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Finanças

Ibovespa fecha a 109 mil pontos após PEC da Transição; dólar vai a R$ 5,40

Mercado reagiu à minuta com proposta de ‘excepcionalizar’ teto de gastos em R$ 175 bi para o Bolsa Família.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, reduziu o ritmo de queda no final do pregão desta quinta-feira (17), reagindo aos desdobramentos da minuta da PEC da Transição com proposta de “excepcionalizar” do teto de gastos R$ 175 bilhões para o pagamento do Bolsa Família a partir de 2023, sem um prazo determinado, entre outras sugestões apresentadas no texto.

O Ibovespa recuou 2,18%, aos 109.703 pontos. Mais cedo, chegou a recuar mais de 2%. Já o dólar avançou 0,49%, negociado a R$ 5,4006, após chegar a R$ 5,5298 na máxima do dia.

A bolsa desacelerou as perdas após notícias como a da saída do ex-ministro Guido Mantega da equipe de transição, enquanto o ex-ministro Aloizio Mercadante indicou que o grande volume de isenções fiscais está sob análise e pode ser uma maneira de elevar receitas futuras sem aumento da carga tributária.

PEC da transição

O texto apresentado pela equipe de transição a parlamentares na quarta-feira propõe “excepcionalizar” do teto de gastos R$ 175 bilhões para o pagamento do Bolsa Família a partir de 2023 no valor de R$ 600, com adicional de R$ 150 por criança, sem um prazo determinado.

O texto inclui ainda uma autorização para que parte de receitas extraordinárias fique fora do teto e possa ser redirecionada para investimentos, em um limite de R$ 23 bilhões, entre outras possibilidades.

“A PEC veio no pior dos prognósticos”, afirmou a equipe da Tullet Prebon Brasil. “Apesar de o Congresso provavelmente moldar a PEC, a primeira sinalização foi ruim”, acrescentou em relatório a clientes nesta manhã.

Na véspera, o pregão brasileiro já havia refletido preocupações com o texto, divulgado após o fechamento. O Ibovespa encerrou a sessão de quarta-feira em queda de 2,58%.
A equipe do Safra afirmou que é importante ver como o legislativo vai se comportar sobre o tema, inclusive nessa questão de prazo, mas eles não veem hoje o Banco Central mudando discurso e subindo juros em função desses gastos, uma vez que o patamar atual já é muito elevado.

“Nesse sentido, o que poderia trazer sim alguma pressão inflacionista, e com isso uma reação diferente do Banco Central, é um dólar mais forte por um prazo mas longo, mas ainda é cedo para tirar conclusões a respeito”, afirmaram em nota a clientes.

Em meio ao estresse com a PEC, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, que está em viagem ao Egito, voltou a criticar nesta quinta-feira a regra do teto de gastos e desdenhou das reações do mercado financeiro a suas falas, endossando o viés negativo no pregão.

O cenário externo corroborava as vendas na bolsa brasileira, com Wall Street no vermelho em meio a sinais divergentes sobre a economia norte-americana e comentários ‘hawkish’ de autoridade do Federal Reserve, enquanto o petróleo também tinha mais uma sessão negativa.

Destaques da B3

CYRELA (CYRE3) caiu mais de 3%, com o índice do setor imobiliário cedendo 5,7%, dado o efeito negativo na curva futura de juros da perspectiva de mais gastos sem se saber as fontes de financiamento.

– 3R PETROLEUM (RRRP3) fechou em queda superior a 6%, após divulgar dados preliminares de produção de outubro mostrando queda em relação a setembro. Na visão da Genial Investimentos, a leitura dos números é negativa “por demonstrar uma parada no ímpeto de crescimento da produção nos últimos meses”.

IRB BRASIL (IRBR3) recuou quase 6%, na mínima histórica. A resseguradora informou que Raphael de Carvalho renunciou ao cargo de presidente-executivo, após pouco mais de um ano na posição. O conselho de administração elegeu o conselheiro Marcos Falcão como novo presidente.

PETROBRAS (PETR4) fechou quase estável após cair mais cedo, tendo de pano de fundo a queda dos preços do petróleo Brent, enquanto segue também pressionada pelos receios relacionados à troca do governo no país e os possíveis reflexos na estratégia da petrolífera de controle estatal.

BRADESCO (BBDC4) subiu mais de 2%, entre as poucas altas do Ibovespa, encontrando algum apoio em relatório do JPMorgan que elevou a recomendação para os papéis do banco a “overweight”. No setor, ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) caía 0,23% e BANCO DO BRASIL (BBAS3) recuava 3,01%.

VALE (VALE3) subiu 0,8%, também sofrendo com a aversão a risco na bolsa como um todo, mesmo com o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China tendo avançado 1,7%, para 740 iuanes (US$ 103,85) a tonelada no final do pregão diurno.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os índices de ações dos Estados Unidos caíam nesta quinta-feira, com dados econômicos mistos e comentários duros de uma autoridade do Federal Reserve, que alimentaram preocupações de que o banco central poderia não aliviar o aperto agressivo de sua política monetária.

Ásia e Pacífico

Telão mostra o índice Nikkei em Tóquio 14/06/2022. REUTERS/Issei Kato/File Photo

As ações da China fecharam em baixa nesta quinta-feira depois que um surto nos casos domésticos de Covid-19 gerou preocupações sobre mais lockdowns, enquanto a fraqueza em outros mercados asiáticos também pesou sobre o sentimentos enquanto os investidores reavaliavam as perspectivas da política monetária dos EUA.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,35%, a 27.930 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 1,15%, a 18.045 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,15%, a 3.115 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,41%, a 3.818 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,39%, a 2.442 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,01%, a 14.535 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,61%, a 3.286 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,19%, a 7.135 pontos.

*Com informações da Reuters.

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