O Ibovespa encerrou a quarta-feira (20) em alta, mas sem recuperar as perdas do tombo de mais de 3% do dia anterior. O dólar fechou em queda sobre o real, mas também sem apagar os fortes ganhos da véspera, quando o mercado reagiu a preocupações sobre a situação fiscal do país.
O Ibovespa avançou 0,10% aos 110.786 pontos, bem perto da mínima do dia de 110.023 pontos e longe da maxima de 112.023 pontos.
Já o dólar recuou 0,65% negociado a R$ 5,55, após oscilar entre R$ 5,52 e R$ 5,59.
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Cenário
O mercado segue em estado de tensão depois da forte queda da bolsa no dia anterior, quando o Ibovespa chegou a cair quase 4% após notícias de que o governo proporia bancar parte do novo Bolsa Família (Auxílio Brasil) com recursos fora do teto de gastos até o fim de 2022. Analistas disseram que seria a desmoralização do instrumento, visto como âncora fiscal do país.
O governo pretende lançar o programa assistencial para substituir o Bolsa Família com valor de R$ 400 em 2022, ano em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, buscará a reeleição.
Parte desse valor, cerca de R$ 100, seria contabilizado fora do teto de gastos, em uma vitória da ala política do governo sobre a equipe econômica e gerando repercussão negativa na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O noticiário mais recente aponta que o Executivo poderia recorrer a um ajuste na PEC dos precatórios para viabilizar o Auxílio Brasil – a PEC pode ser votada em comissão especial nesta quarta.
Dificultando ainda mais a vida do ministro da Economia, Paulo Guedes, há quem diga que a reforma do Imposto de Renda – aposta inicial do ministro para financiar o Auxílio Brasil – não deve avançar no Senado até pelo menos o fim do governo atual.
“De fato, a despeito das altas da Selic nos últimos meses, o fiscal parece que é o principal responsável pela contínua trajetória altista do dólar frente ao real”, disse Rafael Gabriel Pacheco, da Guide Investimentos.
Além disso, o mercado também ficou movimentado com o anuncio do Banco Central da venda dos lotes completos de contratos de swap cambial tradicional ofertados em dois leilões — um extraordinário e outro previsto em calendário — nesta quarta-feira, o que despejará no mercado futuro o equivalente a US$ 1,2 bilhão em dinheiro “novo”.
A autarquia vendeu todos os 14 mil contratos de swaps cambiais (US$ 700 milhões) ofertados em leilão que faz parte de medidas anunciadas no fim de setembro relacionadas ao desmonte do “overhedge” por instituições financeiras.
Nessa operação, ocorrida entre 10h30 e 10h40 (de Brasília), foram colocados 3 mil contratos para 1º de junho de 2022 e 11 mil para 1º de setembro de 2022.
Mais cedo, o Bacen já havia negociado 1.700 contratos para 1º de fevereiro de 2022 e 8.300 para 1º de junho de 2022 (total de US$ 500 milhões) em leilão extraordinário, que não faz parte da “ração” relacionada ao “overhedge” que a autoridade monetária tem oferecido às segundas e quartas.
Somadas, as duas operações irrigaram o mercado com US$ 1,2 bilhão.
Destaques
As units do Banco Inter lideraram as valorizações do Ibovespa no pregão desta quarta. Na outra ponta, as units da Getnet, que chegaram a abrir o pregão em forte alta, caíram forte liderando as baixas do indicador. Fora do Ibovespa, a Positivo disparou em meio à notícia de que foi a única empresa habilitada para participar de licitação de fornecimento de até 176 mil novas urnas eletrônicas. Veja os destaques.
Bolsas Mundiais
Wall Street
Os principais índices de ações dos Estados Unidos encerraram em alta nesta quarta-feira, ajudados por fortes perspectivas trimestrais de empresas como Anthem (A1NT34) e Verizon (VERZ34), embora preocupações com o impacto de restrições na cadeia de suprimentos e da inflação sobre os lucros corporativos limitassem os ganhos.
O Dow Jones subiu 0,43%, a 35.609 pontos. O S&P 500 avançou 0,37%, a 4.536 pontos, enquanto o Nasdaq encerrou em leve queda de 0,05%, a 15.121 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam numa máxima em seis semanas nesta quarta-feira, com os fortes resultados da Nestlé impulsionando papéis de empresas de alimentos e ajudando a compensar perdas depois de uma série de balanços corporativos decepcionantes, incluindo os do grupo de luxo Kering e da fabricante de chips ASML.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,08%, a 7.223,10 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,05%, a 15.522,92 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,54%, a 6.705,61 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,94%, a 26.581,77 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,24%, a 9.017,90 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,61%, a 5.762,20 pontos.
Ásia e Pacífico
As ações asiáticas avançaram nesta quarta-feira, com o otimismo crescente sobre a economia global e os lucros corporativos, enquanto o iene caiu para uma mínima em quatro anos em relação ao dólar. Na China continental, o mercado foi prejudicado por dados mais fracos sobre o setor imobiliário.
“No início deste mês, a estagflação era a palavra da moda em Wall Street. Mas agora o pessimismo excessivo está diminuindo, especialmente após os fortes dados de vendas no varejo dos EUA na sexta-feira”, disse Norihiro Fujito, estrategista-chefe de investimentos da Mitsubishi UFJ Morgan Stanley Securities.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,14%, a 29.255,55 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,35%, a 26.136,02 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,17%, a 3.587,00 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,25%, a 4.910,18 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,53%, a 3.013,13 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,08%, a 16.887,82 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,03%, a 3.198,08 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,53%, a 7.413,70 pontos.
( * Com informações da Reuters)
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