A maior parte das principais categorias de investimentos acumula retornos acima da inflação nos últimos 12 meses. Os dados são de um levantamento feito pelo TradeMap nesta terça-feira (11), que leva em conta o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apresentou deflação de 0,08% em junho.
De 13 ativos analisados, 10 apresentaram ganho real acumulado no período – ou seja, tiveram retornos acima da inflação acumulada, que foi de 3,16% até junho. O destaque positivo foi o bitcoin (BTC), que teve valorização de 37,32%. Já na ponta negativa, o dólar apresentou queda de 8% em relação ao real, na mesma base de comparação.
Nos últimos meses, a renda variável vem sendo beneficiada diante da expectativa de um novo ciclo de queda da taxa básica de juros, a Selic. Recentemente, cresceram as apostas de um corte promovido pelo Banco Central na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) em agosto.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, saltou 19,83% no mesmo período, seguido do índice de small caps (SMLL), as ações com menor valor de mercado, apresentando alta acumulada de 19,79% em 12 meses. O índice que reúne ações que pagam dividendos constantes (IDIV) valorizou 17,73% no período.
Por sua vez, o BDRx, índice que representa os principais BDRs listados na B3, avançou 14,44% em 12 meses até junho. Os ativos são recibos de ações negociadas no exterior e estão disponíveis a pessoas físicas desde 2020.
Os títulos públicos também apresentaram rendimentos atrativos no período analisado. Segundo o TradeMap, o IMA-Geral (índice criado pela Anbima para medir o desempenho geral dos papéis do Tesouro Direto) acumulou alta de 14,01% em 12 meses.
Já o índice de referência de fundos imobiliários na B3, IFIX, avançou 12,87% no período. A classe de investimento também foi beneficiada pelas projeções de queda da taxa Selic. Confira aqui os FIIs com melhor desempenho no 1º semestre de 2023.
A caderneta de poupança também teve rentabilidade real positiva nos últimos 12 meses, com retorno de 8,55%. Atualmente, ela rende 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR).
Na ponta negativa, além do dólar frente ao real, o euro e o ouro também apresentaram desempenhos abaixo da inflação nos 12 meses até junho. Enquanto a moeda europeia apresentou queda de 4,04% em relação ao real no período, o ouro teve desvalorização nominal de 1,90%, segundo o TradeMap.
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