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Finanças

Ibovespa fecha acima dos 100 mil pontos e dólar recua, em dia de ata do Copom

Pela leitura do mercado, BC indicou que a Selic deve seguir elevada por mais tempo.

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, terminou o pregão em alta nesta terça-feira (28), com o mercado analisando a ata da última reunião de política monetária do Banco Central (BC), enquanto segue no aguardo de novidades sobre o novo arcabouço fiscal do país. O dólar, por sua vez, fechou em queda.

O Ibovespa subiu 1,52%, aos 101.185 pontos. O dólar terminou o dia em queda de 0,81%, a R$ 5,1643.

Ata do Copom

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quando a Selic foi mantida em 13,75% e o comunicado que acompanhou a decisão esfriou expectativas de um corte em breve, o BC afirmou que o arcabouço fiscal impacta inflação indiretamente e defendeu o foco em expectativas.

Na visão do estrategista e sócio na Laic Asset Management, Vitor Carvalho, o BC tentou mostrar ao mercado que não se pauta pelo fiscal exclusivamente, mas que isso tem sim peso na formação de taxa de juro neutra que acaba condicionando o patamar da Selic. “Achei a ata bem ‘hawkish'”, acrescentou, utilizando termo comum no mercado para classificar a postura do BC mais favorável ao cenário de juros baixos.

Para o Goldman Sachs, não há sinais de cortes de juros no curto prazo. “Apesar da intensa pressão política, o Copom parece totalmente focado na busca de restabelecer as expectativas de inflação e no cumprimento de seu mandato fundamental de levar a inflação ao redor da meta por um período de tempo razoável.”

Em relatório, Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco norte-americano, disse que, “dada a persistente incerteza da política fiscal e a deterioração das micropolíticas, a política monetária é, neste momento, a única âncora de macropolítica credível no sistema”.

Ainda no cenário interno, o adiamento de uma viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva endossava expectativas de um anúncio mais cedo do que se esperava sobre a nova regra fiscal. Na véspera, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que ainda não há uma data definida para a apresentação do novo arcabouço.

Juros futuros

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em alta nesta terça-feira, em especial na ponta curta, repercutindo a ata do Copom. Com a perspectiva de que a Selic se mantenha em patamares mais elevados por mais tempo, houve certa correção nas taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros), em especial em contratos de prazos mais curtos, como janeiro de 2024 e janeiro de 2025. Na ponta longa, as taxas ficaram muito próximas da estabilidade.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para outubro de 2023 estava em 13,44%, ante 13,375% do ajuste anterior. Já a taxa para janeiro de 2024 estava em 13,16%, ante 13,057% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 12,005%, ante 11,884%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 12,17%, ante 12,142% do ajuste anterior.

Destaques da B3

Hapvida

A ação da Hapvida (HAPV3) disparou 18,47%, tendo como pano de fundo o anúncio da venda de imóveis e um potencial follow-on.

A empresa informou que vendeu 10 imóveis de propriedade de controladas da companhia no montante de R$ 1,25 bilhão e que engajou bancos a fim de analisar a viabilidade e estruturar uma potencial oferta pública subsequente de ações (follow-on) ordinárias de emissão da companhia.

Rede D’or

A ação RDOR3 caiu 4,85%, a R$ 20, após ter batido R$ 19,35 e renovado mínima histórica intradia, um dia após divulgar queda de 32,7% no lucro líquido do quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 282,5 milhões de reais.

O Ebitda (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) caiu 3,6%, com declínio também em margem. De acordo com o grupo de saúde, os efeitos diretamente relacionados à covid-19 ainda impactaram o Ebtida, sobretudo na segunda metade do trimestre.

Eletrobras

A ação ELET3 subiu 4,98%, ainda embalada por comentários da véspera, entre eles o do ministro de Minas e Energia, de que considera o processo de privatização da companhia consolidado e que agora cabe ao governo cobrar a elétrica a cumprir suas obrigações. Outros papéis do setor também figuravam na ponta positiva do Ibovespa, com o índice que reúnes as empresas em alta de 1,9%.

Alibaba

O BDR do Alibaba (BABA34) disparou 13,43% nesta terça. O grupo chinês planeja dividir seus negócios em seis unidades principais, abrangendo desde comércio eletrônico a computação em nuvem, na maior reestruturação de seus 24 anos de história. O grupo anunciou ainda que vai buscar abrir o capital de cinco das seis unidades.

As ações da Alibaba nos Estados Unidos subiram até 8% após o anúncio.

A notícia da reestruturação chega um dia depois que o fundador do Alibaba Jack Ma foi flagrado em uma escola primária em Hangzhou, marcando sua primeira aparição pública na China continental em mais de um ano.

Bolsas mundiais

Wall Street

As ações dos EUA terminaram o pregão em queda nesta terça-feira, conforme os investidores avaliaram comentários de um regulador norte-americano sobre bancos em dificuldades e venderam ações de nomes relacionados à tecnologia após sua recente valorização.

Michael Barr, o principal regulador bancário do Federal Reserve, disse a um painel do Senado que o Silicon Valley Bank fez um trabalho “terrível” de gestão de risco antes de seu colapso.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,16%, para 3.971,36 pontos, enquanto o Nasdaq Composite caiu 0,44%, para 11.716,56 pontos. O Dow Jones recuou 0,12%, a 32.394,03 pontos.

Europa

O mercado acionário europeu fechou praticamente estável nesta terça-feira, em meio a temores persistentes de uma crise mais profunda provocada pelo colapso do Credit Suisse e de dois bancos norte-americanos.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,06%, a 444,45 pontos, depois de chegar a subir 0,8% durante o dia.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,17%, a 7.484,25 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,09%, a 15.142,02 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,14%, a 7.088,34 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,47%, a 26.329,46 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,43%, a 8.944,30 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,92%, a 5.835,62 pontos.

Ásia

As ações de Hong Kong subiram nesta terça-feira, uma vez que os temores dos investidores de um estresse bancário mais profundo diminuíram depois que o Silicon Valley Bank garantiu um comprador. As ações chinesas, no entanto, foram pressionadas para baixo pelas empresas de tecnologia da informação.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,15%, a 27.518 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,11%, a 19.784 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,19%, a 3.245 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,32%, a 3.999 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 1,07%, a 2.434 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,81%, a 15.701 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES valorizou-se 0,51%, a 3.255 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 1,04%, a 7.034 pontos.

(* Com informações da Reuters.)

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