeda local há meses.

“Com o índice de preços ao consumidor dos EUA fora do caminho, o enfraquecimento dos dados econômicos dos EUA é novamente o principal tema do mercado. Permanecemos otimistas… em relação a nomes de alto ‘carry’ nos mercados de câmbio emergentes”

Citi, em relatório

Mas, para além do apelo de “carry”, o real também tem sido impulsionado por um forte ingresso de fluxos comerciais no Brasil, disse Iha, da Fair, citando o otimismo em relação às safras de commodities como a soja.

A ausência de notícias muito negativas no âmbito político e fiscal doméstico também abriu espaço para a queda do dólar, acrescentou o operador, embora tenha dito que há limites para o quanto o dólar pode cair no curto prazo, depois do movimento acentuado dos últimos dois pregões.

Segundo Iha, o mercado “deu uma acalmada” e agora fica em “compasso de espera positivo” enquanto aguarda o envio do novo arcabouço fiscal do governo ao Congresso e monitora possíveis alterações na proposta durante sua tramitação.

Mais do cenário externo: demanda da China

Porto de Qingdao, China 09/05/2022. China Daily via REUTERS

Investidores também avaliaram a notícia de que as exportações da China aumentaram inesperadamente em março, mas analistas alertaram que a melhora reflete em parte o fato de fornecedores estarem recuperando as encomendas atrasadas após os problemas causados pela covid-19 no ano passado.

As exportações em março dispararam 14,8% em relação ao ano anterior, interrompendo cinco meses consecutivos de quedas e surpreendendo economistas, que previam uma queda de 7% em pesquisa da Reuters.

“A onda de surtos de covid em dezembro e janeiro provavelmente esgotou os estoques das fábricas. Agora que as fábricas estão operando com capacidade total, elas recuperaram os pedidos acumulados do passado”, disse Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

“É improvável que o crescimento forte das exportações se sustente, dadas as fracas perspectivas macro globais”.

Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management

Enquanto isso, as importações caíram menos do que o esperado, com economistas apontando uma aceleração na compra de produtos agrícolas, especialmente soja. As importações caíram apenas 1,4%, contra previsão de queda de 5% e contração de 10,2% nos dois meses anteriores.

Destaques da B3

A MRV&CO ON (MRVE3) disparou 6,56% após a construtora registrar no primeiro trimestre maior venda para o período na história da empresa, em um desempenho que ajudou a companhia a manter redução de queima de caixa em relação a trimestres anteriores.

A Cyrela (CYRE3) registrou valorização 0,13%, após registrar alta de 17,7% nas vendas totais contratadas no primeiro trimestre de 2023 ante igual período do ano passado, para R$ 1,55 bilhão.

PETR3 e PETR4 tiveram alta de 1,17% e 0,7%, respectivamente, depois de concluir a transferência de sua participação no Polo Norte Capixaba para a Seacrest, em desinvestimento que havia sido assinado em março do ano passado.

A Vale (VALE3) recuou 1,35%, com o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange, na China, encerrando as negociações diurnas com queda de 3,1%.

A Hapvida (HAPV3) teve queda de 1,49%, após o grupo de planos de saúde e hospitais precificar sua oferta subsequente de ações em R$ 2,68 reais por papel na véspera, com captação de R$ 1,059 bilhão.

A CCR (CCRO3) subiu 2,5% endossada por relatório do UBS BB elevando a recomendação das ações para “compra” e subindo o preço-alvo de R$ 14,40 para R$ 16,50.

A BRF (BRFS3) teve queda de 7,64%, após os analistas do Bank of America cortarem a recomendação para as ações para “underperform” e reduzirem o preço-alvo de R$ 9 para R$ 6,3.

A Marfrig (MFRG3) também teve desvalorização de 7,05% depois de ter a recomendação “neutra” mantida pelo BofA, mas redução do preço-alvo R$ de 9 para R$ 7,6.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos Estados Unidos fecharam em forte alta nesta quinta-feira.

Todos os três principais índices de ações dos EUA subiram, com papéis de megacapitalização sensíveis à taxa de juros fornecendo o maior poder de valorização e levando o índice de tecnologia Nasdaq ao seu maior salto percentual em um dia em quase um mês.

Segundo dados preliminares, o S&P 500 ganhou 1,33%, para 4.145,91 pontos. O Nasdaq avançou 1,99%, para 12.166,27 pontos. O Dow Jones subiu 1,14%, para 34.029,04 pontos.

Europa

As bolsas de valores da Europa subiram nesta quinta-feira com impulso do setor de luxo, depois que a LVMH divulgou fortes vendas no primeiro trimestre.

O índice acionário pan-europeu STOXX 600 fechou em alta de 0,4%, a 464,21 pontos. O índice de blue chips (ações mais negociadas), por sua vez, ganhou 0,5%, aproximando-se de seu nível mais alto em 22 anos.

LVMH subiu 5,7%, fechando em um pico recorde depois que a maior empresa de luxo do mundo relatou um salto de 17% nas vendas do primeiro trimestre, superando as estimativas do mercado, com os negócios na China se recuperando acentuadamente.

As ações da Hermès, exposta à China, também atingiram patamar recorde, saltando 3,1%, enquanto as empresas de luxo Richemont e Kering também subiram 4,4% e 2,6%, respectivamente.

O CAC 40, da França, atingiu nível recorde pela terceira sessão consecutiva, subindo 1,1%, enquanto o OMX 20, de Copenhague, também atingiu um patamar histórico.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,24%, a 7.843,38 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,16%, a 15.729,46 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 1,13%, a 7.480,83 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,01%, a 27.626,61 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,34%, a 9.310,00 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,25%, a 6.164,28 pontos.

Ásia

As ações da China caíram nesta quinta-feira, arrastadas por uma queda nas empresas relacionadas a chatbots, que anteriormente haviam subido em meio a apostas especulativas.

As ações chinesas de inteligência artificial, equipamentos de comunicação e semicondutores caíram entre 3,7% e 4,4% cada, pressionando o índice de referência da China.

O frenesi em torno do chatbot ChatGPT da OpenAI tem impulsionado as ações de empresas chinesas no setor de tecnologia, mídia e telecomunicações, enquanto analistas e autoridades alertaram repetidamente contra os riscos de bolhas.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,26%, a 28.156,97 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,17%, a 20.344 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,27%, a 3.318 pontos.
  • . O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,69%, a 4.068 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,43%, a 2.561 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,80%, a 15.804 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,26%, a 3.294 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,27%, a 7.324 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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