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Finanças

Ibovespa fecha em queda com commodities e renova menor nível desde 2020

Temores sobre recessão global seguiram impactando mercado.

O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (14), renovando mínimas desde novembro de 2020, pressionado pelo declínio de ações atreladas a commodities e diante da perspectiva de altas mais rápidas de juros nas principais economias do mundo.

Já o dólar subiu nesta sessão, aproximando-se das máximas de fechamento desde janeiro, ao fim de mais um pregão dominado pelo fortalecimento global da divisa norte-americana e por temores de recessão, o que ditou nova onda de vendas em ativos de risco como moedas emergentes.

No dia, o Ibovespa recuou 1,80%, aos 96.120 pontos, após chegar a 95.431 na mínima do dia. Já o dólar avançou 0,52%, negociado a R$ 5,4338.

Inflação, juros e recessão nos EUA

O mercado ainda repercute a divulgação de dados de inflação acima do esperado nos Estados Unidos, divulgados no dia anterior. Com a alta de preços atingindo o maior patamar em 40 anos, a expectativa é de que o Federal Reserve (Fed) suba os juros com mais força, o que alimenta temores de recessão.

A adoção de um aumento de juros de 1 ponto percentual completo pelo banco central dos Estados Unidos em sua próxima reunião, no final deste mês, já é o cenário mais provável, segundo alguns indicadores do mercado.

Para o analista do Swissquote Bank Ipek Ozkardeskaya, a inflação acima no nível psicológico de 9% fortifica a visão de que o Fed não hesitará em continuar com aumentos agressivos dos juros para reduzir a inflação, com o mercado já precificando chance razoável de alta de 1 ponto percentual neste mês.

“Isso resulta em um dólar mais forte, rendimentos (de títulos) mais elevados e venda adicional de ações”, afirmou em comentários a clientes.

“A economia, invariavelmente, irá sofrer” diante dos esforços do Fed para conter a inflação, escreveu Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG. “Resta a dúvida de qual será a velocidade, magnitude e duração da desaceleração do crescimento. Os riscos de um resultado mais negativo aumentaram consideravelmente.”

Cenário interno

No Brasil, o Banco Central divulgou nesta quinta-feira (14) o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB). O índice caiu 0,11% em maio na comparação com abril, de acordo com dado dessazonalizado.

Na comparação com maio do ano anterior, o IBC-Br registrou avanço de 3,74%, enquanto que no acumulado em 12 meses passou a uma alta de 2,66%.

No campo fiscal, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira, em segundo turno de votação, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Benefícios, ou “PEC Kamikaze” e “PEC da Reeleição” para os críticos, que amplia e cria novos programas de auxílio a menos de três meses das eleições de outubro.

Para economistas da Genial Investimentos, estímulos fiscais, como a redução do ICMS em itens essenciais e a PEC dos Benefícios, darão impulso econômico adicional para o segundo semestre do ano, postergando os impactos mais significativos do aumento de juros sobre o PIB.

Mas incertezas fiscais exacerbavam o pessimismo dos mercados. “As medidas anunciadas conduzirão, em alguns casos, a uma má distribuição de recursos na economia e poderão ter um impacto duradouro nas finanças públicas“, disse em relatório Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, acrescentando que novos estímulos à população podem dificultar a tarefa do Banco Central de conter a inflação.

“Além disso, outra emenda constitucional que permite gastos além do teto de gastos é um desenvolvimento negativo na medida em que leva a uma maior erosão das principais âncoras fiscais.”

Uma medida comumente acompanhada do risco-país do Brasil fechou a quarta-feira em 315,04 pontos-base, nova máxima desde maio de 2020, quando os mercados ainda sentiam os primeiros impactos da pandemia de covid-19.

Bolsas mundiais

Wall Street

O índice de referência S&P 500 reduziu perdas de mais cedo, mas ainda encerrou em queda nesta quinta-feira, depois que investidores digeriram balanços trimestrais decepcionantes de dois grandes bancos dos Estados Unidos e dados de inflação mais elevados do que o esperado.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,31%, para 3.790,15 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq Composite teve variação positiva de 0,01%, para 11.248,57 pontos. O Dow Jones caiu 0,47%, para 30.628,72 pontos.

Europa

As ações de commodities e bancos arrastaram o índice pan-europeu STOXX 600 para baixo nesta quinta-feira. O STOXX 600 fechou em baixa de 1,01%, a 412,81 pontos, com perdas amplas, além de recuar cerca de 16% até agora em 2022.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,74%, a 7.156,37 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,16%, a 12.756,32 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,73%, a 6.000,24 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,93%, a 21.286,33 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,87%, a 7.944,90 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,97%, a 5.863,41 pontos.

Ásia e Pacífico

Investidores se desfizeram de ações dos setores bancário e imobiliário da China nesta quinta-feira. O receio é que problemas cada vez maiores no setor imobiliário comecem a atingir o sistema financeiro no momento em que uma onda de compradores de casas se recusa a pagar empréstimos hipotecários de projetos atrasados.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,62%, a 26.643 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,22%, a 20.751 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,08%, a 3.281 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,01%, a 4.322 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,27%, a 2.322 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,79%, a 14.438 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,22%, a 3.090 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,44%, a 6.650 pontos.

*Com informações da Reuters.

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