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Finanças

Ibovespa fecha em queda no penúltimo pregão do ano; dólar sobe quase 1%

Novas mobilizações de funcionários públicos por aumentos salariais levantarem temores sobre mais gastos da União em 2022.

imagem decorativa: fachada B3 ibovespa
Vista externa da B3, em São Paulo (SP) 26/02/2020 REUTERS/Rahel Patrasso

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em queda nesta quarta-feira (29), no menor patamar de fechamento desde 1º de dezembro. Já o dólar fechou o pregão em alta contra o real, em movimento exacerbado pela baixa liquidez, após novas mobilizações de funcionários públicos por aumentos salariais levantarem temores sobre mais gastos da União em 2022.

O Ibovespa recuou 0,72%, aos 104.107 pontos. O dólar encerrou em alta de 0,96%, cotado a R$ 5,6939.

No exterior

O foco de investidores continuou sobre a disseminação da variante ômicron do coronavírus e suas possíveis consequências econômicas.

“Continua o cenário natural de fim de ano de volume muito baixo, fechamentos de datas múltiplos e agenda econômica relativamente restrita”, disse em relatório Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

Vieira aponta que, embora os investidores continuem acompanhando com cautela as notícias sobre a disseminação da variante ômicron do coronavírus, há sinais encorajadores de que a cepa pode não ser tão letal quanto o temido inicialmente, o que poderia levar a restrições econômicas menos rígidas de combate à doença.

Pesquisas feitas por cientistas sul-africanos sugeriram que a infecção pela ômicron aumenta a imunidade à variante delta, enquanto, nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) encurtou o tempo de isolamento recomendado para norte-americanos com casos assintomáticos de covid-19 para cinco dias, ante orientação anterior de dez dias.

No Brasil

A Fundação Getulio Vargas (FGV) informou nesta quarta-feira (29) que o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 0,87% em dezembro, depois de ter registrado uma variação positiva de apenas 0,02% no mês anterior. Com essa leitura, o IGP-M fechou o ano de 2021 em alta de 17,78%. Em dezembro de 2020, o índice acumulava alta de 23,14% em 12 meses.

Outro destaque do dia foi a decisão de servidores das carreiras típicas de Estado de promover dias de paralisação das atividades em janeiro e avaliar a realização de uma greve geral em fevereiro, em protesto pela falta de uma política de reajuste salarial do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio dessas categorias – que vem depois de auditores da Receita Federal e fiscais agropecuários já terem iniciado mobilizações – é mais uma reação à decisão do Executivo Federal de conceder aumentos no próximo ano apenas para categorias vinculadas às forças policiais, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

A pressão do funcionalismo por ajustes salariais tem gerado receios entre investidores sobre mais despesas da União no ano que vem, depois de o governo já ter aberto espaço fiscal -por meio da PEC dos Precatórios, que altera a regra do teto de gastos – para financiar um programa de transferência de renda à população de 400 reais por família.

“Esse deverá ser, além das eleições, um tema de estresse para os mercados – em especial, nos primeiros meses de 2022. À medida em que os riscos para o quadro fiscal brasileiro vão escalando, a tendência é de reação negativa por parte dos investidores”, disseram em nota analistas da Levante Investimentos.

Câmbio

Neste pregão, a baixa liquidez – com muitos operadores e investidores ausentes devido à aproximação do Ano Novo – exacerbou as movimentações no mercado de câmbio, segundo Marcos Weigt, chefe de tesouraria do Travelex Bank.

A “briga” entre posições compradas e vendidas antes da formação da Ptax de fim de ano -que será na quinta-feira e tradicionalmente traz volatilidade aos mercados – também está no radar de agentes do mercado.

A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para liquidação de derivativos. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições.

Destaques da bolsa

As ações de turismo e de companhias aéreas lideraram as maiores quedas do Ibovespa nesta quarta-feira (29), na esteira do avanço da variante ômicron da covid-19 e da alta do dólar.

A ação da CVC Brasil (CVCB3) fechou em queda de 7,33%, negociada a R$ 13,14. Já os papéis da Gol (GOLL4) recuaram 6,71%, a R$ 16,66. A ação da Azul (AZUL4), por sua vez, caiu 7,34%, negociada a R$ 23,86.

Por outro lado, o dia foi de ganhos para os papéis das operadoras de shoppings Aliansce Sonae (ALSO3) e BR Malls (BRML3), com avanço de 2,26% e 0,49%, respectivamente. Foram reveladas conversas em andamento para uma potencial fusão.

As ações da Vale (VALE3) também fecharam o dia entre as altas do Ibovespa, com avanço de 0,59%, negociadas a R$ 77,25.

Bolsas mundiais

Wall Street

O Dow Jones e o S&P 500 fecharam em máximas recordes nesta quarta-feira com um impulso de varejistas como Walgreens e Nike, com investi

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 ganhou 0,14%, para 4.792,94 pontos. O Nasdaq perdeu 0,10%, para 15.765,57 pontos. O Dow Jones subiu 0,25%, para 36.491,04 pontos.

Europa

As ações europeias recuaram nesta quarta-feira, uma vez que as infecções recordes de coronavírus deixaram investidores cautelosos e quedas em papéis de tecnologia, saúde e viagens lideraram as vendas nas negociações de baixo volume do fim de ano. 

  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,70%, a 15.852,25 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,27%, a 7.161,52 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,37%, a 27.344,25 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,17%, a 8.673,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,25%, a 5.574,50 pontos.

(*Com informações da Reuters)

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